Apps de namoro são péssimos para privacidade, mostra estudo; veja ranking

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Um estudo realizado pela Mozilla concluiu que os aplicativos de namoro estão coletando mais informações pessoais do que nunca e compartilhando, vendendo ou falhando em proteger adequadamente esses dados.

 

Nos testes de privacidade realizados pela fundação, 23 dos 25 aplicativos avaliados foram reprovados, incluindo Tinder, Bumble, OkCupid, Scruff e Grindr. O único aplicativo que passou em todos os testes foi o Lex, enquanto Harmony e Happn receberam uma avaliação "ok", falhando em alguns aspectos. O Grindr, voltado ao público LGBTQ+, recebeu a pior avaliação.

 

Aplicativos de namoro são uma fonte preciosa de dados pessoais, podendo incentivar o usuário a compartilhar informações sobre sua personalidade, gostos, religião, etnia, visões políticas, orientação sexual, peso, práticas sexuais, além de fotos e vídeos. Além disso, boa parte deles rastreiam sua localização exata, mesmo quando o aplicativo não está em uso, como Tinder, OkCupid e Grindr. Segundo a Mozilla, 80% dos aplicativos podem vender ou compartilhar esses dados pessoais para fins publicitários, mesmo quando você paga um plano de assinatura.

 

Metade dos aplicativos avaliados não passaram nos testes de segurança e lidaram com violação de dados e vazamentos nos últimos três anos. A Mozilla cita o caso de um grupo católico conservador que gastou milhões de dólares para comprar dados do Grindr, por meio de corretores de dados, para monitorar padres gays nos EUA. A empresa também foi processada por centenas de usuários recentemente no Reino Unido que alegam que suas informações privadas, incluindo o status de HIV, foram compartilhadas para empresas de publicidade sem consentimento.

 

O relatório também aponta que 25% dos aplicativos coletam informações que o usuário nem imagina que está compartilhando, como os metadados dos conteúdos compartilhados, incluindo informações sobre quando um vídeo ou foto foi feito, onde e em que dia. Mais da metade dos aplicativos (64%) também afirma, em seus termos de uso, usar dados para identificar outros dados, como rastrear seu conteúdo usando serviços de terceiros para "ajudar a identificar seus interesses e atividades, como se sua foto incluir animais de estimação, esportes ou viagens, e para ajudá-los a fornecer melhores correspondências para você". Com isso, uma empresa pode segmentar o usuário com mais anúncios ou serviços para obter mais dinheiro.

 

Inteligência artificial agrava o problema

 

De acordo com o relatório, o crescente uso de inteligência artificial pelos aplicativos pode implicar em ainda menos privacidade e segurança. Em 2022, o Match Group, que controla o OkCupid, usou imagens do aplicativo para treinar software de reconhecimento facial sem o consentimento dos usuários, por exemplo.

 

A Match Group também é proprietária do Tinder, Hinge, Match, BLK e outros 6 aplicativos, o que, de acordo com a Mozilla, poderia permitir o compartilhamento de suas informações para além de um único aplicativo utilizado.

 

Em um exemplo mais recente do uso antiético de IA, o estudo cita uma investigação apontou que o Grindr está implementando chatbots baseados em IA capazes de manter conversas picantes, treinados a partir das mensagens privadas dos usuários humanos, sem o consentimento deles.

 

A fundação também considera que o uso de algoritmos de IA para conectar pessoas, como no Tinder, OkCupid e Happn, pode reforçar vieses raciais e sociais.

 

A pesquisa completa e detalhes das avaliações individuais de cada aplicativo pode ser vista no site da Mozilla.

 

Como se proteger

 

A fundação recomenda as seguintes práticas, para manter o sigilo e a privacidade nos aplicativos de namoro:

 

Não se conecte por meio de outras contas e redes sociais. Isso permite que mais informações pessoais sejam compartilhadas com a empresa;

Desative a publicidade personalizada, bem como a coleta de dados não essenciais, nas configurações do aplicativo, se houver a opção;

Se parar de usar o aplicativo, solicite a exclusão de seus dados. Apenas a exclusão do aplicativo não apaga seus dados pessoais e nem fecha sua conta;

Limite as permissões do aplicativo quando possível, como a localização, lista de contatos e álbum de fotos.

