Selton se emociona em coletiva de 'Ainda Estou Aqui': 'Minha mãe também morreu com Alzheimer'

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O ator Selton Mello, que interpreta o ex-deputado Rubens Paiva, pai do escritor Marcelo Rubens Paiva, no filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, estava bastante emocionado na primeira coletiva do filme no Brasil. O longa, escolhido pelo País para disputar o Oscar, estreia dia 7 de novembro.

O encontro com a imprensa ocorreu na tarde desta sexta-feira, 18, em São Paulo. Ao falar sobre seu personagem, Selton chorou ao lembrar que, assim como Eunice Paiva, personagem central do filme, sua mãe, Selva Melo, também morreu com Alzheimer, em julho deste ano.

"Foi tão bonito com a Nanda (Fernanda Torres, que interpreta Eunice, mulher de Rubens Paiva). O filme parte de uma viagem pessoal do Waltinho (o diretor Walter Salles) para se transformar em uma viagem pessoal de todos nós do elenco", disse, sem conter as lágrimas.

Selton também falou sobre o composição do personagem. Ele teve que engordar 20 quilos para poder interpretar Rubens Paiva.

"Foi difícil perder depois. Eu tenho 51 anos", disse. "Mas o personagem precisava disso para ser um pai (Rubens e Eunice tiveram 4 filhos). Mas isso (ganhar peso) é apenas uma parte do filme. Ele, na verdade, é meu reencontro com Fernanda, Walter e com o Marcelo, eu sou da geração que foi impactada pelo Feliz Ano Velho (livro de Marcelo Rubens Paiva)", disse o ator.

Ainda Estou Aqui é baseado no livro homônimo escrito por Marcelo Rubens Paiva e conta a história da advogada Eunice Paiva, que teve sua vida transformada quando seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, foi torturado e morto pela ditadura militar brasileira.

Além de Fernanda Torres e Selton Mello, o filme tem Fernanda Montenegro no elenco.

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Um dos suspeitos de atacar uma base da Polícia Militar a tiros no começo desta semana foi preso por volta das 16h da tarde desta sexta-feira, 18, no Guarujá, na Baixada Santista. O homem, de 25 anos, foi encontrado escondido em uma casa no bairro Cachoeira, segundo informações preliminares. A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa do suspeito.

Como mostrou o Estadão, dois ataques a tiros no começo desta semana a agentes da PM no Guarujá fizeram o comando da corporação colocar as tropas em alerta para o risco de uma nova onda de violência na região. Ao menos 280 policiais foram deslocados para lá, em operação denominada Impacto. Outros batalhões ficaram de sobreaviso, caso haja necessidade de mais reforço.

A base da PM, localizada no bairro Vila Zilda, foi atacada na última segunda-feira, 14, por ao menos dois homens - a moto em que estavam já foi localizada, mas os suspeitos seguiam foragidos. No mesmo dia, policiais de moto foram alvos de disparos na Avenida Prefeito Raphael Vitiello, no mesmo bairro do primeiro atentado. Não houve feridos, mas os episódios ligaram o alerta da PM.

O homem preso nesta sexta-feira é o primeiro suspeito de atacar os policiais no começo da semana a ser encontrado. Conforme informações preliminares, os PMs localizaram o suspeito após uma denúncia e um "minucioso trabalho de inteligência". As motivações dos disparos são apuradas pela Polícia Civil.

De acordo com policiais ouvidos pela reportagem, o suspeito, que estaria na garupa da moto durante o ataque à base, já havia sido preso anteriormente por roubo e furto. Ele foi detido em cumprimento ao mandado de prisão por tentativa de homicídio e conduzido à Delegacia de Polícia Sede de Guarujá. O homem que estaria conduzindo a moto durante o ataque segue foragido.

A Vila Zilda, onde os ataques ocorreram, é a mesma em que o soldado Patrick Reis, da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), foi assassinado em julho de 2023. A morte desencadeou a Operação Escudo, uma forte reação da PM que resultou em 28 suspeitos mortos só na primeira fase.

Em 2024, com novas mortes de PMs na região, o governo estadual determinou outras ações na Baixada. Entre 3 de fevereiro e 1º de abril, 56 pessoas foram mortas em ações policiais no âmbito da Operação Verão. O Ministério Público investiga relatos de supostos abusos nessas ações, o que é negado pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Fontes internas da Inteligência da PM ouvidas pela reportagem afirmam que, até agora, não há indícios de interligação entre os dois casos recentes no Guarujá. Mas eles apontam que as medidas foram adotadas como forma de precaução pelo comandante-geral da PM, o coronel Cássio Araújo de Freitas.

