Presidente do México nega que tenha discutido encontro presencial com Trump

Internacional
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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou que, durante a conversa que teve nesta segunda-feira, 3, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não foi discutido um encontro presencial. Ressaltou, no entanto, que as comunicações entre os dois países continuarão ativas.

"Não falamos sobre um encontro presencial, mas sim sobre continuar nos ligando, mantendo essas chamadas", disse a presidente mexicana em coletiva de imprensa. "Trump insistiu no tema do déficit comercial que, de acordo com sua perspectiva, os Estados Unidos têm em relação ao México. Comentei que, na verdade, não era um déficit, que tínhamos um acordo comercial, que éramos parceiros comerciais e que este era o resultado dessa parceria. E que, em todo caso, essa era a melhor forma de continuar competindo frente à China e outras regiões do mundo", acrescentou.

Sheinbaum destacou que as equipes dos dois países trabalharão nos próximos 30 dias nas mesas de segurança e comércio, além da já existente mesa sobre migração, para encontrar soluções conjuntas.

Acordo

Nesta segunda-feira, após conversa com a presidente do México, Trump confirmou pausa de um mês nas tarifas de 25% contra as importações do México que haviam sido anunciadas no fim de semana.

A informação já havia sido adiantada por Sheinbaum, que também chamou a negociação com Trump de "uma boa conversa".

A conversa ocorreu dias depois Trump anunciar a aplicação de tarifas de 25% ao México e Canadá, e de 10% à China. E após México e Canadá informarem que adotariam reciprocidade, com aumento de tarifas sobre produtos norte-americanos.

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A nova presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Rocha, disse nesta quarta-feira, 12, que identifica crimes militares na conduta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é capitão reformado do Exército e foi denunciado no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.

"Eu identifico alguns (crimes militares de Bolsonaro), mas não cabe a mim identificar. Esse é o papel do Ministério Público Militar. Ele é o autor da ação penal e o detentor da denúncia. Se ele ainda não se pronunciou, seria um prejulgamento da minha parte mencionar qualquer um deles", afirmou Maria Elizabeth Rocha em entrevista após tomar posse do cargo.

A declaração da presidente do STM pressiona os procuradores militares, que até o momento não apuram crimes relacionados à patente de capitão reformado de Bolsonaro, e preferiram aguardar os desdobramentos de uma eventual ação penal a ser instaurada no STF.

Incitação

Embora tenha evitado tipificar eventuais crimes militares cometidos por Bolsonaro, a presidente do STM mencionou como exemplo a possibilidade de ele vir a ser julgado por incitação de tropas a um golpe de Estado.

A declaração foi feita enquanto a magistrada ilustrava eventuais hipóteses que poderiam levar o ex-presidente ao banco dos réus também na Justiça Militar. "Tudo vai depender de como será feita a apuração penal no Supremo Tribunal Federal e qual será a decisão dos ministros da Primeira Turma e, posteriormente, do plenário."

No discurso de posse, Maria Elizabeth evitou falar dos atos do 8 de Janeiro ou do envolvimento de setores das Forças Armadas com a tentativa de golpe, conforme inquérito que tramita no STF.

Após o encerramento da solenidade - que contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - no Teatro Nacional de Brasília, ela justificou que escolheu deixar os assuntos de lado para priorizar a pauta feminista e enfatizar o fato de ser a primeira mulher presidente da história do Superior Tribunal Militar. Em entrevistas anteriores, no entanto, ela já defendeu que os militares não devem se envolver com política.

Desde que foi criado, em 1808, o STM teve 345 integrantes homens, além de Maria Elizabeth Rocha - que substitui o ministro Francisco Joseli Parente Camelo, que será seu vice-presidente no biênio 2025-2027.

A eleição da ministra, em dezembro do ano passado, foi apertada, por 8 votos a 7 - para o desempate, ela teve de votar em si mesma.

Advogada, Maria Elizabeth tem 64 anos, nasceu em Belo Horizonte (MG) e é doutora em Direito Constitucional pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ela já foi procuradora federal e atuou em órgãos como o Congresso Nacional, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República.

Outra mulher

Indicada em 2007 por Lula, que estava então em seu segundo mandato, ela fez no início do mês declarações públicas de que gostaria de ver mais uma mulher compondo a Corte.

"Estou aqui clamando ao presidente para que eu tenha uma companheira que possa, junto comigo, defender as questões de gênero. Muitas vezes, por eu ser a única na Corte, minha voz é pouco ouvida. Mas não me rendo à homogeneidade", disse em entrevista.

No último sábado, 8, Dia Internacional da Mulher, o presidente indicou a advogada Verônica Abdalla Sterman para o lugar de José Coêlho Ferreira, que se aposentará em abril.

Verônica - que foi advogada da nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann - pode se tornar a segunda ministra da história do STM caso tenha o nome aprovado pelo Senado. (COLABOROU RAISA TOLEDO)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, fez críticas ao crescimento descontrolado das emendas parlamentares, que podem virar "um caso de polícia".

"Eu já vi essa história antes, eu já vi esse filme antes. Não sou contra as emendas parlamentares, acho que elas são saudáveis. Neste patamar que sou contra", afirmou a ministra, em entrevista exibida pela GloboNews na noite da quarta-feira, 12. Segundo Tebet, em nenhum outro lugar do mundo o Parlamento tem tantos recursos quanto o Executivo para investimentos.

É preciso, segundo a ministra, encontrar um maior equilíbrio em relação às emendas, sob o risco de a situação atual levar a um cansaço da população brasileira com a classe política. Nesse sentido, Tebet disse que sua maior preocupação para as eleições do ano que vem é com o surgimento de candidatos de fora da política tradicional. "Não tenho medo da direita ou da esquerda tradicional, tenho medo de um outsider, que vem com ideias mirabolantes de um mundo totalmente distópico."

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, assegurou que não será candidata ao governo do Mato Grosso do Sul em 2026 e que pretende permanecer até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas não descartou uma candidatura ao Senado.

"Sou candidata a continuar servindo o Brasil", disse a ministra, em entrevista exibida pela GloboNews na noite da quarta-feira, 12. "Faço política porque eu devo isso ao Brasil. Então, com cargo ou sem cargo, de forma objetiva, não sou candidata ao governo do Estado. Apoio a reeleição do governador Eduardo Riedel pelo excelente trabalho que está fazendo lá."

Na sequência, ao falar sobre o futuro, Tebet disse que planeja ficar no governo. "Se o presidente Lula falar assim: 'Eu preciso que você continue no ministério até o final', eu vou continuar no ministério." A ministra afirmou que se sente muito feliz em fazer algo que a move.

Ainda que sem demonstrar empolgação com a ideia, Tebet colocou no radar a possibilidade de voltar ao Senado. "Se houver necessidade de fortalecimento no Senado de partidos de centro, centro-esquerda, centro-direita, direita, sem os extremos, e isso exigir de mim uma possível candidatura ao Senado Federal - hoje não é o que me move, não é o que meu coração me pede -, eu farei", afirmou.