Novo Código Eleitoral é bom para 'ficha-suja', alertam promotores e procuradores

Política
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Às vésperas da votação do projeto do Novo Código Eleitoral na Câmara dos Deputados, a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público divulgou nesta segunda-feira, 30, uma lista com 18 retrocessos que a proposta implica no âmbito do combate à corrupção nas eleições brasileiras. De acordo com a entidade, alguns dispositivos do projeto relatado pela deputada Margarete Coelho (PP-PI) 'abrem espaço para práticas que já estavam abolidas do processo eleitoral e colocam em risco a democracia brasileira', entre elas a possibilidade de candidatos "ficha-suja" serem eleitos.

Questões relacionadas à inelegibilidade ocupam dois lugares do 'Top 3' dos retrocessos apontados pelo Conamp. A entidade ressalta, por exemplo, que a proposta em tramitação na Câmara reduz 'drasticamente' os prazos de inelegibilidades criados pela Lei da Ficha Limpa. Atualmente, o limite de oito anos é contado após o término do cumprimento de pena, mas a proposta que será votada na Câmara considera a contagem a partir da condenação.

Além disso, o texto "blinda candidatos de inelegibilidade infraconstitucional que surgem após o registro de candidatura, permitindo que candidatos ficha suja na data da eleição possam ser eleitos", dizem os procuradores e promotores. De acordo com a Conamp, isso significa que, caso a condenação de um político tenha saído depois do registro da candidatura, ele poderá seguir disputando as eleições e, se ganhar, terá o direito de assumir o cargo, mesmo que precise cumprir pena.

Como mostrou o Estadão, texto ainda estabelece que a inelegibilidade não se aplica a políticos condenados em casos em que a pena tenha sido substituída pela restritiva de direitos. De acordo com os procuradores, a exceção não é razoável considerando que o Código Penal permite a substituição em condenações de até 4 anos, envolvendo crimes graves.

Outro ponto que também já havia sido questionado pelos procuradores é a descriminalização de delitos praticados no dia da eleição como o uso de alto-falantes, comício ou carreata, boca de urna. A proposta é a conversão da tipificação de tais condutas em ilícito cível-eleitoral punível com multa entre R$ 5 mil a R$ 30 mil. Hoje, tais condutas podem levar os suspeitos à prisão, além de prever a cassação do candidato responsável pelo ilícito.

O texto que tramita na Câmara ainda reduz o prazo para ajuizamento da maioria das ações eleitorais que coíbem os abusos, as condutas ilícitas e a corrupção, fixando em apenas 15 dias após a eleição, o que, segundo o Conamp, dificulta as investigações. Além disso, limita apenas para o ano eleitoral, a partir de 1º de janeiro, condutas vedadas aos agentes públicos que são consideradas graves.

"O projeto coloca em risco conquistas da democracia brasileira em busca de eleições limpas e com candidatos idôneos. A aprovação em regime de urgência é um perigo para a sociedade, a iniciativa deveria ter sido discutida de forma mais ampla", afirma o presidente da Conamp Manoel Murrieta.

Outro 'retrocesso' apontado pela entidade é o fato de a proposta 'enfraquecer' o Tribunal Superior Eleitoral, retirando poderes da Corte para analisar as contas das candidaturas e dos partidos políticos. A proposta em tramitação na Câmara permite que os partidos políticos contratem empresas privadas para analisar suas contas e informá-las à Justiça Eleitoral.

"Atualmente, os dados são encaminhados de forma bruta aos Tribunais Regionais Eleitorais, que analisam caso a caso, junto ao Ministério Público. Se forem encontrados problemas, eles são passíveis de punições que vão desde multas até a cassação do respectivo mandato", explicou a Conamp em nota.

Ainda de acordo com a entidade, cassação de uma candidatura também fica mais difícil caso o a proposta seja aprovada na Câmara. De acordo com os procuradores e promotores, o texto debatido pelos deputados exige para cassação do registro, mandato ou diploma a análise da gravidade da conduta, levando em consideração o nexo causal entre a conduta ilícita e o resultado da eleição. De acordo com a Conamp, tal previsão dificulta a aplicação da pena em caso de compra de votos e condutas vedadas.

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O presidente Donald Trump deve assinar nesta quinta-feira, 20, o decreto que ordena o desmonte do Departamento de Educação. Com isso, o republicano avança para cumprir a promessa de fechar a agência, embora autoridades americanas reconheçam que isso requer aprovação do Congresso.

Autoridades da Casa Branca que falaram sob condição de anonimato confirmaram os planos do presidente de assinar o decreto, que havia sido antecipado pela imprensa americana. Trump deve instruir a secretária Linda McMahon a tomar as medidas necessárias para fechar o departamento e transferir a autoridade sobre a educação para os Estados.

O departamento não pode ser encerrado sem a aprovação do Congresso, que o criou. Mas Donald Trump tem adotado medidas para reduzir a autoridade da agência e cortar o quadro de funcionários pela metade ao mesmo tempo em que sinaliza os planos para tentar fechá-la, cumprindo uma promessa de campanha.

