Ganhadora do Nobel de 2013, escritora morre aos 92 anos

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Foi em 1968 que a escritora canadense Alice Munro publicou sua primeira obra de sucesso. Mas, em 2013, ela alcançou o raro feito de figurar no panteão dos ganhadores de um Prêmio Nobel de Literatura, aos 82 anos de idade. Logo depois da premiação, ela anunciou sua aposentadoria - ela já havia passado por uma cirurgia no coração e um tratamento contra o câncer. Na terça-feira, 14, a editora de Munro confirmou a morte da escritora, aos 92 anos, sem especificar a causa da morte. Nos últimos anos, com a saúde cada vez mais fragilizada, a autora recebeu o diagnóstico de demência.

 

Nascida em 1931 em Wingham, na província de Ontário, Canadá, a obra de Munro narra a história de pessoas simples em pequenas cidades, fazendas, subúrbios, que carregam consigo descontentamentos e tragédias muitas vezes mantidos em segredo. Em boa parte, os contos são protagonizados por mulheres.

 

No Brasil, a obra de Munro foi traduzida em livros como As Luas de Júpiter, A Vista de Castle Rock e Falsos Segredos.

 

Na entrega do Nobel, ela foi celebrada como uma "mestre do conto contemporâneo" com a habilidade para "acomodar a complexidade épica de um romance em apenas algumas páginas". A escritora, porém, não foi receber o prêmio. À época, aos 82 anos, dizia estar muito fraca para viajar até a Suécia.

 

Em vez do tradicional discurso, Munro gravou uma longa entrevista sobre sua obra na qual afirma que a literatura consumiu toda a sua vida. "Mas sabe como é, no fim das contas sempre colocou comida na mesa para meus filhos", disse. Munro foi a 13.ª mulher a ganhar o Nobel de Literatura - o prêmio foi criado em 1901.

 

Obra

 

"As pessoas dizem que escrevo histórias pessimistas ou depressivas, mas sei que nunca fui uma pessoa pessimista em toda a minha vida. Deveriam me considerar como uma mãe animada, que oferece conselhos banais", disse, em entrevista ao New York Times.

 

O professor de literatura inglesa Sherry Linkon, da Universidade de Georgetown, afirma que Munro revitalizou o gênero do conto com personagens femininas tão "complexas e contestáveis quanto os homens - além de sombrias. "Você sente que as pessoas podem ser tão cruéis tanto umas com as outras como consigo mesmas."

 

A primeira obra de sucesso da escritora foi Dance of the Happy Shades (Dança das Sombras Alegres, em tradução livre), premiada com o equivalente ao Pulitzer canadense, o que a integrou a uma nova geração de escritores no Canadá, como Margaret Atwood (de O Conto da Aia).

 

Dez anos depois, passou a ter contos publicados pela revista americana The New Yorker. Em 2009, recebeu o prêmio Man Booker International. Na ocasião, o júri defendeu que a leitura de Munro é um aprendizado "de algo novo que nunca havia se pensado antes".

 

"A marca da autora está nas reviravoltas provocadas pelas elipses e no desprezo pela sequência linear dos acontecimentos", escreveu o jornalista Antonio Gonçalves Filho no Estadão em texto sobre o livro Vida Querida, de 2012.

 

Cinema

 

Em 2006, o filme Longe Dela adaptou um dos contos de Munro para o cinema. O longa narra a história de uma mulher com Alzheimer e a busca de seu marido para se reconectar às memórias da esposa.

 

O cineasta espanhol Pedro Almodóvar inspirou-se em três de seus contos para escrever o roteiro de Julieta, de 2016. São os textos Ocasião, Daqui a Pouco e Silêncio, que figuram no livro Fugitiva.

 

À época de sua aposentadoria, Alice Munro disse que escrevia desde os 20 anos e que já estava satisfeita. "São muitos anos de trabalho e acho que agora é hora de pegar mais leve." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Agência Espacial dos Estados Unidos, a Nasa, anunciou nesta quinta-feira, 13, que o nível global do mar apresentou uma elevação "inesperada" em 2024, sobretudo por causa do aquecimento das águas dos oceanos. Segundo a análise, a taxa de elevação foi de 0,59 centímetro, bem acima da projeção inicial, de 0,43 centímetro.

"Os dados coletados em 2024 demonstram um aumento além do que previam nossos modelos", explicou Josh Willis, pesquisador especializado em níveis oceânicos do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) da Nasa. "Embora existam variações anuais naturais, a tendência geral é inequívoca: os oceanos estão subindo e a velocidade desse processo está se acelerando progressivamente."

O levantamento da Nasa indica também uma importante alteração no padrão dos fatores contribuintes para a elevação do nível do mar. Tradicionalmente, dois terços do aumento são atribuídos ao acréscimo de água proveniente do derretimento de geleiras terrestres, enquanto que apenas um terço vem da expansão térmica das águas oceânicas.

Em 2024, no entanto, essa tendência se inverteu. Dois terços da elevação do nível dos mares foram causadas pela expansão térmica das águas.