Nos últimos anos, a Baixada Santista se tornou um epicentro da atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC), em especial pela proximidade com o Porto de Santos, principal porta de exportação da cocaína que sai do Brasil com destino a países da Europa, como Bélgica e Espanha.

Autoridades investigam supostos 'salves' da facção

Nesta semana, um possível "salve" (orientação da alta cúpula a faccionados) foi encontrado na Penitenciária de Parelheiros, zona sul paulistana. O bilhete, escrito a mão, listava insatisfações sobre as condições das prisões e orientava que líderes do PCC em presídios paulistas indicassem nome e endereço de dois policiais penais de cada unidade, possivelmente para retaliação. A veracidade do salve ainda não foi atestada pelas autoridades.

Em paralelo, uma denúncia anônima, recebida por telefone, apontou que o PCC teria difundido um "salve" demonstrando revolta pela morte de um faccionado com possível atuação no Guarujá e encorajando, por conta disso, ataques contra agentes de segurança do Estado.

O incêndio de um caminhão da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) na Avenida Doutor Gastão Vidigal, na Vila Leopoldina, na última semana aumentou os temores quanto a possíveis atentados. Conforme a Secretaria da Segurança Pública, o caso ocorreu quando o veículo estava sendo conduzido por um agente que retornava de uma audiência com detentos a bordo.

Procurada pela reportagem, a SAP negou "qualquer ataque a seus agentes". A pasta afirma que o veículo sofreu pane elétrica na noite da sexta, 11, durante o temporal. Depois, pegou fogo. "Não houve feridos, pois o caminhão havia sido esvaziado antes do fato", acrescenta a secretaria, em nota.

Integrantes da PM e do Ministério Público do Estado (MP-SP) também minimizaram um possível ataque coordenado. "Não há indícios de correlação dos ataques na Baixada com o suposto salve, cujo conteúdo não foi analisado e confirmado pela Inteligência da SAP e tampouco aqui pelo Gaeco (Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado)", disse o promotor Lincoln Gakiya.

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) emitiu um alerta nesta sexta-feira, 18, sobre a urgência de reforçar o controle das normas éticas, técnicas e sanitárias em mutirões de cirurgias oftalmológicas. A entidade expressou preocupação com a possibilidade de novos casos semelhantes aos registrados no Rio Grande do Norte, onde pacientes perderam a visão após cirurgias de catarata realizadas em um mutirão no município de Parelhas.

O CBO destacou que os mutirões de cirurgias oftalmológicas, frequentemente organizados para suprir as lacunas no acesso à saúde, costumam ser mais frequentes em anos eleitorais. Contudo, a pressa e a falta de controle em várias etapas do processo - desde a contratação de profissionais até a escolha dos ambientes cirúrgicos e o acompanhamento pós-operatório - podem resultar em impactos negativos na saúde dos pacientes.

"Para evitar isso, é fundamental garantir que o acesso a esse tipo de serviço não seja usado como moeda de troca ou meio de convencimento político. A segurança dos pacientes deve ser a prioridade em qualquer ação de saúde pública", enfatizou o CBO.

Para orientar a realização segura dos mutirões, a entidade lançou o Guia de Mutirões de Cirurgia Oftalmológica, elaborado com o apoio técnico do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O documento oferece informações para gestores, contratantes, organizadores, médicos e pacientes.

"É muito importante que a população tenha segurança quando precisa fazer um procedimento", defende a presidente do CBO, Wilma Lelis Barboza. "Casos isolados de complicações não devem ofuscar a importância de cirurgias e tratamentos que são essenciais para a manutenção da visão. É fundamental que as pessoas saibam que, no Brasil, muitos procedimentos são realizados com segurança, e as entidades estão comprometidas em evitar que esses incidentes se repitam", completa.

