Explosão mata centenas em hospital de Gaza; árabes desistem de receber Biden

Internacional
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Centenas de palestinos morreram nesta terça-feira, 17, após um míssil atingir um hospital de Gaza onde milhares de civis se abrigavam. Autoridades palestinas culparam Israel, que rejeitou a acusação e atribuiu a explosão a um foguete com defeito lançado pela Jihad Islâmica - grupo aliado do Hamas. Autoridades palestinas registraram mais de 500 mortes no local.

Enquanto os dois lados tentavam vencer a guerra de narrativas, a notícia da destruição do Hospital Al-Ahli - fundado na década de 1880 por missionários anglicanos - teve efeitos diplomáticos. O líder da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, declarou luto de três dias e cancelou a reunião marcada para hoje com o presidente dos EUA, Joe Biden, em Amã.

Em seguida, a Jordânia cancelou o encontro, que teria a presença do presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, e do rei Abdullah, da Jordânia. Os governos egípcio e jordaniano emitiram um comunicado condenando "nos termos mais fortes possíveis" o ataque "bárbaro" ao hospital em Gaza. Irã e Turquia usaram tons parecidos para demonstrar indignação.

A explosão que deixou mais de 500 mortos complicou os planos de Biden. O americano deve se reunir hoje com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, para transmitir seu apoio. Mas o presidente americano parece ter poucos argumentos para convencer os aliados árabes. Na Arábia Saudita, um conselheiro da família real afirmou que as negociações para normalização das relações com Israel estavam mortas.

Crise

Protestos eclodiram ontem em diversas cidades do Oriente Médio e do Norte da África. Os mais intensos foram registrados no Líbano, Tunísia, Turquia, Irã e na Cisjordânia. Em sua maioria, os atos se concentraram diante de embaixadas de Israel, EUA e França.

Em Amã, na Jordânia, manifestantes tentaram incendiar a embaixada de Israel. Imagens que circularam nas redes sociais mostraram uma multidão diante do prédio, cercado por forças de segurança. Segundo o governo jordaniano, o ato foi contido e não houve invasão.

A repercussão, no entanto, não ficou restrita ao Oriente Médio. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse que o ocorrido no hospital não era "aceitável". "Existem regras nas guerras e não é aceitável atingir um hospital." Biden também se disse horrorizado com as mortes no hospital.

Escola

Uma escola da ONU foi bombardeada ontem, deixando pelo menos seis mortos e dezenas de feridos. O local atacado é um complexo de oito escolas em Al-Maghazi, região central de Gaza. Segundo a ONU, cerca de 4 mil pessoas se abrigavam nas instalações.

Palestinos que se deslocaram para o sul de Gaza após ordem do Exército de Israel cogitam voltar para suas casas no norte, em razão dos bombardeios israelenses ao sul. Israel admite os ataques, que alega terem como alvo líderes do Hamas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado, 29, que o Brasil e o Vietnã são aliados na luta por um comércio internacional mais justo e baseado em regras multilaterais, sobretudo quando o protecionismo ameaça desorganizar as cadeias globais de valor.

"Nações geograficamente distantes podem encontrar sinergias e oportunidades para crescer juntas. Com apenas 35 anos de relações diplomáticas, Vietnã e Brasil são exemplos dessa máxima", disse Lula durante o encerramento do "Fórum Econômico Brasil - Vietnã".

O presidente comentou que em 2024 o fluxo bilateral entre os dois países chegou a US$ 7,7 bilhões, doze vezes maior do que em 2008. No plano de ação firmado ontem, 28, foi assumido o compromisso de atingir intercâmbio de US$ 15 bilhões até 2030. A abertura do mercado vietnamita para a carne bovina brasileira, anunciada pelo primeiro-ministro Pham Minh Chính, é o primeiro passo dado nessa direção, disse Lula.

