Lula diz que esquerda levou 'surra' nas redes e afirma que tem disposição para mais 5 eleições

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que a esquerda levou uma "surra" nas redes sociais, voltou a atacar o ex-presidente Jair Bolsonaro e disse que o Congresso tem "gente desqualificada". As declarações foram dadas no 16º Congresso do PCdoB, partido que apoia o governo do petista.

 

O petista afirmou que tem disposição para disputar mais cinco eleições e que muito provavelmente será candidato em 2026.

 

"Se eu decidisse ser candidato, obviamente a direção dos partidos que verem, se eu decidisse ser candidato, não é para disputar só, é para a gente ganhar essas eleições", disse.

 

Ele também relembrou os resultados das eleições presidenciais após a redemocratização e destacou que o PT foi ao menos segundo colocado em todos. "Só dá nós, somos primeiro ou segundo", afirmou.

 

Segundo o presidente, é preciso ir atrás de "pessoas que não têm dono" e dar mais importância para os trabalhadores, e não para o mercado financeiro.

 

"A gente tem que calibrar o discurso para falar com a sociedade brasileira. A gente não tem que dar muita importância para a Faria Lima não, o nosso discurso é para o povo brasileiro, para aqueles que trabalham", declarou o presidente, que disse refletir sobre a esquerda atual após gravar, nesta quinta, uma mensagem de um grupo de europeus que querem recriar um partido socialista.

 

Lula também declarou que o desafio da esquerda é convencer críticos a estarem com os partidos progressistas nas eleições. Segundo ele, os últimos pleitos mostraram que a extrema direita presente na Segunda Guerra Mundial está retornando.

 

"Como se explica uma figura grotesca como Bolsonaro virar presidente da República?", disse o petista em ataque ao ex-presidente.

 

Lula também disse que os esquerdistas deixaram de falar com "milhões de pessoas que são organizadas politicamente" e cobrou o uso do discurso que a democracia é "comida na mesa, salário e mais universidades". "A revolução que devemos fazer é voltar aos braços do povo e ir onde o povo está", declarou o presidente.

 

Ele também questionou os resultados das últimas eleições para a composição da Câmara dos Deputados comparado com os resultados para o pleito presidencial, afirmando que a esquerda fará maioria quando "entender que deputados são importantes". Ele disse ainda que, nos dias atuais, políticos sem emendas não possuem chance de competir. Para ele, a atual composição do Congresso é uma das piores.

 

O presidente também voltou a criticar as redes sociais pelo compartilhamento de conteúdo pornográfico infantil e discurso de ódio. "Eu chamo de redes digitais, porque de sociais não tem nada".

 

Ele disse ainda que os evangélicos não são contra a esquerda e atestou que os políticos progressistas não sabem se comunicar com o grupo. "Qual é o projeto que nós vamos apresentar a esse País? Quando é que nós vamos deixar de dizer que os evangélicos são contra nós? Evangélicos não são contra nós nada. Nós é que não sabemos falar com eles. O erro está na gente, o erro não está neles", declarou o petista.

 

Nos últimos dias, Lula voltou a acenar aos evangélicos. Nesta quinta, ele se reuniu com o bispo primaz Manoel Ferreira, o bispo Samuel Ferreira e deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP), que são lideranças do grupo. Estava presente na agenda o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, declaradamente evangélico, e que deve ser indicado ao STF pelo presidente nos próximos dias.

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A ameaça que o conflito entre Rússia e Ucrânia se espalhe por mais países europeus existe e é um dos temas tratados, ainda que de forma tangencial, pelo guia "Todos são Responsáveis" lançado nesta quinta-feira pelo governo francês.

O documento alerta para os procedimentos a serem adotados caso "o funcionamento normal da sociedade seja de alguma forma perturbado" - e isso inclui ciberataques - uma forma moderna de terrorismo muito em voga no continente. Tempestades, inundações, ciberataques, crises sanitárias e ainda conflitos armados: como nossa sociedade é confrontada com a multiplicação de ameaças" diz o documento explicando a necessidade do guia. Há instruções para a montagem de kits de sobrevivência, com a recomendação de armazenagem de seis litros de água por pessoa, por exemplo.