Entre as orientações, as entidades destacam:

- O atendimento oftalmológico em regime de mutirão deve ser realizado prioritariamente em estabelecimentos com histórico de prestação desse tipo de serviço;

- Cirurgias oftalmológicas devem ser realizadas exclusivamente por médicos oftalmologistas com o Registro de Qualificação de Especialista (RQE), em locais devidamente equipados e regularizados;

- A utilização de unidades móveis ou estruturas temporárias é contraindicada;

- É sugerido aos gestores que esse modelo assistencial só seja ofertado a equipes e empresas de outros estados após a comprovação documentada da incapacidade ou do não interesse das unidades oftalmológicas da região em atender à demanda nas mesmas condições contratuais;

- Durante a realização dos mutirões, cabe às vigilâncias sanitárias (de municípios ou estados) fazerem o monitoramento das atividades realizadas para assegurar o cumprimento das exigências técnicas e operacionais;

- Após a realização dos procedimentos cirúrgicos, os pacientes devem ser acompanhados por até 30 dias pela equipe responsável, sendo obrigatória a comunicação imediata à vigilância sanitária de eventos adversos.

Infecções no Rio Grande do Norte

Quinze pessoas contraíram uma infecção bacteriana após serem operadas num mutirão de cirurgias de catarata em Parelhas (RN), no fim de setembro. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, até esta quinta-feira, 17, nove delas precisaram remover o globo ocular, devido à gravidade das complicações.

Uma investigação da Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte apontou preliminarmente que as infecções podem ter sido causadas por contaminação em procedimentos como higienização e esterilização.

O município, por sua vez, afirmou que as cirurgias foram realizadas dentro da legalidade e que está arcando com todos os atendimentos e procedimentos médicos necessários para os pacientes afetados. Informou ainda que abriu inquérito civil público e começou a ouvir as pessoas envolvidas no caso.

Segundo a presidente do CBO, a realização de mutirões para cirurgias de catarata não se justifica diante da realidade atual do atendimento oftalmológico no Brasil. "Em 2023, a oftalmologia entregou mais de um milhão de cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sem contar o que já existe na saúde suplementar. O número de cirurgias de catarata, considerando a prevalência e a incidência da doença em nosso País, é bastante adequado", avalia. "Em oftalmologia há outros gargalos, mas não é esse."

Wilma também ressalta que a implementação de mutirões em municípios pequenos, onde médicos não têm vínculos permanentes, pode trazer riscos à saúde. "Quando os profissionais visitam o local apenas para realizar as cirurgias, a falta de acompanhamento adequado e de avaliação pós-operatória pode comprometer a segurança do paciente", alerta.

Lei sancionada na quinta-feira, 17, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva determina que o governo federal, Estados e municípios passem a divulgar dados educacionais. O texto estabelece que deve ser dada publicidade a indicadores sobre rendimento escolar, ao número de bolsas de estudo e até mesmo ao currículo de diretores de escolas públicas.

A nova regra foi criada com a justificativa de garantir que a população possa acompanhar como o dinheiro público está sendo usado na educação. Pais e responsáveis também poderão ficar de olho nas escolas dos filhos.

Adaptações Legais

Para implementar diretrizes de transparência atualizadas, a Lei de Inovação Tecnológica foi revisada, exigindo que a alocação de fundos financeiros em educação seja divulgada. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) também sofreu modificações para enfatizar o acesso à informação educacional como um pilar essencial, uma mudança que impacta diretamente o ensino superior.

A legislação determina que instituições educacionais comunitárias, confessionais e filantrópicas beneficiadas por fundos públicos devem assegurar a não inclusão de dirigentes que sejam membros do Poder Executivo, do Ministério Público, ou que sejam parentes até o terceiro grau desses membros, em suas administrações. Essa medida busca prevenir conflitos de interesse e garantir que essas entidades sigam o mesmo padrão de transparência requerido para as instituições públicas.

Veja o que a nova lei exige divulgar:

- número de vagas disponíveis e preenchidas por instituição de ensino pública, lista de espera e de reserva de vagas;

- bolsas e auxílios para estudo e pesquisa concedidos aos estudantes, pesquisadores ou professores;

estatísticas relativas a fluxo e rendimento escolar;

- atividades ou projetos de pesquisa, extensão e inovação tecnológica finalizados e em andamento, no caso de instituições de educação superior;

- execução física e financeira de programas, projetos e atividades voltados para a educação básica e superior financiados com recursos públicos, renúncia fiscal ou subsídios tributários, financeiros ou creditícios;

- currículo profissional e acadêmico dos ocupantes de cargo de direção de instituição de ensino e dos membros dos conselhos de educação, observada a Lei Geral de Proteção de Dados;

- pautas e atas das reuniões do Conselho Nacional de Educação e dos conselhos de educação dos estados e do Distrito Federal.