"O ano de 2024 registrou as temperaturas do ar mais elevadas já documentadas e os oceanos do planeta responderam diretamente ao fenômeno, alcançando seus níveis mais altos em três décadas de monitoramento", afirmou Nadya Vinogradova Shiffer, responsável pelos programas de oceanografia e pelo Observatório Integrado do Sistema Terrestre da Nasa, em Washington.

Desde 1993, quando teve início a medição via satélites de observação, a taxa anual de elevação do nível do mar mais do que dobrou. No acumulado desse período, o nível global dos oceanos subiu aproximadamente dez centímetros, conforme demonstra a sequência ininterrupta de dados.

Segundo relatório da ONU, o Brasil tem duas cidades entre as mais vulneráveis do mundo à elevação do nível das águas, ambas no Rio de Janeiro: a capital do Estado e Atafona, distrito de São João da Barra, no norte fluminense. Ilhotas do Pacífico estão entre as mais ameaçadas do mundo.

Atualmente, o monitoramento é realizado pelo Sentinel-6, lançado em 2020, o primeiro de dois satélites idênticos que serão responsáveis pela continuidade da série histórica ao longo da próxima década.

A Nasa explicou, em comunicado, que a transferência de calor para os oceanos, responsável pela expansão térmica da água, acontece por meio de diferentes mecanismos. Em condições normais, a água marinha se organiza em camadas, determinadas por temperatura e densidade, com as águas mais quentes sobre as camadas mais frias e densas.

Na maior parte dos oceanos, o calor da superfície das águas atravessa essas camadas muito lentamente até chegar às profundezas. No entanto, em regiões com ventos intensos, as camadas oceânicas podem sofrer agitação suficiente para promover uma mistura muito mais acelerada. Grandes correntes oceânicas provocam a inclinação dessas camadas, facilitando ainda mais o deslocamento das águas superficiais para regiões mais profundas.

O fenômeno El Niño também contribui para esse processo, uma vez que o deslocamento de grandes massas de água quente, normalmente localizadas na região oeste do Oceano Pacífico, para as regiões central e leste, resulta em movimentos verticais de calor através das camadas oceânicas.

O estudo reforça a crescente preocupação da comunidade científica com os impactos das mudanças climáticas, especialmente para as comunidades costeiras que já enfrentam episódios mais frequentes de inundações durante os períodos de maré alta, como é o caso da Flórida, nos EUA, e de regiões da Indonésia.

A vice-consulesa da Colômbia, Claudia Ortiz Vaca, foi baleada durante uma tentativa de assalto na Avenida Nove de Julho, nos Jardins, na região central de São Paulo, na manhã desta sexta-feira, 14. Segundo a Polícia Militar, uma mulher dentro de um táxi foi abordada pelos ladrões. Ela e o taxista reagiram. Um policial de folga viu a reação, interveio e houve trocas de tiros. Seriam 4 criminosos. A diplomata passava a pé pela avenida e foi atingida na altura da cintura.

Conforme o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia, Claudia passa por cirurgia na manhã desta sexta e seu quadro de saúde era estável. O caso ocorreu pouco antes das 8 horas. Segundo comerciantes da região, ao menos três disparos foram ouvidos, mas somente um teria atingido a vítima, que caminhava pela calçada.

Informações preliminares indicam que quatro bandidos participaram da abordagem. Um dos suspeitos - Bruno Narbutis Borin, de 19 anos - foi detido. A Polícia Civil segue atrás de outros integrantes da quadrilha. O Itamaraty também acompanha o caso.

Um caminhão colidiu com a passarela no quilômetro 52 da Rodovia Anchieta, no sentido de Santos, na noite dessa quinta-feira, 13, provocando a queda da estrutura sobre ambos os sentidos da rodovia. Não houve vítimas, de acordo com a Ecovias Imigrantes, mas o tráfego ainda permanece afetado no local.

Na manhã desta sexta-feira, 14, a concessionária informou que a pista norte da Anchieta foi liberada perto das 6h30, na altura do km 52, local do acidente, operando com duas faixas no sentido litoral para permitir a saída dos veículos retidos entre os kms 48 e 52 e iniciar a liberação gradual do tráfego em direção ao litoral.

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Segundo a Artesp, todos os usuários que trafegam pelo SAI estão sendo comunicados pelos painéis de mensagens variáveis pela concessionária Ecovias Imigrantes. A via precisou ser interditada logo após a ocorrência. Ainda durante a noite, dois guindastes da Ecovias se posicionaram no local, além de outros equipamentos, para a remoção da passarela e limpeza da pista.

A estrutura foi retirada perto das 5 horas da manhã. A operação contou com apoio de viaturas operacionais e monitoramento em tempo real.

Veja as recomendações

"Para seguir viagem, veículos de passeio devem utilizar a Rodovia dos Imigrantes tanto para descida quanto para subida", disse a Ecovias.

Já veículos pesados devem utilizar a Imigrantes para subir. "Para a descida, recomenda-se postergar a viagem até a liberação das pistas e a normalização do tráfego no Sistema Anchieta-Imigrantes", orienta a concessionária.