Polícia Civil do Rio decreta sigilo de 5 anos sobre documentos de operações

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A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro determinou que fiquem sob sigilo pelo período de cinco anos os documentos sobre todas as operações policiais realizadas pela instituição, inclusive aquela realizada na favela do Jacarezinho (zona norte do Rio) no último dia 6, quando a polícia matou 27 pessoas. A ordem de sigilo começou a vigorar em junho de 2020, com o objetivo de "preservar informações para que o vazamento ou divulgação não prejudique próximas etapas dos procedimentos investigatórios", segundo nota da secretaria estadual de Polícia Civil.

A nota esclareceu que os órgãos responsáveis por investigar as operações vão continuar "tendo amplo acesso a todas as informações, de forma a garantir a transparência e a eficácia dos procedimentos em andamento". O Estadão mostrou nesta segunda-feira que, após um pedido por meio da Lei de Acesso à Informação, a polícia se negou a divulgar o nome dos agentes envolvidos na operação do Jacarezinho alegando sigilo estabelecido sobre os dados.

Esse tipo de sigilo impede que a imprensa tenha acesso às informações, mesmo com base na Lei de Acesso à Informação, que obriga os órgãos públicos a atender aos pedidos de esclarecimento. No caso dessas informações da Polícia Civil, elas só serão tornadas públicas após cinco anos.

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) protestou contra a decisão da Polícia Civil. Em nota assinada pelo presidente da entidade, Paulo Jeronimo, a ABI afirmou que "o objetivo de tornar sigilosas as informações é impedir uma investigação isenta" e disse que estuda medidas jurídicas para derrubar o sigilo.

A ONG internacional de direitos humanos Human Rights Watch também criticou a medida, em nota. Referindo-se à operação feita na favela do Jacarezinho, afirmou que "existe um claro conflito de interesse quando a Polícia Civil, que investiga se os próprios agentes violaram a lei, decide decretar sigilo de informações sobre a operação com o argumento de que a sua publicação pode comprometer a investigação ou atividades de inteligência".

A nota segue: "No mesmo dia da operação, o comando da Polícia Civil declarou que não houve nenhum abuso, mesmo antes dos policiais envolvidos registrarem a ocorrência. É difícil acreditar que a motivação para decretar o sigilo é verdadeiramente proteger uma investigação cuja conclusão eles já anteciparam. Sem uma explicação detalhada das razões concretas que justificam a decisão de classificar a informação como reservada por um período tão longo como cinco anos, a classificação mais parece uma tentativa de ocultar informação de interesse público. Tendo em vista as sérias implicações aos direitos humanos e o interesse público do caso, a classificação deveria ser revista por autoridade independente".

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"Vou te pedir a bênção porque vou vestir seus sapatos, em um personagem que fez muito sucesso", brincou Cauã Reymond com Carlos Alberto Ricelli sobre reviver o personagem César Ribeiro no remake de Vale Tudo, que vai ao ar em 31 de março, na faixa das 21h, na Globo.

A reportagem do Estadão esteve presente no evento de lançamento da telenovela, que ocorreu no Rio de Janeiro.

O ator interpretará o "malandro" que é cúmplice de Maria de Fátima e lidou com humor sobre as cenas de sunga do folhetim. Emendou se deveria utilizar o modelo asa delta, que fazia sucesso nos anos 1980, quando a versão original foi lançada: "Mas não sou eu que mando no figurino".

"As cenas são muito divertidas. Estou curtindo a dramaturgia, como ele se comunica com a Maria de Fátima, os pactos que eles têm", disse também, sobre a interpretação.

Cauã tentou contato com o intérprete original de César por meio de sua mulher, a atriz Bruna Lombardi: "Tentei falar com ele nas redes sociais, mas não consegui. Procurei a Bruna, ela me respondeu. Falei com ele ontem [...] Ele foi muito carinhoso. Disse que era para eu fazer o meu César".

Ele completou que "já estava no modo César", à imprensa presente no evento. Vale Tudo, um dos clássicos da teledramaturgia brasileira, substituirá Mania de Você e foi escolhida para comemorar os 60 anos da emissora.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

A atriz Leticia Salles passou por um momento de tensão na manhã da última quinta-feira, 20, ao ser atacada por cinco cachorros de rua enquanto realizava uma gravação na Praça de Araçatiba, em Maricá, no Rio de Janeiro.

Conhecida por dar vida a Filó na primeira fase de Pantanal, Érika em Vai na Fé, e Zélia Noronha em No Rancho Fundo, a atriz compartilhou a experiência nas redes sociais e cobrou ação das autoridades para evitar novos incidentes.

Segundo a atriz, os animais surgiram de repente e a atacaram, impedindo sua fuga. "Eu simplesmente fui fazer uma gravação hoje correndo na Praça de Araçatiba, aqui em Maricá. Do nada, cinco cachorros de rua enormes me atacaram e eu não consegui sair", relatou. Leticia teve ferimentos e precisou buscar atendimento médico - ela recebeu vacina antirrábica e curativos.

Nesta sexta-feira, 21, a atriz fez um novo pronunciamento, atualizando seu estado de saúde e reforçando a gravidade da situação. "Passando pra dizer que tô ótima, vacinada, medicada. Ontem, postei isso de forma super descontraída porque é assim que tento levar minha vida. Mas o que aconteceu foi uma coisa muito séria", afirmou. Leticia descreveu o ataque como uma "nuvem de cachorros" vindo em sua direção e contou que sua primeira reação foi parar de correr.

A artista também revelou ter descoberto outros casos semelhantes e pediu providências. "Depois de conversar com médicos e enfermeiros, percebi que isso é uma situação recorrente. E tem situações muito mais graves que a minha. Teve relatos de criança que chegou lá sem a pele, desfigurada. O que está faltando para isso ser resolvido?", questionou. Para ela, os cães não devem ser culpabilizados, mas precisam ser retirados da área e encaminhados a um local apropriado.

Paolla Oliveira falou sobre a trajetória da personagem Heleninha Roitman com o alcoolismo no remake de Vale Tudo, novela que estreia em 31 de março na faixa das nove pela Globo. "Em trinta anos (da primeira versão para cá) mudou muita coisa, mas o estigma da doença ainda é muito grande", ponderou, ao Estadão, durante a festa de lançamento do folhetim.

"O que vai me fazer feliz é trazer esse questionamento para um lugar mais profundo. Que consigamos enxergar as pessoas por trás da doença, que não é só força de vontade, não é falta de caráter", disse a atriz.

A nova versão de Vale Tudo, escrita por Manuela Dias e dirigida por Paulo Silvestrini, também trouxe outras reflexões sobre a interpretação de Paolla, elogiada na festa de lançamento.

"Estava emocionada. Queria ver se estava tudo certo. Era uma Paolla mais crítica e menos espectadora. Ainda estou construindo a personagem", contou, distraída com os aplausos nas cenas de Heleninha que foram exibidas na ocasião.

Vale Tudo substituirá Mania de Você e foi escolhida para comemorar os 60 anos da TV Globo, sendo considerada um dos clássicos da teledramaturgia brasileira.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais