Trump vai ao Capitólio, brinca sobre 3º mandato e visita Biden na Casa Branca

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Donald Trump fez na quarta-feira um retorno triunfal a Washington, se reunindo com o presidente dos EUA, Joe Biden, na Casa Branca. Mas foi no Capitólio, em um encontro com deputados republicanos, que ele causou furor ao sugerir a possibilidade de um terceiro mandato.

 

"Acho que não estarei concorrendo novamente, a menos que vocês digam: 'Ele é tão bom que temos de pensar em alguma coisa'", disse Trump aos republicanos, que pareciam ter encarado a declaração na brincadeira. Outros, no entanto, levaram a sério.

 

O deputado democrata Dan Goldman prometeu apresentar nesta quinta-feira, 14 uma resolução para esclarecer que o limite constitucional de dois mandatos se aplica mesmo que eles não sejam consecutivos. A 22.ª Emenda da Constituição veta que alguém eleito duas vezes possa concorrer de novo. O que Goldman busca é deixar claro que o princípio se aplica a dois mandatos "no total", sem brechas jurídicas.

 

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Há pouca chance de o presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, votar a resolução. Mas a medida é uma indicação de como os democratas pretendem defender as instituições americanas, mesmo com os trumpistas dominando as duas Casas do Congresso.

 

O limite de mandatos é uma tradição que foi mantida extraoficialmente por mais de um século, até que Theodore Roosevelt decidiu se candidatar a um terceiro mandato - e perdeu -, em 1912. Usando a 2.ª Guerra como justificativa, Franklin D. Roosevelt foi eleito para um terceiro mandato, em 1940, e um quarto, em 1944 - ele morreu cinco meses após a eleição.

 

A 22.ª Emenda foi uma reação do Congresso aos anos FDR. O processo de emendar a Constituição, no entanto, é lento e difícil. São necessários dois terços da Câmara e do Senado, além da ratificação de três quartos dos 50 Estados. A 22.ª Emenda começou a tramitar em 1947 e foi aprovada em 1951. Trump dificilmente teria esse apoio, se optar pelo caminho legislativo.

 

Brincadeira ou não, Trump já deu a entender outras vezes que gostaria de permanecer na Casa Branca após o segundo mandato. Em julho, ele disse a uma plateia de eleitores cristãos que eles "não precisariam mais votar" se ele ganhasse a eleição. "Vou resolver tudo tão bem que vocês não precisarão votar."

 

Em maio, ao discursar na Associação Nacional do Rifle (NRA), Trump sugeriu a mesma coisa. "Não sei se serei considerado (um presidente) de três ou dois mandatos. Se eu ganhar, terei três ou dois mandatos?", disse o republicano, deixando a questão no ar.

 

A ideia vem sendo cogitada há anos. Em 2020, quando ainda estava no cargo, Trump disse a apoiadores em um comício em Nevada: "Vamos ganhar mais quatro anos na Casa Branca. E, depois disso, vamos negociar, certo? Com base na forma como fui tratado, provavelmente tenho direito a mais quatro depois disso."

 

Biden

 

Depois de ser ovacionado pelos deputados republicanos no Congresso, Trump se dirigiu à Casa Branca, para um encontro com o atual presidente. A reunião durou cerca de duas horas. De acordo com repórteres presentes, Biden parabenizou o republicano pela vitória e disse que espera uma transição tranquila. Trump respondeu: "O mundo político é difícil", disse. "Mas é um mundo bom e a transição vai ser tranquila. Agradeço muito isso, Joe."

 

Os jornalistas presentes tentaram perguntar a Trump e Biden sobre a guerra na Ucrânia e defesa da democracia, mas nenhuma questão foi respondida. Logo depois, a equipe do presidente americano pediu que a imprensa saísse do Salão Oval. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira, 6, a regulação do que chamou de "imprensa digital" e chamou o Congresso e o Supremo Tribunal Federal para esse debate. Lula não foi claro ao explicar o que seria a "imprensa digital" - se seriam os sites jornalísticos hospedados na internet ou as plataformas digitais de redes sociais, como X e Facebook.

