Justiça dos EUA determina que Greenpeace pague mais de US$ 660 milhões a empresa após protestos

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O grupo ambientalista Greenpeace foi condenado a pagar mais de US$ 660 milhões em indenizações por difamação e outras acusações movidas por uma empresa de oleodutos, em conexão com os protestos contra a construção do oleoduto Dakota Access na Dakota do Norte, Estados Unidos, decidiu um júri na quarta-feira, 19. A ONG afirmou que planeja recorrer da decisão.

 

A Energy Transfer, sediada em Dallas, e sua subsidiária Dakota Access acusaram a organização Greenpeace International, com sede na Holanda além da Greenpeace USA e da Greenpeace Fund Inc., de difamação, invasão de propriedade, incômodo público, conspiração civil e outros atos. A Greenpeace USA foi considerada culpada por todas as acusações, enquanto as outras entidades foram responsabilizadas por algumas. O valor das indenizações será dividido entre as três organizações.

 

A Greenpeace afirmou anteriormente que uma indenização desse porte poderia levar a organização à falência. Após o veredicto do júri, composto por nove pessoas, a conselheira jurídica sênior da organização declarou que o trabalho do Greenpeace "nunca vai parar." "Essa é a mensagem mais importante de hoje. Estamos saindo daqui e vamos nos reunir para definir nossos próximos passos," disse Deepa Padmanabha a jornalistas na saída do tribunal. A organização afirmou posteriormente que planeja recorrer da decisão.

 

"A luta contra as grandes petrolíferas não termina hoje," disse Kristin Casper, conselheira geral do Greenpeace International. "Sabemos que a lei e a verdade estão do nosso lado." Ela também afirmou que o Greenpeace enfrentará a Energy Transfer em julho, em um processo na Justiça de Amsterdã, movido no mês passado, contra intimidação.

 

O valor total das indenizações chega a quase US$ 666,9 milhões. O júri determinou que a Greenpeace USA deve pagar a maior parte, quase US$ 404 milhões, enquanto a Greenpeace Fund Inc. e a Greenpeace International pagarão cerca de US$ 131 milhões cada.

 

A Energy Transfer classificou o veredicto como uma vitória para "os americanos que entendem a diferença entre o direito à liberdade de expressão e a violação da lei".

 

"Embora estejamos satisfeitos que o Greenpeace tenha sido responsabilizado por suas ações contra nós, essa vitória é, na verdade, para os moradores de Mandan e de toda a Dakota do Norte, que tiveram que conviver com o assédio e as perturbações diárias causadas pelos manifestantes financiados e treinados pelo Greenpeace", afirmou a empresa em nota à Associated Press. A empresa já havia afirmado que a ação judicial não era sobre liberdade de expressão, mas sim sobre o Greenpeace não ter seguido a lei.

 

Em comunicado, o advogado da Energy Transfer, Trey Cox, afirmou: "Este veredicto transmite claramente a mensagem de que, quando o direito de protestar pacificamente é abusado de maneira ilegal e exploradora, tais ações serão responsabilizadas."

 

O caso remonta aos protestos de 2016 e 2017 contra o oleoduto Dakota Access e sua travessia no rio Missouri, a montante da reserva da Tribo Sioux de Standing Rock. A tribo se opõe há anos ao projeto, por considerá-lo um risco ao seu suprimento de água. O oleoduto, que atravessa vários Estados, transporta cerca de 5% da produção diária de petróleo dos EUA. Ele começou a operar em meados de 2017.

 

O advogado Trey Cox argumentou que a Greenpeace orquestrou um esquema para impedir a construção do oleoduto. Durante as alegações iniciais, ele afirmou que a organização pagou manifestantes de fora para protestar na região, enviou suprimentos para bloqueios, organizou ou liderou treinamentos de manifestantes e divulgou declarações falsas sobre o projeto para tentar barrá-lo.

 

Já os advogados da Greenpeace argumentaram que não havia evidências para sustentar as acusações e que os funcionários da organização tiveram pouca ou nenhuma participação nos protestos. Eles também alegaram que as entidades não tiveram qualquer relação com os atrasos na construção ou no financiamento do oleoduto pela Energy Transfer.

Em outra categoria

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu que seja construída uma frente ampla para as eleições de 2026 maior do que aconteceu no pleito de 2022. Em meio às incertezas sobre a saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano que vem, Gleisi enfatizou que o petista terá disposição para ser candidato.

"Não estou discutindo 2026, minha relação com os partidos e lideranças, principalmente no Congresso Nacional, é para a governabilidade do presidente Lula. Claro que a qualidade da convivência que nós estabelecermos, a forma e as relações políticas que nós tivermos vão ser importantes para a criação de uma aliança para 2026", afirmou a ministra em entrevista à CNN Brasil nesta sexta-feira, 21.

"Quero estabelecer a melhor convivência possível, porque defendo que a gente tenha uma frente ampla para a eleição do presidente Lula, maior até do que a gente teve em 2022", acrescentou. Ela pontuou, no entanto, que isso é um processo em construção: "Essa construção que vamos fazer daqui para frente é o que vai qualificar a construção dessa frente ampla."

A ministra voltou a defender o nome de Lula para o próximo pleito eleitoral e disse esperar que o petista seja candidato. "O presidente está muito disposto, com energia, com vontade", pontuou. "Tenho certeza que ele tem disposição para isso ser candidato em 2026."

Gleisi evitou fazer previsões sobre o possível adversário do petista no ano que vem. Segundo ela, "qualquer um que seja, vamos enfrentar".

A ministra da Secretaria das Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, disse nesta sexta-feira, 21, que o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, está sendo "muito injusto" com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "O governo tem uma composição muito mais ampla que a que o elegeu em 2022, com MDB, PSD, União e PP", disse ela, em entrevista à CNN Brasil.

O PSD possui três ministérios no governo federal - Minas e Energia, Pesca e Aquicultura, Agricultura e Pecuária - mas Kassab é secretário de Governo e Relações Institucionais do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), potencial candidato ao Planalto em 2026.

Durante seminário na Fundação Fernando Henrique Cardoso na quinta-feira, 20, Kassab afirmou que Lula está cometendo o mesmo erro que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que está "cada vez mais à esquerda".

"Também discordo que 'qualquer um ganharia a eleição de 2022 de Bolsonaro'", continuou a ministra. "Foram dez candidatos e não foi qualquer um que ganhou, foi Lula. Foi uma eleição muito difícil em que Bolsonaro estava na cadeira da Presidência da República, com muito dinheiro e programas sendo liberados. Muita fake news."

A ministra da Secretaria das Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, defendeu nesta sexta-feira, 21, a criação de uma estratégia do chamado "campo democrático" para evitar a eleição massiva de candidatos de extrema direita para o Senado nas próximas eleições. "Temos que ter meta de construção de frente ampla em 2026, como tivemos em 2022", disse em entrevista à TV Fórum.

E continuou: "Meu foco não é esse aqui no governo, meu foco é dar governabilidade. Mas, obviamente, a construção da governabilidade e das relações com partidos e Congresso Nacional, pode desaguar numa aliança para 2026."

Para depois afirmar: "A extrema direita está preparada. Está querendo eleger ao menos um senador por Estado."

A ministra também pontuou a importância de uma comunicação eficiente do governo federal. "Importante a gente falar para o povo o que nós estamos fazendo e por quê nós estamos fazendo. Mostrar a diferença de projeto. O que (Jair) Bolsonaro fez? O auxílio emergencial fomos nós que aprovamos no Congresso", afirmou a petista.