Fortaleza reencontra Colo-Colo em clima tenso por vaga no Grupo E da Libertadores

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Após um confronto marcado por polêmicas dentro e fora de campo, Fortaleza e Colo-Colo voltam a se enfrentar nesta terça-feira, às 21h30, na Arena Castelão, na capital cearense, pela quarta rodada da fase de grupos da Copa Libertadores. O reencontro entre os clubes promete ser quente, tanto pelo equilíbrio no Grupo E quanto pelas marcas deixadas pelo confronto anterior no Chile.

 

No duelo passado, disputado no estádio Monumental de Santiago, o jogo foi interrompido após invasão de torcedores chilenos ao gramado. A Conmebol reconheceu a infração grave e declarou o Fortaleza vencedor por 3 a 0, além de abrir processo disciplinar contra o clube chileno.

 

O caso ainda é investigado por denúncias de gestos racistas e cânticos xenofóbicos direcionados à delegação brasileira, o que ampliou o clima de tensão entre os dois lados. A invasão de campo teria sido um protesto pela morte de dois torcedores ocorrido, antes do jogo, num confronto com a polícia local.

 

Com a vitória nos tribunais esportivos, o Fortaleza chegou a quatro pontos e ocupa atualmente a terceira colocação do grupo, empatado com o Racing-ARG, que leva vantagem no saldo de gols. O líder é o surpreendente Atlético Bucaramanga, com cinco. Os colombianos recebem o Racing nesta rodada, em jogo que pode embaralhar ainda mais a disputa pela classificação às oitavas de final.

 

Do outro lado, o Colo-Colo vive momento crítico. O time chileno ainda não venceu na fase de grupos e amarga a lanterna do Grupo E, com apenas dois pontos somados em três partidas - sendo dois jogos como mandante. Uma nova derrota nesta terça-feira pode significar eliminação precoce, algo que aumentaria ainda mais a pressão sobre o elenco e a diretoria do clube de Santiago.

 

Para o Fortaleza, a partida tem valor duplo: além de valer uma possível entrada no G-2 da chave, representa uma chance de dar resposta em campo aos episódios recentes que feriram a imagem do confronto anterior. O Castelão deve receber bom público, e o time comandado por Juan Pablo Vojvoda promete intensidade desde os primeiros minutos.

 

O time, no entanto, chega para o confronto cercado de dúvidas e problemas médicos. O técnico Vojvoda terá que lidar com uma série de desfalques importantes e pode ser obrigado a mexer em praticamente todos os setores. O último a entrar no departamento médico foi o zagueiro Gustavo Mancha, que deixou a partida com o São Paulo com dores no tornozelo. Ele é dúvida, e caso não tenha condições de jogo, deve ser substituído por Kuscevic.

 

Além disso, o técnico não contará com os laterais Tinga e Diogo Barbosa, ambos com entorses no tornozelo. No setor ofensivo, o atacante Moisés também está fora - ele trata um edema no músculo posterior da coxa esquerda.

Outros três jogadores seguem como dúvidas para a partida decisiva. O zagueiro Gastón Ávila, com trauma na mão direita, e o volante Rodrigo, em fase de recondicionamento físico, ainda não têm presença garantida. Já o defensor Brítez, que se recupera de entorse no tornozelo, voltou aos treinos com bola, mas sua utilização ainda dependerá de avaliação até momentos antes do jogo.

 

"Agora temos um confronto pela Libertadores e estamos na briga para conseguir classificação à próxima fase. Ainda faltam muitos jogos e nesta próxima, em casa, precisamos do apoio dos nossos torcedores, como sempre", disse o treinador.

 

Do lado chileno, o Colo-Colo chega pressionado pelos maus resultados e ainda com incertezas na escalação. O técnico Jorge Almirón não definiu oficialmente a formação titular e tem adotado constante rotatividade ao longo da temporada. Até aqui, a formação inicial tem variado bastante, mas nomes como Mauricio Isla e Arturo Vidal são pilares experientes e devem estar em campo após serem preservados no último jogo do Campeonato Chileno, em que a equipe foi derrotada.

 

A única baixa confirmada é o ponta-direita Alexander Oroz, que sofreu uma lesão no joelho. Em contrapartida, jogadores como o zagueiro Emiliano Amor, o lateral Erick Wiemberg e o meia Claudio Aquino - considerado a principal referência técnica - também foram poupados na rodada anterior e devem retornar.

 

"Sabemos que é uma final. A equipe vem evoluindo nos últimos três jogos. Precisamos virar a página, sempre se fala isso, mas é a única forma. O foco total é no jogo contra o Fortaleza. Não podemos mais sofrer gols infantis. A concentração tem que ser total, porque esse jogo define muito do que será o restante do nosso ano", avisou o treinador.

 

FICHA TÉCNICA

 

FORTALEZA X COLO-COLO

 

FORTALEZA - João Ricardo; Mancuso (Yago Pikachu), David Luiz, Kuscevic e Bruno Pacheco; José Welison, Pol Fernández e Calebe; Allanzinho (Breno Lopes) e Deyverson. Técnico: Juan Pablo Vojvoda.

 

COLO-COLO - Brayan Cortés; Saldivia, Amor e Vegas; Isla, Pavez, Vidal e Cepeda; Aquino; Rodríguez e Correa, Técnico: Jorge Almirón.

 

ÁRBITRO - Jesus Valenzuela (VEN).

 

HORÁRIO - 21h30.

 

LOCAL - Arena Castelão, em Fortaleza (CE).

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No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

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A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.