Veja o ranking

 

O único aplicativo que passou em todos os testes de segurança e privacidade do Mozilla foi o Lex, que ficou em 1ª posição. Happn e eHarmony receberam uma avaliação intermediária, ainda sendo considerados seguros. Todos os outros, do Her ao Grindr, falharam em um ou mais critérios, como uso de dados, controle da dados, histórico, segurança e IA. O Grindr, em última posição, falhou em todos os critérios.

 

1 -Lex

2 - Happn

3 - eHarmony

4 - Her

5 - Muzz

6 - Badoo

7 - Tinder

8 - OkCupid

9 - Match

10 - Hinge

11 - Plenty of Fish

12 - BLK

13 - Facebook Dating

14 - Bumble

15 - Tantan

16 - Christian Mingle

17 - Jdate

18 - Elite Singles

19 - Zoosk

20 - Lovoo

21 - Scruff

22 - CoffeeMeetsBagel

23 - Black People Meet

24 - Our Time

25 - Grindr

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O Ministério Público de Pernambuco (MP-PE) se manifestou favoravelmente a um pedido do dono da casa de apostas Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho, investigado na Operação Integration, para retirar do caso a juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal de Pernambuco.

O empresário alega, por meio da defesa, que a magistrada é parcial na condução dos trabalhos, atropelou ritos processuais e já fez um pré-julgamento. Calado da Cruz, por sua vez, critica a "inércia do órgão ministerial", vislumbra um possível esquema de lavagem de dinheiro do jogo do bicho por meio de bets e tenta manter ampliado o escopo da operação que acabou atingindo outra casa de apostas, a Vaidebet, ligada ao cantor Gusttavo Lima.

Procurada pela reportagem para comentar o caso, a juíza não se manifestou.

Darwin Filho apresentou ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), em dezembro, uma exceção de suspeição contra a juíza. Caso o pedido seja julgado procedente, a magistrada fica impedida de continuar atuando no caso.

Nesta segunda-feira, 24, o Ministério Público de Pernambuco se manifestou sobre o pedido e concordou com o investigado afirmando que Andréa Calado da Cruz não tem condições de permanecer à frente do processo. Para os promotores de Justiça, "fatos e circunstâncias" da atuação da juíza "indicam claramente quebra da imparcialidade subjetiva e objetiva, bem como flagrante violação do sistema acusatório".

O MP-PE alega que ela "falta com a verdade", atua como "verdadeira magistrada investigadora" e tem "paixão pela investigação". O trabalho da Promotoria é liderado pelo coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Roberto Brayner.

"A magistrada se arvora implacável combatente da criminalidade, proferindo inconcebíveis acusações em face da atuação do Ministério Público, ao mesmo tempo em que manifesta juízo de prelibação [análise de admissibilidade, antes do mérito] sobre a culpabilidade dos investigados, violando o princípio da imparcialidade", diz o parecer.

A ação foi movida por Darwin, da pernambucana Esportes da Sorte, na esteira de uma briga que já resultou no arquivamento da investigação sobre a Vaidebet, casa de apostas paraibana de José André da Rocha Neto e de Aislla Rocha, próximos de Gusttavo Lima.

A Promotoria não viu indícios de crimes na operação da Vaidebet e pediu o arquivamento. A juíza foi contra e o caso subiu para apreciação da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ), a chefia do MP de Pernambuco. A cúpula acompanhou o entendimento dos promotores e essa parte da investigação acabou arquivada. Durante a briga, a magistrada chegou a afirmar nos processos que o MP "protege interesses".