"Nós precisamos regular essa chamada imprensa digital. Não é possível que em uma imprensa escrita, o cidadão falou uma bobagem e é punido. Tem lei para isso. No digital, não tem lei. Os caras acham que podem fazer o que quiser, xingar, provocar, incentivar morte, promiscuidade. E não tem nada para punir. Não é possível que um cidadão ache que possa interferir na cultura de outros países", afirmou, em entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia, nesta quinta.

As publicações em redes sociais, no entanto, já são passíveis de punição. Em 2022, por exemplo, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atuou contra várias publicações que considerou desinformação e mandou as plataformas retirarem posts do ar. Influenciadores, como Felipe Neto, também já foram condenados a pagar indenizações a políticos por publicações ofensivas ou difamatórias (como no caso de Felipe Neto com Arthur Lira, por exemplo).

Apesar disso, Lula disse entender que "todo mundo tem direito à liberdade de expressão, mas isso não é utilizar meios de comunicação para canalhices, para mentir todo santo dia".

"Nosso Congresso tem responsabilidade e vai ter que colocar isso para regular, se não for o caso, a Suprema Corte vai ter que regular. É preciso moralizar. Todo mundo tem direito à liberdade de expressão, mas isso não é utilizar meios de comunicação para canalhices, para mentir todo santo dia. Isso bagunça a economia, o varejo. É preciso que haja seriedade. Defendo a regulação com a participação da sociedade, porque ninguém quer proibir a liberdade de expressão. Quanto mais liberdade, mais responsabilidade", declarou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que irá derrotar o ex-presidente Jair Bolsonaro em todas as eleições que o ex-chefe do Executivo for candidato. Sem citar Bolsonaro nominalmente, Lula disse que se o ex-presidente acha que vai voltar à Presidência, "pode tirar o cavalo da chuva".

"Se depender de mim, o negacionismo não voltará ao poder. Se depender de mim, a democracia vai derrotar o negacionismo. E se o cidadão que foi presidente, com as bravatas que ele fala, com as mentiras que ele conta, com as provocações que ele faz, quiser se candidatar, ele sabe que eu o derrotei quando eu era oposição e ele estava com a máquina na mão", disse Lula em entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia, nesta quinta-feira, 6.

"Se esse cidadão acha que vai voltar ao poder, pode tirar o cavalo da chuva. Quantas vezes ele for candidato, quantas vezes eu vou derrotá-lo", complementou, na entrevista.

"Esperem o julgamento, se defendam, vai ter condenação ou não, haverá o direito de defesa que nunca houve para mim, se a Justiça entender que ele Bolsonaro pode concorrer, ele pode concorrer. E se for comigo, vai perder outra vez", disse hoje.

Na quarta-feira, 5, em entrevista a rádios de Minas Gerais, Lula disse que, se a Justiça entender que Bolsonaro pode ser candidato em 2026, que assim seja, mas disse que, se ele, Lula, for candidato, Bolsonaro "vai perder outra vez".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, 6, que pretende "reconstruir" a Praça dos Três Poderes após os atos golpistas de 8 de janeiro, mas que o tombamento de prédios públicos dificulta qualquer mudança.

A Praça dos Três Poderes, porém, não sofreu grandes atos de destruição no 8 de janeiro, como aconteceu com as sedes dos Três Poderes (Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal e Congresso). A praça já se encontra aberta ao público.

"Brasília é quase toda tombada. Eu estou querendo reconstruir a Praça dos Três Poderes, que foi desmontada no 8/1, e leva um ano e meio só para fazer um projeto. É tudo interminável, complicado. Quando a gente tomba, estamos fazendo um gesto para a humanidade, mas depois a gente constata que não tem dinheiro no Orçamento do governo federal, estadual e prefeitura, disse.

Lula concedeu entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia, nesta quinta. Usou o exemplo da Praça dos Três Poderes para criticar o tombamento de prédios públicos e a falta de dinheiro para sua manutenção.

"O tombamento deixa um prédio totalmente abandonado. Precisamos rever isso, senão vamos ter muitas coisas tombadas caindo. Temos de ter responsabilidade de tombar qualquer prédio público, colocando dinheiro para que aquilo seja mantido e que tenha gente preparada para fazer a manutenção", afirmou.