"Hoje, o Brasil exporta mais para o Vietnã do que para parceiros tradicionais como Portugal, Reino Unido ou França. O Vietnã é o quinto destino de produtos do agronegócio brasileiro. Fornecemos cerca de 70% da soja importada pelo Vietnã e 37% da carne suína. No plano de ação que firmamos ontem, assumimos o compromisso de atingir um intercâmbio de US$ 15 bilhões até 2030", afirmou.

Lula disse ainda que a negociação de um acordo Mercosul-Vietnã, que o Brasil pretende lançar ao assumir a presidência do bloco, também contribuirá para esse objetivo. "Nosso desafio principal é diversificar o comércio, contemplando produtos de maior valor agregado", reiterou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado, 29, que a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, continuará fazendo o que ela quiser e que "mulher do presidente Lula" não nasceu para ser dona de casa. Ele foi questionado sobre as críticas da oposição à viagem de Janja a Paris.

"Ela vai continuar fazendo o que ela faz, porque a mulher do presidente Lula não nasceu para ser dona de casa, ela vai estar aonde ela quiser, vai falar o que ela quiser, e vai andar para onde ela quiser, é assim que eu acho que é o papel da mulher", respondeu o presidente.

Nomeada por Lula, Janja discursou como chefe da delegação brasileira na abertura da cúpula Nutrição para o Crescimento (N4G), ocorrida em Paris. Ela recebeu uma deferência do presidente francês, Emmanuel Macron. A primeira-dama já esteve na capital francesa em julho de 2024, para acompanhar a abertura das Olimpíadas e representar o governo brasileiro na cerimônia.

Lula afirmou que Janja não foi à viagem escondida e reiterou que irresponsabilidades da oposição não devem ser respondidas, pois acredita que a própria história se encarregará de julgar os fatos. "Eu sinceramente não respondo à oposição nesse assunto. Eu acho que a Janja tem maioridade suficiente para responder aquilo que é sério. Aquilo que é molecagem, aquilo que é fake news, aquilo que é irresponsabilidade, não precisa responder, a história vai julgar. E a Janja foi oficialmente me representando, ela não foi em uma viagem escondida, ela foi em uma viagem me representando", disse.

Ele também reforçou que Janja não é "clandestina" e que viajou a Paris a convite de Macron. "Ela não faz viagem apócrifa, ela faz viagem porque ela foi convidada para fazer uma viagem e não foi pouca coisa. Ela viajou a convite do companheiro Macron para discutir a aliança global contra a fome e a pobreza, e eu fiquei muito orgulhoso quando ela foi lembrada pelo Macron e ele convidou ela para falar de um assunto que eu poderia ser convidado, que poderia ser convidado de outras pessoas", comentou.

A Polícia Federal exibe o filme "Ainda Estou Aqui" em comemoração do aniversário da corporação, nesta sexta-feira, 28. A sessão do filme premiado com o Oscar de melhor filme internacional neste ano acontecerá na segunda-feira, 31, dia em que o golpe militar de 1964 completa 61 anos, no Cine Brasília.

A exibição do filme, segundo a PF, "busca promover um espaço de debate e conscientização voltado principalmente aos servidores da instituição, reforçando o compromisso da Polícia Federal com a memória, a transparência e o fortalecimento dos valores democráticos".

O filme tem gerado uma repercussão da discussão política no País. Durante o julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete aliados réus por tentativa de golpe de Estado, o ministro Flávio Dino citou o longa como um exemplo das consequências de um atentado à democracia.

"Golpe de Estado mata. Não importa se isto é no dia, no mês seguinte ou alguns anos depois. Vimos isto agora, porque a arte é fonte do direito, também bem sabemos, nas telas pela pena de um lado de Marcelo Rubens Paiva, de outro pela genialidade de Walter Salles, Fernanda Torres e outros tantos que orgulham a cultura brasileira", afirmou Dino.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também promoveu a exibição do filme no Palácio da Alvorada no último mês. A sessão contou com a presença dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

O longa também motivou a apresentação de projetos em defesa do cinema nacional no Congresso. Na Câmara dos Deputados, existem 14 matérias com a temática, protocoladas entre novembro de 2024 e março de 2025.