Ao destacar a necessidade de arquivamento da parte relacionada à Vaidebet, o MP reiterou a existência de "fortes indícios de práticas de atividades empresariais ilícitas" na operação da Esportes da Sorte. Agora, a bet investigada e os promotores concordam, em uma mesma ação, sobre a postura da juíza da 12ª Vara.

Após o arquivamento, a Polícia Civil de Pernambuco pediu a reabertura da investigação contra a Vaidebet, no fim de janeiro. Para os investigadores, liderados pelo delegado Paulo Gustavo Gondim, a compra de um helicóptero que pertencia à Esportes da Sorte realizada pelos donos da Vaidebet "demonstra mais uma vez o elo" entre os dois grupos.

A juíza Andréa Calado da Cruz deu encaminhamento à solicitação, no último dia 7 de fevereiro, e defendeu à PGJ novamente a continuidade das apurações.

"A autoridade policial apresentou indícios que sugerem uma tentativa clara de ocultação, com base em documentos que demonstram a falta de registro dos pagamentos e a circulação de bens entre empresas de forma suspeita. Isso é um indício que configura, sim, um padrão de dissimulação, tornando ainda mais plausível a acusação de lavagem de dinheiro, que não pode ser descartada apenas com base na argumentação incompleta. As evidências não podem ser ignoradas, e os elementos probatórios indicam que a verdadeira natureza dessas transações ainda precisa ser devidamente investigada", destacou.

A defesa recebeu o pedido de reabertura com "estranheza" por entender que ele "não é novo" e que já foi devidamente enfrentado pela investigação.

Ao menos 130 arraias ticonha (Rhinoptera bonasus e R. brasilienses), uma espécie ameaçada de extinção, foram encontradas mortas na manhã desta terça-feira, 25, em São Vicente, no litoral de São Paulo. A principal hipótese desta mortandade é de que os animais tenham sido pescados, mas descartados em razão da ilegalidade da captura e também da sua comercialização. Elas foram localizadas em toda extensão da Praia de Itararé, desde as proximidades da Ilha Porchat até a Pedra da Feiticeira.

Professores e estudantes do campi de São Vicente da Universidade Estadual Paulista (Unesp), onde funciona o Instituto de Biociências, foram convocados e passaram o dia no local fazendo a remoção dos animais. As arraias foram levadas para os laboratórios da instituição e vão ser usadas, agora, para estudo e pesquisa. A reportagem do Estadão procurou a prefeitura de São Vicente e aguarda retorno.

O professor e pesquisador Rodrigo Domingues, docente da disciplina de Ecologia da Unesp, explica que é comum, nesta época do ano, cardumes de arraias ticonha se deslocarem pela costa do País. O comportamento, diz, pode estar associado ao ato de reprodução ou de obter alimentos. Por esse motivo, ele acredita que os animais tenham sido vítimas de uma pesca de arrasto, quando os pescadores estendem uma longa rede e fazem um movimento de arrastar a rede e capturar o máximo de peixes possível.

"As raias não têm valor econômico, não têm comércio para elas aqui. Além de tudo, é proibida a pesca delas. Se eles tivessem vendido essas espécies teriam cometido um crime", diz Domingues. "Então, provavelmente, essa pesca de arrasto deve ter acertado um grande cardume de arraia, os pescadores descartaram, e aí ficou espalhado raia pela praia inteira", acrescentou o docente, que também coordena o Laboratório de Genômica e Ecologia Marinha na Unesp.

Além de Domingues, outro docente e dois estudantes ajudaram na remoção das arraias. Só a equipe da Unesp recolheu 130 unidades do animal. O professor da universidade acredita que o número de mortos pode ser ainda maior, visto que, antes da chegada dos pesquisadores, outras arraias já tinham sido removidas por outras pessoas.

O cardume encontrado é heterogêneo, diz o pesquisador. Em uma primeira análise, os professores e estudantes da Unesp identificaram que havia, no grupo de arraias, indivíduos fêmeas, machos, juvenis e adultos. "No caso dessa captura, eles eram bastante misturados", diz o docente.

