'Alien: Romulus' é o maior acerto da franquia desde 'Aliens: O Resgate', de 1986

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A primeira meia hora de Alien: Romulus, que chega neste final de semana aos cinemas, pode confundir. Um desavisado pode pensar que está assistindo a um filme da franquia errada - afinal, a fotografia de Galo Olivares e a direção do uruguaio Fede Alvarez se parecem muito com a de Blade Runner (1982). A história começa numa colônia de trabalho, em um futuro distópico, em que a escuridão tomou conta: não há esperança e androides se confundem com humanos.

 

É ali que vive Rain (Cailee Spaeny), uma jovem que sonha em fugir do mundo de trabalho forçado para encontrar uma nova casa. A oportunidade surge, enfim, quando ela e seu androide (David Jonsson) partem com amigos para uma missão que parece pouco arriscada: embarcar em uma nave à deriva e seguir viagem até o planeta-oásis.

 

Mas, ainda que pareça, Alien: Romulus não é Blade Runner - duas franquias, aliás, criadas pela mente de Ridley Scott. Acabam aqui as discussões existenciais sobre o futuro sem esperança e entramos na nave da qual não é possível escapar. Rain, o robô Andy e seus amigos pensam que a nave em que estão embarcando significa uma oportunidade. Mas, como é de praxe nos filmes da série Alien, não é assim que funciona: a nave é o berço do caos.

 

REFERÊNCIAS

 

Pode parecer mais do mesmo, principalmente para os que se lembram da história de O Oitavo Passageiro (1979), Aliens, O Resgate (1986) e até de filmes que imitam essas tramas, como Vida (2017). Mas, por mais que Alvarez realmente beba na fonte dos filmes originais, há algo de realmente criativo em seu filme: não só a estética da produção está preocupada em criar um ambiente opressor, que amplifica a escuridão, como a trama não tem pudores de divertir.

 

Dentro da nave, que é dividida em duas áreas chamadas de Remo e Romulus, xenomorfos aguardam o momento ideal para voltar à vida e atacar. Ignorantes da situação, os jovens desconhecem o problema que os cerca. Mas nós, espectadores, sabemos que cada passo é um passo em direção à morte. Alvarez, que já tinha mostrado habilidade nessa diversão mórbida em A Morte do Demônio (2013) e O Homem nas Trevas (2016), se diverte junto com o público.

 

Na superfície, Romulus não deixa de ser um filme de gato e rato, em que humanos e um androide tentam sobreviver enquanto criaturas se colocam no caminho. Mas, conforme avança, vira um jogo de gato e rato mais sofisticado: assim como a primeira meia hora ecoa Blade Runner, há pedaços de outros grandes filmes aqui e ali. Uma cena em que os personagens tentam passar por uma sala lotada de criaturas lembra o que Steven Spielberg fez em Jurassic Park (1993), por exemplo, quando as crianças tentam escapar do velociraptor.

 

Mas, mesmo no que não é exatamente original, Alvarez cria algo com sua própria identidade. Muito disso se deve a Spaeny: a atriz, que está no grande ano de sua carreira com Priscilla, Guerra Civil e agora Romulus, sabe administrar o peso de uma protagonista de Alien. É cedo para dizer que é tão boa quanto a Ripley da veterana Sigourney Weaver, mas chega perto. Sua atuação mescla determinação, medo e desespero, mesmo em cenas absurdas.

 

Absurdo, aliás, é algo de que Alvarez parece não ter medo. Ao lado do outro roteirista, Rodo Sayagues, ele sente um pouco, é verdade, os limites impostos por uma franquia como Alien, o que fica claro na meia hora final.

 

Ainda assim, Alien: Romulus é claramente o melhor filme da franquia desde Aliens: O Resgate, de 1986. Se afasta da bobagem cômica de Alien vs. Predador. Não quer criar universos de forma forçada, não quer ser um filme em função de uma mitologia. Quer contar uma boa história. E divertir.

 

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A jovem Alicia Dudy Muller Veiga, condenada a cinco anos de prisão por desviar dinheiro da festa de formatura da sua turma de Medicina na Universidade de São Paulo (USP), conseguiu realizar o registro como médica no Conselho Federal de Medicina (CFM). Na época da sua condenação, ela negou ter cometido o crime.

No site do CFM, seu registro aparece como "inscrito" desde 26 de dezembro de 2024 e em situação "regular", sob o número de CRM 267045-SP. Não há registro de especialidade.

O Estadão procurou os advogados de Alicia, mas ainda não teve retorno. Também questionou a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo para saber qual o status de cumprimento de pena da jovem, mas ainda não houve resposta.

Alicia foi acusada de desviar R$ 927 mil da formatura de estudantes da Faculdade de Medicina no início de 2023. E foi condenada pelo crime de estelionato, com pena de cinco anos em regime semiaberto, mais indenização às vítimas em valor correspondente ao prejuízo causado, em julho de 2024.

O advogado Sergio Ricardo Stocco Giolo, responsável pela defesa da então estudante, disse, na época da condenação, que ela não cometeu o crime de estelionato. Conforme Giolo, sua cliente apresentou provas que atestam a sua inocência e, por isso, iriam recorrer à decisão da Justiça.

A jovem também é alvo de outro inquérito, de julho de 2022, por suspeita de lavagem de dinheiro e estelionato após ter dado um suposto golpe em uma lotérica. Ela teria gasto mais de R$ 400 mil em apostas no período, mas, na última data em que tentou fazer um jogo, teria deixado de pagar R$ 192 mil ao estabelecimento. Este caso ainda não foi julgado.

A Polícia Civil acredita que o dinheiro usado nas apostas seria o da comissão de formatura.

Relembre o caso

O caso veio à tona no começo de 2023, quando estudantes de Medicina da USP abriram um boletim de ocorrência contra a colega de turma. As investigações apontaram que a então estudante, que era presidente da comissão de formatura, usava o dinheiro levantado para a festa em proveito próprio, para a compra de celular, relógio, aluguel de carros e gastos com aluguel de apartamento.

A polícia percebeu a melhora do padrão de vida da jovem em pouco tempo e a denúncia por estelionato contra Alicia foi feita pelo Ministério Público em março de 2023. A peça, assinada na época pelo promotor Fabiano Pavan Severiano, afirma que a jovem teria praticado estelionato por oito vezes e tentado em uma nona oportunidade, que não chegou a ser concretizada.

A quantidade de crimes praticados pela jovem se refere ao número de ocasiões em que ela teria pedido à empresa contratada para organizar a festa para transferir o montante da conta bancária da comissão para a sua particular. Os repasses teriam começado em novembro de 2021 e se estendido ao longo de 2022 em outras sete ocasiões.

Os oito pedidos totalizaram a transferência de R$ 927.765,33 para as contas de Alicia. Ela teria tentado uma nova transferência em janeiro de 2023, mas a empresa, já ciente da situação por colegas da turma, não efetuou o que seria o nono repasse.

Ainda em janeiro de 2023, Alicia admitiu aos colegas de turma ter perdido o dinheiro arrecadado pela comissão. Primeiro, disse que tinha investido o dinheiro e sido vítima de um golpe praticado por uma empresa de investimentos.