Kassab e Valdemar Costa Neto disputam hegemonia em São Paulo

Política
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Com a derrocada do PSDB em São Paulo, PSD e PL, partidos comandados, respectivamente, por Gilberto Kassab e Valdemar Costa Neto, travam uma acirrada disputa na eleição municipal deste ano pela hegemonia no maior Estado do País. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as duas legendas lideram os pedidos de registro de candidatura a prefeito, com o PSD à frente.

Kassab nega qualquer tipo de atrito com o PL. Procurado, Valdemar Costa Neto não atendeu aos pedidos de comentário da reportagem.

O presidente do PSD, que tem planos de disputar o governo de São Paulo no futuro, quase dobrou o número de candidatos a prefeito da sigla. Em 2020, o partido tinha 206 postulantes aos Executivos municipais paulistas. Agora, esse número saltou para 399; desse total, 151 são candidatos que buscam a reeleição.

À frente do estratégico cargo de secretário de Governo da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), Kassab conduziu uma investida sobre prefeitos do interior no ano passado, gerando desconforto entre as legendas da base do governador. A meta do PSD é eleger pelo menos 200 prefeitos nesta eleição.

A sigla lançou candidatos à prefeitura em algumas das cidades com maior número de eleitores, como São José dos Campos (Anderson Farias), Ribeirão Preto (Ricardo Silva), Piracicaba (Helinho Zanatta), Carapicuíba (José Roberto) e Bauru (Suéllen Rosim).

O PL também elevou suas ambições no Estado neste ano. Em 2020, o partido apresentou 116 candidatos a prefeito; em 2024, esse número mais que dobrou, alcançando 289 candidaturas, das quais 51 são de prefeitos que tentam a reeleição. Entre as maiores cidades onde a legenda tem candidatos à prefeitura estão Guarulhos (Lucas Sanches), Santo André (Luiz Zacarias), São José dos Campos (Eduardo Cury), Sorocaba (Danilo Balas) e Santos (Rosana Valle).

Espaço

A crescente influência de Kassab no Estado causa incômodo no PL, sobretudo entre os bolsonaristas, que se irritam com sua presença tanto no governo de São Paulo quanto no governo federal, no qual o PSD comanda três ministérios. Enquanto Kassab se articula para ser o vice de Tarcísio em 2026, o PL tenta filiar o governador, em manobra que poderia impedir a renovação da aliança com o PSD.

Kassab nega mal-estar com o PL e ressalta que apoiou Ricardo Mello Araújo, quadro da legenda, como vice na chapa do prefeito Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo.

Segundo ele, o PSD está focado em desenvolver um projeto alinhado com Tarcísio, que, nas suas palavras, é o "grande líder do Estado".

Emblema

A cidade de São José dos Campos, no interior paulista, se tornou o emblema da disputa entre as siglas: ambas têm candidatos fortes no município e colocaram o pleito joseense no topo de suas prioridades eleitorais deste ano.

O PSD aposta no atual prefeito, Anderson Farias, que herdou a cadeira do atual vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth, do mesmo partido. Já o PL filiou e lançou o ex-prefeito tucano Fernando Cury, antigo aliado de Farias.

Além do peso eleitoral e de ser a cidade de Ramuth, São José foi o domicílio escolhido por Tarcísio para sua candidatura em 2022. Diante da disputa entre duas legendas de sua base, ele decidiu não se envolver na eleição local.

Prioridades

Tanto o PL quanto o PSD acionaram as principais forças de que dispõem para impulsionar suas campanhas no Estado. O vice-governador Ramuth deve tirar férias do Palácio dos Bandeirantes para se dedicar à campanha do PSD, concentrando seus esforços em São José e em outras cidades estratégicas do Vale do Paraíba e do litoral norte.

Do lado do PL, Valdemar Costa Neto conta com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro e do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), deputado André do Prado, figura influente, com uma forte base de apoio na região do Alto Tietê.

Além de São José dos Campos, o PL tem como alvos na eleição municipal deste ano outros cinco municípios: Santos, Taubaté, Guarulhos, Campos do Jordão e Mogi das Cruzes. Este último, além de ser um reduto de Valdemar, é um dos poucos onde as duas siglas compartilham uma chapa: Mara Bertaiolli (PL) disputará a prefeitura com Téo Cusatis (PSD) como vice.

O lançamento da coligação reuniu Valdemar e Kassab no mesmo palco, unidos para enfrentar o atual prefeito da cidade, Caio Cunha (Podemos). O PSD, por sua vez, concentra esforços em municípios como Ribeirão Preto e Bauru.