As ticonhas são de uma espécie de arraias ameaçadas de extinção, conforme a lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) e também do ICMBio, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

"Tantos indivíduos sendo mortos de uma espécie que já se encontra de maneira vulnerável. Nossa preocupação é sempre nesse sentido. Você retirar uma boa parcela da população, sendo que já é a população de uma espécie que está ameaçada de extinção", lamenta o pesquisador, que defende uma maior fiscalização para esse tipo de pesca.

As arraias foram levadas ao laboratório da Unesp, onde passarão a ser objetos de estudo e investigação, como aspectos biológicos, do que estavam se alimentando e em qual estágio reprodutivo se encontravam. "Vão ser estudadas também se era uma estrutura majoritariamente formada por indivíduos adultos ou por indivíduos jovens, por exemplo", destaca o Domingues.

Os especialistas acreditam ter removido todos os indivíduos, mas fazem um alerta no caso de outros banhistas se depararem com uma arraia morta na beira da praia. "Alguns indivíduos mortos permaneceram ali na praia, só que, com a maré enchendo, numa altura que não dava mais para enxergar", diz. "Então, pode ainda ter o perigo ali de alguma criança brincando, ou mesmo algum adulto entrar na água, pisar nesse animal morto e acabar se ferindo com o ferrão. E é uma dor muito forte". No caso de encontrar uma arraia, a recomendação é acionar a Polícia Ambiental, orienta o docente da Unesp.

Uma falha em um trem da Linha 3-Vermelha do Metrô, na tarde desta terça-feira, 25, levou passageiros a caminhar pelos trilhos na altura da estação República, no centro de São Paulo. Por causa do problema, que aconteceu no horário de pico, a via precisou ser desernegizada, o trem teve que ser recolhido e a linha operou em velocidade reduzida por alguns minutos.

De acordo com o Metrô, as operações ocorrem "sem restrições". No site da companhia, a Linha 3-Vermelha ainda aparece com o informe da velocidade reduzida. "Os passageiros foram retirados com auxílios de funcionários. O Metrô pede desculpas aos passageiros pelos transtornos provocados", diz o Metrô em nota.

A falha de sinalização foi identificada por volta das 17h45, e a linha teve que funcionar de forma mais lenta e com maior tempo entre as paradas. Como havia passageiros na via, entre as estações Santa Cecília e Anhangabaú, a circulação dos trens continuou em velocidade reduzida entre 18h e 19h17. Vídeos das pessoas andando pelo caminho subterrâneo circulam pelas redes.

Os problemas nas operações geraram acúmulo de passageiros nas estações da linha, como Tatuapé e Barra Funda, mas há relatos também de lotação em paradas de outros ramais, como a estação da Luz, na Linha 4-Amarela, e também na estação Santana (zona norte), na Linha 1-azul.

No X, um usuário filmou a quantidade de pessoas e lamentou a situação caótica: "Sem previsão pra chegar em casa hj Luz tá impossível (sic)".

Outro usuário criticou as dificuldades que podem ser enfrentadas por quem utiliza o transporte público. "Todo mundo tem as mesmas 24hrs sim", ironizou. A imagem postada mostra uma grande aglomeração de pessoas em uma estação da Linha 3-Vermelha, mas não especifica em qual parada.

Por conta do número de pessoas nas estações, alguns passageiros descreveram a situação como uma espécie de prisão: "N da pra sair do lugar e nem entrar simplesmente (sic)", reclamou uma usuária no X (antigo Twitter).

Outro usuário apenas ironizou a situação e o ramal: "Coisa boa é linha vermelha".

Um vídeo na estação Santana (Linha 1-Azul), na zona norte, informa que agentes de segurança, por volta das 19h10, estavam impedindo as pessoas de passarem pelas catracas e seguirem em direção à estação Jabaquara (zona sul), estação terminal da linha. "Apenas quem chegou na estação de trem poderá passar a catraca para a saída da estação", diz a postagem. Usuários escreveram que o fluxo foi normalizado minutos depois.