Pedro Cardoso critica os artistas sertanejos de hoje: 'música do fascismo brasileiro'

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O ator Pedro Cardoso criticou a música sertaneja durante participação no programa Do Bom e do Melhor, da Rádio Bandeirantes. A entrevista foi transmitida há três semanas, mas o trecho em questão viralizou nas redes sociais nos últimos dias.

No trecho, o ator diz considerar que as produções sertanejas de hoje são "monótonas" e "a música do fascismo brasileiro", sem artistas verdadeiros por trás.

Para ele, é injusto nomear como sertanejo as atuais produções de sucesso do segmento. "Sertanejo é No Rancho Fundo, que cantava os temas do sertão. O que se tem agora é [uma música sobre] ser corno ou não ser corno; de minha namorada me largou, ou eu larguei minha namorada; a gente se ama, a gente não se ama", começou o intérprete de Agostinho Carrara, de A Grande Família.

Na visão de Cardoso, a música sertaneja brasileira do momento seria uma influência dos Estados Unidos. "Esses comerciantes agrícolas brasileiros são muito apegados à cultura estadunidense, e como lá há o country, que seria o equivalente, eles importaram, inclusive, o layout dos megashows deles e a estética. Perdeu todas as características brasileiras", disparou.

O ator disse ainda que, apesar do sertanejo contar com personalidades que sabem cantar e produtores capazes de reproduzir a sonoridade do estilo, "não sei se tem algum artista verdadeiro ali, sinceramente".

Sua crítica é quanto à temática. "Na minha opinião, é completamente monótona e de baixíssima inspiração. Não é à toa que essa é a expressão do fascismo brasileiro, uma música vazia, sobre nada, sobre ser corno ou não ser corno. É uma obsessão com a masculinidade que é característica dos autoritarismos", completou ele.

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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, encaminhou nesta sexta-feira, 18, ofícios à Prefeitura de São Paulo, à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e à Enel Distribuição São Paulo, solicitando mobilização de equipes após alertas climáticos para o período entre 18 (esta sexta) e 20 de outubro (domingo), na capital paulista. O pedido do Ministério de Minas e Energia (MME) é direcionado também ao governo do Estado.

No caso da Aneel, o acionamento é da equipe de fiscalização junto às concessionárias de distribuição de São Paulo. O documento cita a necessidade de "acionamento da contingência ao enfrentamento de situação que eventualmente enseje a interrupção de energia". A Agência deverá avaliar a mobilização de equipes, pelas concessionárias, no caso da necessidade de recomposição de redes de distribuição.

Na quinta-feira, foi realizada reunião entre o regulador e concessionárias. O ministro pede o apoio do governo do Estado de São Paulo às prefeituras no ponto da regularização urbanística.

A queda de árvores durante o período de chuva e o impacto na rede elétrica foi um dos principais fatores responsáveis pela interrupção do serviço de energia.

O alerta emitido pela Defesa Civil acerca de fortes tempestades e rajadas de vento considera o período que vai desta sexta até domingo em diversas regiões do Estado de São Paulo, incluindo a capital. "Reitero meu entendimento exposto por meio do Ofício de 17 de novembro de 2023, em que manifestei ser premente e necessária a mobilização conjunta entre as equipes da Prefeitura de São Paulo, do Estado de São Paulo e das concessionárias de distribuição de energia elétrica no Estado de São Paulo" disse o ministro em ofício assinado nesta sexta.

O apoio anunciado mais cedo nesta sexta-feira, 18, pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para cobrir prejuízos causados pelo apagão na Grande São Paulo vai valer para empresas e não terá impacto nas contas públicas. A informação foi dada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após o lançamento do programa Acredita, na capital paulista, em evento realizado no Allianz Parque.

O governo, conforme o ministro, vai usar R$ 150 milhões em recursos já disponíveis do Fundo Garantidor de Operações (FGO) para alavancar até R$ 1 bilhão em créditos de bancos a empresas afetadas pela falta de energia após o temporal de sexta-feira da semana passada. A estimativa é de que 380 mil empresas da Região Metropolitana de São Paulo tiveram prejuízos com o apagão.

As empresas que comprovarem perdas com o apagão poderão recorrer ao Pronampe, linha de crédito com taxas mais baixas voltada a micro e pequenos negócios. Já as empresas sediadas em áreas que ficaram sem energia poderão solicitar prorrogação de 60 dias para pagamento de suas dívidas no Pronampe - neste caso sem a necessidade de comprovação de que tiveram prejuízos pelo apagão.

