O Conselho Deliberativo do Corinthians vota nesta segunda-feira o impeachment do presidente Augusto Melo. A reunião acontece em duas chamadas, às 18h e às 19h, na sede social do Parque São Jorge. Serão analisadas as supostas irregularidades estatutárias, que influenciaram em uma piora na saúde financeira do clube, especialmente no contrato com a ex-patrocinadora master Vai de Bet.
Augusto Melo defende que o pedido de impeachment é uma tentativa de golpe contra o seu mandato. Para o mandatário, a atual gestão profissionalizou o Corinthians e desfez acordos que não eram vantajosos ao clube paulista, o que desagradou certos grupos.
A reunião deve ser marcada por clima de tensão. Na última semana, Romeu Tuma Jr, presidente do Conselho Deliberativo, solicitou à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) reforço na segurança do local. Em nota, o conselheiro citou "ameaças recebidas nas redes sociais, mídias, pichações, áudios e cartazes dentro das dependências do Parque São Jorge". Ele também alega ter contatado o Comandante Geral da Polícia Militar e o Delegado Geral de Polícia. A votação seria realizada na quinta-feira passada, mas precisou ser adiada após as autoridades apontarem falta de segurança.
Ao todo, 302 conselheiros do Corinthians participam da votação. Caso a maioria simples do colegiado decida a favor do impeachment, Augusto Melo será afastado de maneira imediata. Quem assume é Osmar Stabile, primeiro vice-presidente, que terá até cinco dias para convocar a Assembleia Geral dos associados para votação em última instância, e de 30 a 60 dias para marcar a data da votação. Neste cenário, o presidente fica cautelarmente afastado até a proclamação do resultado final.
Na segunda-feira, 25, o Conselho de Orientação (Cori) do Corinthians se reuniu para discutir o impeachment de Augusto Melo. A destituição do atual mandatário foi recomendada de maneira unânime pelos 13 membros, incluindo os ex-presidentes Andrés Sanchez e Duílio Monteiro Alves. A decisão se baseou em suposta gestão temerária por parte da atual gestão, concluindo que houve uma piora na saúde financeira do clube. As demonstrações do segundo trimestre também foram reprovadas.
Os muros do Parque São Jorge amanheceram pichados na terça-feira com a frase "não vai ter golpe", em referência à votação do impeachment de Augusto Melo. Também foram escritos xingamentos a Romeu Tuma Jr. e a Andrés Sanchez.
A Gaviões da Fiel, principal organizada do Corinthians, tentou adiar a votação do impeachment. De acordo com nota oficial publicada pela uniformizada, a intenção era "priorizar o bem-estar e a integridade física dos conselheiros e associados, além de proteger o patrimônio do clube", bem como "preservar o ambiente positivo do clube até o fim do Brasileirão". A solicitação não foi atendida e a data foi mantida.
Segundo o entendimento de Augusto Melo, a votação deveria esperar o término da investigação da polícia sobre a Vai de Bet. "É de conhecimento público que o entendimento da Comissão de Ética foi de que o processo deve ser suspenso até a conclusão da apuração dos fatos envolvendo o caso Vai de Bet na Polícia Civil", disse Melo em nota divulgada nas redes sociais", disse o presidente em nota divulgada nas redes sociais.
A rescisão com a Vai De Bet ocorreu após os polêmicos pagamentos da Rede Media Social Ltda, intermediária do acordo, à Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda, suposta empresa "laranja" cujo CNPJ está no nome de Alex Fernando André, mais conhecido como Alex Cassundé, membro da equipe de comunicação do presidente Augusto Melo.
O pedido de impeachment corre desde agosto. Ele foi protocolado por um grupo de 90 conselheiros denominado "Movimento Reconstrução SCCP". Um dos líderes do movimento é Mário Gobbi, que presidiu o clube de 2012 a 2015. O principal tema é sobre as possíveis irregularidades no contrato com a Vai de Bet, patrocinadora que rompeu o contrato com o clube em junho.
Corinthians vota impeachment de Augusto Melo nesta segunda; entenda os próximos passos
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