Comandantes das Forças Armadas vão a Câmara reclamar de corte no Orçamento

Política
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O ministro da Defesa, José Múcio, e os comandantes das Forças Armadas participam de audiência nesta quarta-feira, 17 na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. Na sessão, os militares reclamam dos cortes no Orçamento. Marcos Sampaio Olsen, da Marinha, por exemplo, alertou que o valor alocado para munição e combustível estão abaixo do que é necessário ou do mínimo aceitável.

"A Defesa é um importante setor que carece de atenção e investimento", afirma Múcio. Já Olsen apontou que houve um índice de perda de 46% na capacidade orçamentária no setor de Defesa nos últimos dez anos. "A Marinha tem adotado uma redução de efetivo de maneira a tornar o orçamento mais eficiente", diz Olsen. Ele argumenta que alguns desses programas afetados poderia produzir empregos diretos e indiretos.

Segundo o comando, parte dos cortes ocorreram na elaboração do Orçamento pelo Legislativo. Na apresentação que expôs aos deputados, chamou essa fase de "momento legislativo" e disse que as perdas foram de 5,6%.

Tomas Miguel Miné Ribeiro Paiva, comandante do Exército elencou que unidades de combate do Exército brasileiro estão ficando ultrapassadas. Caso de blindados, que, segundo ele, estão com 20 anos de defasagem.

Também participa da audiência o comandante da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno.

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O Irã se reuniu pela primeira vez com representantes do presidente dos EUA, Donald Trump, para discutir um novo acordo nuclear. O encontro, realizado em Omã, tinha como objetivo ressuscitar o espírito do tratado internacional de 2015, que limitava a capacidade dos iranianos de fabricar uma bomba atômica.

O chanceler iraniano, Abbas Araqchi, disse no Telegram que se reuniu com a delegação americana, chefiada por Steve Witkoff, enviado de Trump ao Oriente Médio, em negociações indiretas mediadas pelo governo de Omã, mas não deu detalhes sobre o resultado do diálogo.

"Após mais de duas horas e meia de conversas indiretas, os chefes das delegações iraniana e americana conversaram por alguns minutos na presença do ministro das Relações Exteriores de Omã", disse Araqchi. "Ambos os lados concordaram em continuar as negociações na próxima semana." Os EUA não comentaram o encontro.

Antes da reunião, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, havia revelado que cada delegação teria sua própria sala e trocaria mensagens por meio do chanceler de Omã, uma demonstração do abismo que separa a diplomacia dos dois países.

"O foco das negociações é o alívio das tensões regionais, a troca de prisioneiros e acordos limitados para aliviar as sanções contra o Irã, em troca do controle do programa nuclear iraniano", afirmou ontem uma fonte de Omã à agência Reuters.

O governo de Omã é um velho intermediário entre as potências ocidentais e o Irã, conhecido por rabalhar em silêncio nos bastidores da diplomacia. No passado, o país mediou a libertação de vários presos ocidentais detidos pelos iranianos.

O regime de Teerã expressou cautela com as negociações, cético quanto à possibilidade de um acordo e desconfiado de Trump, que ameaçou repetidamente bombardear o país caso um acordo não seja alcançado.

Em 2015, no apagar das luzes da presidência de Barack Obama, EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha aceitaram suspender as sanções ao programa nuclear iraniano em troca de seu desmantelamento.

O acordo permite que o Irã prossiga no desenvolvimento de seu programa nuclear para fins comerciais, médicos e industriais, em linha com os padrões internacionais de não proliferação atômica. Em 2018, no entanto, Trump retirou os EUA do acordo, que acabou naufragando.

Agora, embora Trump ainda possa oferecer um alívio das sanções para a economia do Irã, ainda não está claro o quanto o Irã estiraria disposto a ceder. Pelo acordo nuclear de 2015, os iranianos só poderiam manter um pequeno estoque de urânio enriquecido a 3,67%.

Atualmente, porém, o estoque de Teerã permite a construção de várias armas nucleares, se os aiatolás quiserem, e possui material enriquecido a 60%, um passo curto e técnico para chegar a níveis capazes de armar uma bomba. Especialistas acreditam que o Irã, provavelmente, exigirá permissão para enriquecer urânio até pelo menos 20%.

O exército de Israel disse que vai demitir reservistas da força aérea que assinaram uma carta aberta que condena a guerra em Gaza por servir principalmente a interesses políticos e não trazer os reféns para casa.

Em uma declaração à Associated Press, um oficial do exército disse que não havia espaço para nenhum indivíduo, incluindo reservistas em serviço ativo, "explorar seu status militar enquanto participava simultaneamente dos combates", chamando a carta de uma quebra de confiança entre comandantes e subordinados.

O Exército afirmou ter decidido que qualquer reservista ativo que assinasse a carta não poderá continuar servindo. Não especificou quantas pessoas estavam incluídas ou se os disparos já haviam começado.

Quase mil reservistas e aposentados da Força Aérea Israelense assinaram a carta, publicada na mídia israelense na quinta-feira, 10, exigindo o retorno imediato dos reféns, mesmo que isso implique no fim dos combates.

A carta chega no momento em que Israel intensifica sua ofensiva em Gaza, buscando aumentar a pressão sobre o Hamas para que devolva os 59 reféns que ainda estão presos.

As discussões entre o enviado especial dos EUA, Steven Witkoff, e o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, foram "muito produtivas e construtivas". É o que aponta comunicado da Casa Branca divulgado pela embaixada virtual dos Estados Unidos relativa a Teerã. Encontro ocorreu em Omã neste sábado, 12. Uma nova conversa está prevista para sábado que vem, dia 19.

"O enviado especial Witkoff ressaltou ao Dr. Araghchi que ele tinha instruções do presidente (Donald) Trump para resolver as diferenças entre nossas duas nações através do diálogo e diplomacia, se isto for possível", diz o texto. "Estas questões são muito complicadas e a comunicação direta do enviado especial Witkoff hoje foi um passo à frente para alcançar um resultado mutuamente benéfico. Os lados concordaram em se encontrar novamente no próximo sábado."