Questionado se também haverá ajuda financeira a famílias, Haddad deixou claro que a linha valerá apenas a empresas. "A linha do Pronampe é só para a atividade econômica", disse o ministro.

Antes, Lula tinha mencionado pessoas que perderam geladeiras e alimentos ao anunciar a linha de crédito. "As pessoas que tiveram prejuízos por conta do apagão, as pessoas que perderam geladeira, as pessoas que perderam, inclusive, sua comida que estava na geladeira, o pequeno comerciante que perdeu alguma coisa, nós vamos estabelecer uma linha de crédito para que as pessoas possam se recuperar e viver muito bem", disse o presidente mais cedo.

Após o discurso de Lula, Haddad observou que as pessoas que tiveram prejuízo em suas casas podem cobrar as perdas da concessionária de energia, no caso a Enel. "Quando um bem, em virtude do apagão, sofreu dano na residência, você pode requerer ao concessionário a reposição desse bem."

O ministro pontuou que os recursos do FGO estavam reservados a outras finalidades, fora do socorro à calamidade do Rio Grande do Sul. "Agora chegou o momento de utilizar", afirmou Haddad.

Ele frisou que a linha não terá impacto nos resultados das contas públicas, e a medida provisória que libera os recursos deve ser assinada antes de o presidente viajar para a reunião da cúpula do Brics na Rússia. "É uma linha de crédito que já existe".

Segundo Haddad, os recursos do Pronampe estão reservados num fundo privado, cujo objetivo é justamente atender emergências.

Ele disse ainda que a medida foi tomada porque, uma semana após o apagão, não foi feito absolutamente nada para aqueles que tiveram perdas. "O presidente Lula ligou para o Rui Costa, ministro da Casa Civil, que está na China, ligou para mim e falou olha, a gente tem que dar uma resposta. Eu falei: vamos fazer uma coisa adequada para a situação de São Paulo e usando os mecanismos de crédito que nós temos à disposição", relatou o ministro.

Antes de Haddad, o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, informou que o financiamento terá uma carência de dois anos para início do pagamento.

A ideia, comentou, é que a medida sirva como apoio aos comerciantes de São Paulo, assim como aconteceu no Rio Grande do Sul, afetado pelas enchentes. "O objetivo é que as pessoas de São Paulo que tiveram seus comércios prejudicados por conta do apagão possam ter algo semelhante", comparou. "Eu vi vários depoimentos de pessoas que perderam o seu estoque. Gente que vendia cachorro-quente que perdeu o seu estoque e não tem como recomprar", exemplificou.

O câmpus da Universidade de São Paulo (USP) no Butantã, na zona oeste da capital, estará fechado no sábado, 19, devido à previsão de um novo temporal, segundo comunicado emitido à comunidade pela prefeitura do câmpus. Além de aulas, a Cidade Universitária é aberta aos sábados para realização de esportes, como a corrida.

A previsão é de que uma frente fria trará precipitações significativas e rajadas de vento que podem ultrapassar os 60km/h, além de possível queda de granizo em algumas regiões do Estado, alerta a Defesa Civil. O acumulado de chuva pode chegar a 200 mm.

Na última sexta-feira, 11, uma forte chuva deixou 3,1 milhões de imóveis da capital e da região metropolitana sem luz. Para evitar novos transtornos, a USP recomendou que a partir desta sexta-feira, 18, aqueles que estiverem no câmpus evitem estacionar veículos sob árvores, bem como permanecer em áreas próximas a árvores.

"Recomendamos também que aparelhos eletrônicos sejam desligados das tomadas e que as janelas sejam travadas para evitar acidentes", afirma o comunicado.

"Em caso de urgência no câmpus, fazer um chamado pelo Aplicativo Campus USP ou entrar em contato com a Guarda Universitária pelos telefones de emergência 3091-4222 ou 3091-3222", completa a instituição.

A USP registrou, em decorrência do vendaval ocorrido na última sexta-feira, 11, queda de 18 árvores na Cidade Universitária. Por conta disso, algumas avenidas e ruas ficaram interditadas. Por outro lado, o fato de toda a rede elétrica da USP ser subterrânea evitou prejuízos elétricos no campus.

"Parte das árvores que caíram já possuía autorização da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, solicitada pela Prefeitura do câmpus, com contratação de empresa para a remoção. No entanto, o Ministério Público oficiou a USP para suspender todas as remoções no campus. Neste momento, estamos encaminhando ao Ministério Público um relatório sobre o ocorrido, para que possamos imediatamente retomar a retirada das árvores que oferecem risco de queda", diz a prefeitura universitária.