Dividido entre 'cuidados básicos' - como comer, beber e manter-se aquecido - a cartilha também enumera quais os riscos aos quais a França está atualmente exposta. A Rússia não é citada diretamente no documento do governo francês, mas a nova guerra travada no continente é lembrada, ao lado do conflito no Oriente Médio, entre Israel e o grupo Hamas. Na manhã desta quinta-feira, o ministro da Defesa, Fabien Mandon, disse que as famílias francesas precisam "estar preparadas para perderem seus filhos".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um projeto de lei que obriga seu governo a divulgar todos os arquivos relacionados ao caso Jeffrey Epstein, após meses de resistência e sob pressão crescente dentro do próprio Partido Republicano. Segundo ele, a insistência democrata no tema busca "desviar a atenção de nossas VITÓRIAS MARAVILHOSAS", escreveu na Truth Social.

A legislação determina que o Departamento de Justiça publique, em até 30 dias, todos os documentos e comunicações referentes a Epstein, incluindo informações sobre a investigação de sua morte em uma prisão federal em 2019. O texto permite apenas redações vinculadas à proteção de vítimas ou a investigações em curso, proibindo retenções por "constrangimento, dano reputacional ou sensibilidade política".

A aprovação simboliza uma reviravolta para uma pauta que inicialmente parecia improvável, apoiada por uma coligação pouco usual de democratas, um republicano crítico do presidente e alguns ex-aliados de Trump. Diante do avanço inevitável no Congresso, Trump fez no fim de semana uma guinada abrupta, afirmando que o tema havia se tornado uma "distração" para a agenda republicana. "Não quero que os republicanos tirem os olhos de todas as vitórias que tivemos", escreveu na terça-feira.

A Câmara aprovou o texto por 427 votos a 1, com o deputado Clay Higgins, da Louisiana, como único dissidente, alegando que a linguagem poderia expor pessoas inocentes citadas na investigação. O Senado aprovou a proposta por unanimidade, sem votação formal.

Trump foi amigo de Epstein no passado, embora diga ter cortado laços muito antes das acusações e desconhecer os crimes cometidos pelo financista. Antes de seu retorno à Casa Branca, aliados próximos ajudaram a alimentar teorias de acobertamento na condução federal do caso, apontando possível ocultação de informações sensíveis nos arquivos.

O presidente Donald Trump anunciou, na noite desta quarta-feira, 19, que ele e o prefeito eleito da cidade de Nova York, Zohran Mamdani, vão se encontrar nesta sexta-feira, 21, para uma reunião na Casa Branca. O anúncio foi feito pelo republicano através da Truth Social.

"O prefeito comunista solicitou uma reunião", escreveu, afirmando em seguida que dará "mais detalhes em breve". O encontro deve acontecer no Salão Oval do palácio presidencial, local onde nos últimos meses Trump constrangeu de Volodmir Zelenski, presidente ucraniano, a Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul.

Esta semana, o mandatário recebeu o príncipe da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, e o jogador de futebol português (que atua agora pelo Al Nassr) Cristiano Ronaldo. Mamdani ainda não se pronunciou sobre o assunto. Mas na segunda-feira, 17, ele adiantou a possibilidade do encontro afirmando que sua equipe havia entrado em contato com a Casa Branca para agendar uma possível reunião. No domingo, 16, Trump disse a repórteres que planejava se encontrar com Mamdani.

Desde o período de campanha, Trump chama o novo prefeito eleito, que se intitula como socialista democrata, de "comunista". O presidente americano chegou a ameaçar deportar Mamdani, que nasceu em Uganda e se naturalizou cidadão americano em 2018, e cortar verbas federais da cidade.

(Com informações de AP)