'No começo, foi difícil', revela Zélia Duncan sobre casamento com ex-mulher de Jô Soares

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Zélia Duncan falou sobre seu casamento com a publicitária Flávia Pedras, ex-mulher de Jô Soares, e sobre o convívio com o apresentador até sua morte, em agosto de 2022. Em entrevista ao videocast Desculpa Alguma Coisa, apresentado por Tati Bernardi, a cantora contou que sentiu uma estranheza no início da relação, pois Jô e Flávia, que foram casados de 1987 a 1998, eram muito próximos - mas que logo acabou se aproximando do apresentador.

 

"Ela tinha o hábito de todo domingo estar com Jô para ver um filme, e eles se cuidavam. E quando você chega, é engraçado, porque você está junto o tempo todo e, de repente, ela fica com ele 48 horas vendo um filme. No começo, foi difícil para mim. Mas isso se transformou de um jeito", disse Zélia. "Aí veio a pandemia. Ele só via a gente, praticamente. A gente conviveu muito, ainda bem. Passamos Natal, eu, ele e ela, uns três Natais juntos."

 

Zélia e Flávia são casadas desde 2019. Elas se conheceram anos depois da separação entre a publicitária e Jô, apresentadas por um amigo em comum. "Achei ela super legal. Ela estava acompanhada, eu também estava acompanhada, e foi uma noite que a gente se conectou. Flavia é boa de rir", disse a cantora no videocast.

 

"Naquele dia, falei que ia correr a maratona de Tóquio, que era o meu presente de 50 anos, com o Drauzio Varella", detalhou Zélia. Incentivada por uma médica em uma ida ao hospital com Jô, Flávia acabou se juntando à viagem ao Japão. "A gente se conheceu melhor. Quando voltou, ainda demorou, até que quando a gente conseguiu resolver nossas vidas, a gente ficou junto."

 

Logo Zélia passou a fazer parte da programação rotineira de Flávia e Jô. O apresentador compartilhava com ela suas histórias sobre teatro. "A gente ria muito junto. Víamos filmes. E tive todo esse privilégio. Fiquei até o fim mesmo. E, no final, estávamos lá, eu, ela o Dráuzio (Varella) e Carlos Jardim, que é outro médico. A nossa convivência foi incrível. Ele me chamava de Zezé", relembrou a cantora.

 

"Eu tinha uma estranheza. Tenho uma história de luta para ser quem eu sou, para ser visível, e quando ela ia para lá (para a casa dele), eu me sentia invisível. Mas, isso foi curado totalmente, a ponto de eu dizer: 'Vai para lá ficar com ele', ou, 'Vamos'. Ele sentiu muito nessa pandemia, parou de ver todo mundo, tinha saído do ar", disse Zélia. O apresentador deixou mais de metade de sua herança para a ex-mulher.

 

Em 2022, um mês depois da morte de Jô, Zélia compartilhou uma mensagem em homenagem ao apresentador em seu Instagram. "Perder você foi perder um monte de alegria, inteligência, histórias sobre teatro, cinema, amigos, televisão, momentos raros, que não têm preço", escreveu a cantora na ocasião. "No que me diz respeito, te agradeço lá do fundo do peito pela convivência tão carinhosa dos últimos anos e por ter habitado minha vida desde a adolescência, com seu infinito talento para nos mostrar o Brasil, no que tem de mais bonito e absurdo. Te amo, que bom que pude te dizer isso pessoalmente, e repetir agora e amanhã e depois."

 

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Um empresário de 26 anos foi morto a tiros na noite da última segunda-feira, 3, após sair da academia, no bairro dos Municípios, em Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Imagens de monitoramento que circulam pelas redes mostram que a vítima, identificada como Leonardo Siemann, passa andando pela calçada na Rua Biguaçu, quando um homem desce de uma motocicleta e o executa. A câmera não mostra o momento em que os tiros são disparados.

Ainda conforme as gravações, o criminoso volta para a moto, dá a partida e foge do local. Um veículo, que está estacionado ao lado da motocicleta do suspeito, também vai embora logo na sequência. Até a noite desta terça-feira, 4, ninguém havia sido preso, segundo a Polícia Civil.

O delegado Vicente Soares, da Divisão de Investigação Criminal (DIC) do município, que está à frente das investigações, disse à reportagem que a polícia ainda está em diligências para saber as motivações do crime, e que aguarda o laudo cadavérico e o trabalho da equipe de balística para saber quantos tiros foram feitos contra o empresário e qual a arma utilizado na crime.

"Provavelmente sim (sobre a possibilidade de ser uma execução). Nada foi levado da vítima", informou Soares à reportagem. "Foi apenas um atirador, mas estamos investigando para saber se há a participação de mais pessoas no caso", acrescentou o delegado.

Leonardo Siemann era empresário do ramo do setor de revenda de carros, e possuía uma empresa com registro em Itajaí, também em Santa Catarina. Ele deixa a esposa e uma filha.

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu não aceitar a possibilidade de reconhecimento do chamado racismo reverso, ao considerar que a injúria racial não se classifica em ofensas feitas a pessoas brancas exclusivamente pela cor da pele. Desta forma, o colegiado concedeu habeas corpus para anular todos os atos de um processo nesse sentido movido contra um homem negro, acusado de ofender um homem branco.

No entendimento do STJ, legislação foi criada para proteger grupos que são historicamente discriminados e minoritários. "O racismo é um fenômeno estrutural que historicamente afeta grupos minoritários, não se aplicando a grupos majoritários em posições de poder", afirma o órgão.

