Imprensa internacional repercute denúncia contra Bolsonaro por tentativa de golpe

Política
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A denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por liderar articulações para um golpe de Estado repercutiu nos principais jornais do mundo. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou nesta terça-feira (18) Bolsonaro e outras 33 pessoas no inquérito que investiga a tentativa de golpe no Brasil.

 

Veículos como El País, The New York Times, The Washington Post, CNN e The Guardian destacaram não apenas o envolvimento do ex-presidente no plano golpista, mas também sua conivência com a suposta tentativa de envenenamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

'The New York Times' (Estados Unidos)

 

O jornal norte-americano ressaltou que Bolsonaro tentou "minar a confiança do país no sistema eleitoral" e reverter o resultado das eleições de 2022. O ex-presidente foi denunciado por cinco crimes, entre eles abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

 

"Bolsonaro foi acusado de comandar um vasto esquema para tentar minar a confiança do país nas eleições de 2022 e depois reverter o resultado, mesmo depois que seus aliados não conseguiram encontrar evidências de fraude", escreveu o New York Times

 

'The Washington Post' (Estados Unidos)

 

Outro importante veículo dos Estados Unidos, o The Washington Post deu destaque à conivência de Bolsonaro com a tentativa de envenenamento do presidente Lula. O inquérito da Polícia Federal concluiu que o ex-presidente tinha conhecimento do plano de assassinato do presidente Lula, de seu vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

 

O jornal resumiu o plano de Bolsonaro dizendo que ele "envolvia semear sistematicamente a desconfiança no sistema eleitoral entre a população, redigir um decreto para dar uma aparência de legalidade ao golpe, pressionar a alta cúpula militar a aderir ao plano e incitar um motim na capital".

 

'CNN' (Estados Unidos)

 

A CNN norte-americana destacou que Bolsonaro tentou "impedir seu adversário de assumir o poder" e apontou a possível repercussão do caso no cenário político brasileiro. "As acusações foram encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília e podem levar a um julgamento de grande repercussão. Se aceitas formalmente pelo STF, os denunciados se tornarão réus", escreveu a CNN.

 

O veículo ainda mencionou que os ministros do STF buscam concluir o julgamento até o final de 2025 para evitar impactos nas eleições de 2026, mas ressaltou que "é improvável que o tribunal tome uma decisão sobre o andamento do caso ou agende audiências preliminares antes de março deste ano". Além disso, o canal recordou que Bolsonaro está em negociações para um possível acordo de anistia.

 

'El País' (Espanha)

 

O jornal espanhol El País deu destaque à denúncia em sua manchete e afirmou que Bolsonaro "está a um passo de ir a julgamento" por tentativa de golpe para "reverter sua derrota nas urnas".

 

"Além de Bolsonaro, 33 pessoas foram denunciadas, incluindo o militar Walter Braga Netto, que foi seu candidato a vice-presidente e está preso por obstruir as investigações. Nunca antes um general de quatro estrelas do Brasil havia sido encarcerado", escreveu o El País. O veículo também repercutiu as declarações de Bolsonaro feitas mais cedo no Senado Federal.

 

'The Guardian' (Reino Unido)

 

O jornal britânico The Guardian descreveu Bolsonaro como "o líder populista radical de direita" e destacou que ele foi formalmente acusado de arquitetar uma conspiração de extrema direita para se manter no poder por meio de um golpe militar.

 

O ex-presidente é apontado como líder de uma organização criminosa "baseada em projeto autoritário de poder" e "com forte influência de setores militares".

 

"Bolsonaro foi formalmente acusado de ajudar a arquitetar uma conspiração de extrema-direita para se manter no poder por meio de um golpe militar", escreveu o The Guardian.

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O secretário de Estados dos EUA, Marco Rubio, disse nesta terça, 11, que a Ucrânia deu um passo positivo ao aceitar o cessar-fogo de 30 dias proposto pelos americanos e espera que os russos retribuam. "A bola agora está no campo da Rússia em relação à paz na Ucrânia".

Rubio declarou à jornalistas que o único jeito de sair da guerra é com uma negociação e que o cessar-fogo "é um início para as discussões de como acabar com a guerra de forma permanente".

Em coletivo junto ao secretário de Estado, o assessor de segurança nacional dos EUA, Mike Waltz, afirmou que irá falar com seu homólogo russo nos próximos dia.

Sobre prazos para assinatura de um acordo, Waltz e Rubio disseram que querem realizá-lo o mais cedo possível.

O Hamas anunciou nesta terça-feira, 11, o início das negociações com Israel e um representante dos Estados Unidos para a segunda fase de um cessar-fogo na Faixa de Gaza. "Esperamos que esta rodada traga avanços significativos para o início da próxima fase das negociações, pavimentando o caminho para o fim da agressão, a retirada da ocupação de Gaza e a conclusão de um acordo de troca de prisioneiros", afirmou o grupo.

O Hamas também declarou que o governo dos EUA, sob a liderança de Donald Trump, é responsável "politicamente, legalmente, humanitariamente e moralmente" pelo apoio irrestrito ao governo de ocupação extremista de Israel, que, segundo o grupo, comete crimes de assassinato e deslocamento forçado contra o povo palestino.

Em um comunicado, o movimento exigiu que a comunidade internacional, junto a organizações humanitárias e de direitos humanos, pressione Israel para interromper as "graves violações" que, segundo o Hamas, podem "ameaçar" a segurança e a estabilidade na região e no mundo.

O primeiro-ministro da província canadense de Ontário, Doug Ford, alertou nesta terça, 11, sobre uma possível "recessão Trump" e afirmou que não "hesitará" em interromper as exportações de energia elétrica para os Estados Unidos, caso o republicano continue a "prejudicar famílias canadenses".

Em entrevista à CNBC, Ford declarou: "Se entrarmos em uma recessão, ela será chamada de recessão Trump". Ao ser questionado sobre a possibilidade de paralisar as exportações de eletricidade, ele acrescentou: "Essa é a última coisa que eu quero fazer. Eu quero enviar mais eletricidade para os EUA, para nossos aliados mais próximos ou nossos melhores vizinhos do mundo. Quero enviar mais eletricidade."

No entanto, Ford destacou que a energia é uma "ferramenta em nosso arsenal" no contexto da guerra comercial promovida por Trump. "À medida que ele Trump continua prejudicando as famílias canadenses, as famílias de Ontário, eu não hesitarei em fazer isso. Essa é a última coisa que eu quero fazer", completou.

As declarações de Ford ocorreram após Trump anunciar uma tarifa adicional de 25% sobre o aço e alumínio canadenses, elevando a taxa para 50%, em resposta à sobretaxa de 25% imposta por Ontário sobre a eletricidade exportada para os EUA.