Trump anuncia segundo ataque a cartéis de drogas venezuelanos em meio a tensões com Maduro

Internacional
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, nesta segunda-feira, que ordenou um segundo ataque contra organizações criminosas que classificou como "cartéis de tráfico de drogas extraordinariamente violentos e narcoterroristas".

Em publicação na Truth Social, ele afirmou que a ação foi conduzida por militares americanos na manhã de hoje enquanto integrantes de um grupo venezuelano transportavam drogas em águas internacionais com destino aos EUA.

Trump disse que três homens morreram no ataque e que nenhuma força americana foi ferida. Ele reforçou que, em sua avaliação, "esses cartéis representam uma ameaça à Segurança Nacional, à Política Externa e a interesses vitais dos EUA". "FIQUEM AVISADOS - SE VOCÊ ESTIVER TRANSPORTANDO DROGAS QUE PODEM MATAR AMERICANOS, ESTAMOS CAÇANDO VOCÊ!", escreveu.

O republicano ainda declarou que as atividades dessas organizações causaram consequências "devastadoras nas comunidades americanas por décadas, matando milhões de cidadãos" e acrescentou que isso "nunca mais" será tolerado.

O anúncio ocorre após um primeiro ataque no sul do Caribe, confirmado em 2 de setembro pelo secretário de Estado, Marco Rubio. Na ocasião, Rubio disse que a embarcação havia partido da Venezuela e era operada por uma organização narcoterrorista.

Pouco depois do primeiro ataque, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que "defenderá a soberania do país" e pediu a Trump que abra diálogo para evitar um conflito. O aumento das operações militares americanas no Caribe também levou Caracas a elevar o tom. Na semana passada, Nicolás Maduro anunciou a criação de 284 pontos de "frente de batalha" com tropas, policiais e milícias civis espalhados por todo o país. Segundo ele, a Venezuela está "pronta para uma luta armada, se for necessário".

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O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) e saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado na última semana a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes.

Por meio do X (antigo Twitter), Orbán afirmou que a esquerda tem utilizado o Judiciário como arma para perseguir líderes da direita. "Em todo o mundo, a esquerda está usando os tribunais como arma para esmagar líderes conservadores", escreveu.

O premier húngaro classificou a condenação de Bolsonaro como uma perseguição política. "Agora punido com 27 anos de prisão, o caso contra o presidente Jair Bolsonaro não é Justiça, é uma caça às bruxas política. Estamos com ele contra essa perseguição antidemocrática", declarou.

A publicação teve repercussão entre familiares do ex-presidente. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Jair Bolsonaro, agradeceu publicamente o apoio de Orbán.

"Muito obrigado, Primeiro-Ministro Viktor Orbán. A caça às bruxas que está acontecendo no Brasil é simplesmente inacreditável", escreveu Eduardo Bolsonaro em resposta à publicação do primeiro-ministro.

"Seguiremos unidos e fortes nesta luta pela liberdade, que não é uma corrida de 100 metros, mas sim uma maratona. Que Deus nos ilumine, nos dê sabedoria e coragem", completou.

Essa não é a primeira vez que o chefe de governo da Hungria faz críticas às instituições brasileiras e demonstra apoio a Bolsonaro. Em julho deste ano, quando o ex-presidente aguardava julgamento, Orbán declarou solidariedade, incentivando-o a "continuar lutando" e classificando a Justiça brasileira como uma "ferramenta de medo, não de Justiça".

A relação entre Bolsonaro e o governo húngaro ocorre deste o mandato de Jair. Em fevereiro deste ano, apesar das restrições impostas pela Justiça brasileira que proibiam o ex-presidente de se comunicar com diplomatas e de se aproximar de embaixadas, Bolsonaro passou dois dias na Embaixada da Hungria, em Brasília.

A estadia gerou questionamentos de autoridades e foi vista por investigadores como uma possível tentativa de evitar medidas judiciais no contexto da investigação sobre a trama golpista que resultou na sua condenação.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta segunda-feira, 15, a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, conhecida como "Débora do batom", a cumprir pena em prisão domiciliar.

O caso transitou em julgado, ou seja, foram esgotados todos os recursos disponíveis pela defesa em 26 de agosto. Débora pichou a Estátua dos Três Poderes com a frase "Perdeu, mané" durante os ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, e virou símbolo do bolsonarismo que pede anistia aos envolvidos nos ataques.

A cabeleireira foi condenada a 14 anos de prisão pela Primeira Turma da Corte em abril, pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Débora teve a prisão preventiva substituída pela prisão domiciliar em março. O cumprimento da pena em casa inclui o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de usar as redes sociais e de receber visitas sem autorização, além de não poder conceder entrevistas e de se comunicar com outros investigados do caso, cautelares que já estavam em vigor.

A defesa da condenada também informou que pedido de progressão de regime aguarda análise do mérito, fundamentado no cálculo de execução penal e no período em que ela já cumpriu prisão preventiva. Débora estava presa há dois anos, desde a oitava fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal em março de 2023, quando foi autorizada por Moraes a seguir em prisão domiciliar.

O julgamento da cabeleireira gerou a primeira divergência com Moraes na Primeira Turma do STF, com o ministro Luiz Fux defendendo pena de 1 ano e seis meses para Débora. Foi a primeira vez que um ministro discordou publicamente do relator das ações do plano de golpe e do 8 de Janeiro.

Na época, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) interpretaram o voto de Fux como um sinal de que o ministro também iria divergir no julgamento do núcleo central, o que ocorreu no último dia 11, com voto de mais de 12 horas de duração do ministro para absolver Bolsonaro. O ex-presidente foi condenado pelos mesmos crimes de Débora, com pena de privação de liberdade de 27 anos e 3 meses.

O senador Eduardo Braga (MDB-AM), relator do segundo projeto que regulamenta a reforma tributária (PLP 108/2024), apresentou ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, os últimos ajustes feitos no texto. Segundo interlocutores, não há grandes entraves de última hora e tudo está caminhando para votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na próxima quarta-feira, 17, como já era previsto.

Com o relatório aprovado na CCJ, na sequência os senadores poderão aprovar regime de urgência para votação do projeto no plenário, cuja data depende de definição do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Como é um projeto de lei complementar (PLP), não é necessário quórum qualificado, apenas maioria absoluta dos senadores (41 votos). A reunião de Braga com Haddad ocorreu no fim da tarde desta segunda, 15, na sede da Fazenda. Também participaram os consultores do Senado o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy.

Na última quarta-feira, 10, Braga apresentou uma série de mudanças no texto, inclusive nas regras do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). Ele também incluiu normas para a tributação de Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) e Fundos do Agronegócio do Brasil (Fiagros) pelos novos impostos sobre o consumo.

A regulamentação da reforma tributária foi dividida em dois projetos. O primeiro, já sancionado, criou as regras gerais do Imposto sobre Valor Agregado (IVA): a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), de competência federal, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), administrado por Estados e municípios. Esses tributos substituirão o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o Programa de Integração Social e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins), o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto sobre Serviços (ISS). O segundo texto, relatado por Braga, trata dos aspectos federativos e cria o Comitê Gestor do IBS.