Vale do Paraíba

Taubaté é mais uma cidade do Vale do Paraíba onde os partidos se enfrentarão, e novamente Tarcísio deve adotar uma postura neutra. Nessa disputa, o PSD ocupa a vice na chapa de Ortiz Júnior (Republicanos), enquanto o PL decidiu lançar Márcia Eliza como candidata, um movimento que irritou integrantes do partido de Kassab.

"Onde temos candidatos, eles sempre dão um jeito de lançar outro", comentou um aliado do dirigente partidário, em caráter reservado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre Rússia e Venezuela foi "totalmente acordado" e está pronto para ser assinado. A declaração foi feita durante uma videoconferência com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em comemoração aos 80 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

"Estou satisfeito em anunciar que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre nossos países foi totalmente acordado", afirmou Putin. Segundo o líder russo, o pacto "criará uma base sólida para a expansão de nossos laços multifacetados a longo prazo" e poderá ser formalizado durante uma visita de Maduro à Rússia, em data ainda a ser definida.

Putin também convidou Maduro para as celebrações do 80º aniversário da Vitória na Grande Guerra Patriótica, em 9 de maio, em Moscou. O presidente russo destacou que a Venezuela apoiou a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, fornecendo combustíveis e outros materiais essenciais para o esforço de guerra.

Além disso, Putin ressaltou a convergência de posições entre os dois países em temas internacionais. "Juntos, nos opomos a qualquer manifestação de neonazismo e neocolonialismo. Agradecemos que a Venezuela apoie as iniciativas russas relevantes em fóruns multilaterais", afirmou. Ele acrescentou que ambos os países buscam "construir uma ordem mundial mais justa" e promover "a igualdade soberana dos Estados e a cooperação mutuamente benéfica sem interferência externa".

O presidente russo reafirmou ainda o compromisso de Moscou com Caracas. "A Rússia fará e continuará fazendo tudo o que for possível para tornar nossos esforços conjuntos nas esferas comercial, econômica, científica, técnica, cultural e humanitária ainda mais próximos e abrangentes", declarou.

Um grupo de democratas, liderado pelo líder da minoria do Senado, Chuck Schumer, ajudou os republicanos para que projeto de lei para financiar o governo até setembro avançasse, evitando uma paralisação, mas deixando os democratas desanimados e profundamente divididos sobre como resistir à agenda agressiva do presidente Trump.

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O resultado no Senado, onde os republicanos têm uma maioria de 53-47, ressaltou o quão pouco poder os democratas têm para resistir aos planos de Trump e alimentou a crescente frustração nas fileiras do partido sobre sua diretriz e liderança. Em seus primeiros 50 dias de mandato, Trump se moveu para cortar drasticamente a força de trabalho federal e controlar a ajuda externa, ao mesmo tempo em que preparava o cenário para um pacote de cortes de impostos, reduções de gastos e gastos maiores com defesa da fronteira.

Schumer, que enfrentou duras críticas de seu próprio partido ao longo do dia, disse que o projeto de lei do Partido Republicano era a melhor de duas escolhas ruins. Ele argumentou que bloquear a medida e arriscar uma paralisação teria permitido que Trump e o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), comandado por Elon Musk, acelerassem a reestruturação de agências federais, citando o poder da administração durante um gap de financiamento para determinar quais funcionários e serviços são essenciais ou não essenciais.

O Hamas disse nesta sexta-feira, 14, que aceitou uma proposta dos mediadores para libertar um refém americano-israelense vivo e os corpos de quatro pessoas de dupla nacionalidade que morreram em cativeiro. O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lançou dúvidas sobre a oferta, acusando o Hamas de tentar manipular as negociações em andamento no Catar sobre a próxima etapa do cessar-fogo em Gaza.

O grupo não especificou imediatamente quando a libertação do soldado Edan Alexander e dos quatro corpos aconteceria - ou o que espera receber em troca. Também não é claro quais mediadores propuseram o que o Hamas estava discutindo. O Egito, Catar e EUA têm orientado as negociações, e nenhum deles confirmou ter feito a sugestão até a noite de sexta-feira.

Autoridades dos EUA, incluindo o enviado Steve Witkoff, disseram que apresentaram uma proposta na quarta-feira para estender o cessar-fogo por mais algumas semanas enquanto os lados negociam uma trégua permanente. O gabinete de Netanyahu declarou que Israel "aceitou o esboço de Witkoff e mostrou flexibilidade", mas que o Hamas se recusou a fazê-lo.