Conforme a denúncia do Ministério Público de Alagoas, o réu teria cometido injúria racial contra um italiano, por meio de aplicativo de mensagens, chamando-o de "escravista cabeça branca europeia". Segundo o STJ, a troca de mensagens teria ocorrido após o réu não receber por serviços prestados ao estrangeiro.

Para o relator do pedido de habeas corpus, ministro Og Fernandes, a tipificação do crime de injúria racial, previsto em lei, visa proteger grupos minoritários historicamente discriminados. "A interpretação das normas deve considerar a realidade concreta e a proteção de grupos minoritários, conforme diretrizes do Protocolo de Julgamento com Perspectiva Racial do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)", afirmou ele, por meio de comunicado do STJ.

Com base no protocolo que reconhece o racismo como um fenômeno estrutural baseado na hierarquia racial historicamente imposta por grupos dominantes, o ministro destacou que a injúria racial só se configura quando há uma relação de opressão histórica, o que não se verificava no caso em discussão.

"A interpretação das normas sobre crimes raciais deve tratar como discriminatória qualquer atitude ou tratamento dado à pessoa ou a grupos minoritários que cause constrangimento, humilhação, vergonha, medo ou exposição indevida, e que usualmente não se dispensaria a outros grupos em razão da cor, etnia, religião ou procedência", disse ainda o ministro, que teve seu voto acompanhado pelos ministros da Sexta Turma.

Entendimento sobre grupos minoritários

O relator esclarece que o termo 'grupos minoritários' não se baseia no contingente populacional em um grupo, mas sim na representação e poder que esse grupo possui na sociedade.

"A expressão induvidosamente não se refere ao contingente populacional de determinada coletividade, mas àqueles que, ainda que sejam numericamente majoritários, não estão igualmente representados nos espaços de poder, público ou privado, que são frequentemente discriminados inclusive pelo próprio Estado e que, na prática, têm menos acesso ao exercício pleno da cidadania", concluiu ele.

No caso, a população branca não pode ser considerada minoritária. "Por conseguinte, não há como a situação narrada nos autos corresponder ao crime de injúria racial", avaliou o ministro.

O ministro reconhece a possibilidade de ofensas de negros contra brancos, porém, sendo a ofensa baseada exclusivamente na cor da pele, tais crimes contra a honra teriam outro enquadramento que não o de injúria racial. Desta forma, o relator decidiu que a injúria racial, que pressupõe discriminação, não se aplica a ofensas feitas exclusivamente a pessoas brancas, concedendo habeas corpus para evitar essa interpretação, mas não descartou a possibilidade de análise de ofensas à honra sob outra classificação legal.

"A injúria racial, caracterizada pelo elemento de discriminação em exame, não se configura no caso em apreço, sem prejuízo da análise de eventual ofensa à honra, desde que sob adequada tipificação", disse ele.

Injúria racial

Segundo o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), a Lei 14.532/2023, publicada em janeiro deste 2023, equiparou a injúria racial ao crime de racismo. Com isso, a pena tornou-se mais severa com reclusão de dois a cinco anos, além de multa, não cabe mais fiança e o crime é imprescritível.

Segundo a legislação, deve ser considerada como discriminatória qualquer atitude ou tratamento dado à pessoa ou a grupos minoritários que cause constrangimento, humilhação, vergonha, medo ou exposição indevida, e que usualmente não se dispensaria a outros grupos em razão da cor, etnia, religião ou procedência.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 5, ser necessário encontrar uma solução para explorar petróleo na Margem Equatorial, e disse que os obstáculos a essa atividade não são responsabilidade da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Lula deu as declarações em entrevista a rádios de Minas Gerais, mas falou sobre o tema sem ter sido perguntado.

A Margem Equatorial é uma faixa de exploração de petróleo que passa pelo litoral do Nordeste e do Norte do Brasil, além de países vizinhos. Um dos trechos com óleo possivelmente viável para exploração fica a cerca de 500 km da foz do rio Amazonas - o que especialistas apontam como uma distância pequena por causa da capacidade de correntes marítimas carregarem petróleo consigo em caso de vazamento.

Há muita pressão política em torno do tema. Um dos principais interessados é o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). A possível exploração seria no litoral do Amapá, Estado de Alcolumbre, e faria a arrecadação local aumentar.

"Há uma confusão na imprensa, sei lá causa por quem, de tentar jogar em cima da companheira Marina a responsabilidade pela não aprovação da exploração de petróleo na Margem Equatorial do Rio Amazonas. A Marina não é a responsável", disse o presidente da República.

"Nós queremos o petróleo, porque ele ainda vai existir por muito tempo. Temos que utilizar o petróleo para fazer nossa transição energética, que vai precisar de muito dinheiro. E temos, perto de nós, Guiana e Suriname pesquisando petróleo muito próximo à nossa Margem Equatorial. Precisamos fazer um acordo. Encontrar uma solução em que a gente dê garantia ao País, ao mundo e ao povo da Margem Equatorial de que a gente não vai detonar nem uma árvore, nada do rio Amazonas, nada do oceano Atlântico", declarou Lula.

"A Petrobras é a empresa que tem mais capacidade de exploração em águas profundas. Nós temos um exemplo extraordinário de não causar problemas ao meio ambiente", afirmou o petista. "Nós, do governo, vamos ter que encontrar uma solução para que a gente explore essa riqueza, se é que ela existe, em benefício do povo brasileiro", disse ele.