A maior parte dos americanos é contra o fechamento do Departamento de Educação, indicam pesquisas recentes. E a ordem deve desencadear mais uma batalha na Justiça para o governo, que está envolvido em vários processos.

Criado em 1979, o Departamento de Educação administra empréstimos estudantis e programas de auxílio, além de fiscalizar os direitos civis.

O financiamento federal representa cerca de 14% do orçamento das escolas públicas, que são mantidas em grande parte pelos impostos dos Estados e municípios. As universidades são mais dependentes do dinheiro que vem de Washington, tanto por meio de bolsas de pesquisa quanto de auxílios que ajudam os estudantes a pagar suas mensalidades.

Os republicanos falam em fechar o Departamento de Educação há décadas, argumentando que a agência seria um desperdício de dinheiro, além de interferir em decisões que deveriam ser de responsabilidade dos Estados. A ideia ganhou força mais recentemente, com pais conservadores exigindo mais autoridade sobre a educação dos filhos.

O porta-voz da Casa Branca, Harrison Fields, disse em nota que o decreto "capacitará pais, Estados e comunidades a assumir o controle e melhorar os resultados para todos os alunos". Espera-se que o decreto cite as baixas pontuações nos testes para justificar o desmonte do departamento, mas autoridades do governo não explicam como isso melhoraria o desempenho.

Durante a campanha, Donald Trump prometeu fechar o departamento e devolver sua autoridade para os Estados. Ele retratou a agência como reduto de "radicais, fanáticos e marxistas".

Ao mesmo tempo, o presidente usa o Departamento de Educação para avançar com sua agenda. Ele usou os poderes investigativos do Escritório de Direitos Civis e a ameaça de retirar o financiamento federal de escolas e universidades que descumprirem ordens sobre a participação de atletas transexuais em esportes femininos, protestos contra a guerra em Gaza e programas de diversidade.

A presidente da Associação Nacional de Educação, Becky Pringle, disse que o decreto eliminaria programas que atingem todos os estudantes. "Se forem bem-sucedidas, as ações contínuas de Trump prejudicarão todos os alunos, aumentando o tamanho das turmas, cortando programas de treinamento, tornando o ensino superior mais caro e fora do alcance das famílias de classe média, retirando os serviços de educação especial para alunos com deficiências e eliminando as proteções dos direitos civis dos alunos", disse. (Com agências internacionais).

O peixe-bolha, considerado um dos animais mais feios do mundo, ganhou a competição do Peixe do Ano de 2025 na Nova Zelândia, realizada pela organização Mountain to Sea Conservation Trust. Em 2013, o animal virou o mascote oficial da Sociedade de Preservação dos Animais Feios do Reino Unido.

O peixe-bolha levou o prêmio com quase 1.300 dos 5.583 votos. Segundo a organização, a competição foi acirrada com o segundo colocado, o peixe-relógio, que teve 300 votos a menos que o peixe-bolha.

Em nota, a Mountain to Sea Conservation Trust explicou que o peixe-relógio começou forte e manteve uma vantagem confortável até a metade da última semana de votação. Porém, o cenário mudou quando a rádio More FM decidiu apoiar o peixe-bolha.

"Nós e o povo da Nova Zelândia estávamos cansados de ver outros peixes recebendo toda a atenção. O peixe-bolha ficou ali, pacientemente no fundo do oceano, boca aberta, esperando o próximo molusco passar para ele comer. Ele foi zoado a vida inteira e pensamos: 'Chega disso! Está na hora do peixe-bolha ter seu momento de glória', e que momento glorioso este é!", disseram os apresentadores do programa More FM Drive, Sarah e Flynny.

O vice-campeão também é um peixe de águas profundas. Apesar de ter recebido apoio tardio das organizações Forest & Bird e Greenpeace Aotearoa, isso não foi suficiente para virar o jogo.

'Batalha dos esquecidos das profundezas'

"Conhecido por sua aparência deprimida e textura extremamente mole quando retirado das profundezas, os neozelandeses demonstraram que realmente acreditam que o bolha é bonito", disse a organização realizadora em nota.

A codiretora do Mountains to Sea Conservation Trust, Kim Jones, comentou: "Foi uma batalha dos esquecidos das profundezas. Um duelo entre dois peixes peculiares das águas profundas, em que a beleza não convencional do peixe-bolha conquistou os eleitores."

Dos dez principais indicados ao Peixe do Ano, nove são considerados vulneráveis por grupos de conservação, incluindo o peixe-bolha, disse o Mountains to Sea Conservation Trust.

Ataques de Israel contra a Faixa de Gaza mataram ao menos 40 palestinos entre a noite da quarta-feira, 19, e a manhã desta quinta-feira, 20. A ofensiva mirou as cidades de Khan Younis e Rafah, no sul do território, e Beit Lahiya, no norte. O número de vítimas foi informado por hospitais das regiões afetadas. As forças de Israel não se manifestaram sobre a nova onda de ataques. O cessar-fogo na Faixa de Gaza que durava desde o dia 19 de janeiro foi quebrado por Israel na terça-feira, 18, quando intensos bombardeios mataram mais de 400 palestinos, segundo autoridades locais. Fonte: Associated Press.