Brasileiros ficam de fora de lista para deixar Gaza, mas têm promessa de que sairão na quinta

Internacional
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Uma nova lista de estrangeiros que poderão deixar a Faixa de Gaza foi divulgada nesta quarta-feira, 8, pelas autoridades, mas segundo o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, o grupo de 34 brasileiros que se encontra no enclave palestino ficou de fora.

 

Esta é a sexta lista com nomes de estrangeiros. Nesta nova relação, 601 pessoas foram autorizadas a deixar a região. Os civis possuem nacionalidade nos seguintes países: Ucrânia, 228; Filipinas, 107; Estados Unidos, 100; Alemanha, 75; Romênia, 51; Canadá, 40.

 

Na sexta-feira, 3, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o chanceler de Israel, Eli Cohen, garantiu que os brasileiros seriam autorizados a sair da Faixa de Gaza até esta quarta-feira. O prazo expirou, mas a passagem de Rafah ficou fechada dois dias, o que provocou atrasos.

 

O grupo de brasileiros que está em Gaza recebeu uma mensagem da embaixada afirmando que a saída do território deve acontecer na quinta-feira, 9.

 

Ainda não há uma confirmação oficial de que a saída dos brasileiros da Faixa de Gaza aconteça, de fato, na quinta-feira, mas o líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que "tudo indica" que os 34 brasileiros e palestinos devem ser liberados para deixar o local de conflito na data.

 

Quando forem autorizados a deixar o enclave, os brasileiros serão encaminhados para o Egito, onde devem embarcar em um avião da FAB com destino ao Brasil.

 

Lista

 

Em entrevista ao Estadão na segunda-feira, 6, o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, afirmou que o país não cria obstáculos para a saída de civis palestinos com dupla nacionalidade.

 

"Israel não decide quem entra na lista e não cria obstáculos para isso", apontou Zonshine. "Autoridades americanas afirmaram que o Hamas estava colocando seus combatentes feridos nas listas de pessoas que precisariam de atendimento médico fora da Faixa de Gaza. O Hamas está impondo diversas condições para liberar a saída dos palestinos com dupla nacionalidade e isso está prejudicando a saída das pessoas", afirmou o embaixador.

 

Zonshine também disse na ocasião que os brasileiros na Faixa de Gaza sairiam do enclave palestino nos "próximos dias", mas destacou as dificuldades da logística para a saída de civis em meio a guerra de Israel e o grupo terrorista Hamas. "Existem problemas logísticos. Nem todos os palestinos que querem sair estão no mesmo lugar e prontos para saírem, é preciso ter condições logísticas e militares para que eles possam sair."

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O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disse que é preciso encontrar uma reformulação para o PSDB e que aguarda a decisão da sigla sobre a possível fusão com o PSD. "Tenho muito orgulho desse partido. Mas é verdade que os caminhos se estreitam para o PSDB por uma série de fatores", afirmou durante entrevista ao programa Canal Livre, da Band.

Reafirmando suas intenções de ser candidato à Presidência da República em 2026, Leite disse que vai primeiro aguardar as definições do PSDB. Para o governador, o enfraquecimento do partido tem raízes em questões como "erros de lideranças em processos recentes". "Perdeu o protagonismo, foi perdendo o espaço e se torna muito difícil permanecer no formato que está", disse.

Sobre a possível mudança para o PSD, confirmou diálogos com o presidente da sigla, Gilberto Kassab. "O PSD é um partido que de fato se tornou grande e que, inclusive, tem muitos dos tucanos que ao meu lado estiveram em muitos momentos", apontou. Para o governador, há a visão de que no PSD pode haver muitas pessoas que pensam como ele e têm os mesmos objetivos para o País.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), rebateu as acusações de que sua gestão tem sido lenta para utilizar recursos federais enviados para socorrer o Estado após as enchentes de 2024. Em entrevista ao programa Canal Livre, da Band, o governador disse que as críticas vindas da "bancada do PT" é "política pura" e "absolutamente inoportunas".

O fundo criado oficialmente em dezembro do ano passado conta com R$ 6,5 bilhões para obras contra enchentes no Rio Grande do Sul. Segundo Eduardo Leite, a aplicação desses recursos demanda uma série de ritos burocráticos por serem voltados a obras complexas. "É uma mentira que o recurso está parado porque o governo (do RS) não está se mexendo. Está parado porque tem uma etapa até a execução das obras."

O governador disse que não aceita que o governo federal, que em suas palavras "não conseguiu construir uma casa" após o desastre climático do ano passado, venha criticá-lo por demora em obras complexas como a construção de diques, as barreiras contra enchentes. Para Leite, as críticas visam a disputa eleitoral de 2026.

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a intimação do líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), para que preste informações em 48 horas sobre declarações em relação às emendas parlamentares de comissão, verbas do Orçamento distribuídas entre os colegiados permanentes e temáticos da Câmara.

Conforme o Broadcast Político havia mostrado, o líder do PL na Câmara disse a jornalistas na noite da quarta-feira, 23, que poderia declarar o rompimento com o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) caso não seja pautado o requerimento de urgência para a anistia aos presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Na ocasião, Sóstenes disse que o PL pode tomar para si o controle da totalidade das emendas das comissões que preside, como Saúde, Agricultura e Turismo. De acordo com o parlamentar, há um acordo de líderes em que os partidos têm direito sobre 30% das emendas de comissões que presidem, enquanto os outros 70% ficam divididos entre as outras bancadas. Se o PL descumprir esse acordo, poderá gerir 100% dessas emendas.

"Eu não quero fazer isso, mas, se for necessário esticar a corda e colocar a corda no pescoço, o rompimento até nisso pode afetar", declarou Cavalcante a jornalistas. "Não queremos fazer isso. Se ele (Hugo Motta) romper conosco, podemos chegar nessa medida extrema", disse.

Em decisão neste domingo, 27, Dino diz que as declarações "poderiam indicar que

emendas de comissão estariam novamente em dissonância com a Constituição Federal e com a Lei Complementar nº 210/2024". O ministro também diz constatar que são "imprescindíveis" esclarecimentos sobre a questão.

"Esses esclarecimentos, ora requisitados, associam-se ao dever do Relator de assegurar o fiel cumprimento do Acórdão do Plenário do STF, no tocante ao fim de qualquer modalidade de 'orçamento secreto'", escreveu Dino na decisão. "O mesmo dever de observância emerge da homologação, pelo plenário do STF, do Plano de Trabalho apresentado a esta Corte pelos Poderes Legislativo e Executivo", prossegue.

"Ante o exposto, intime-se o citado parlamentar Sóstenes Cavalcante para que apresente as indispensáveis informações, em 48 horas, possibilitando uma melhor análise quanto a estes fatos novos revelados pelo multicitado líder partidário", determina Dino. "Após as informações a serem prestadas pelo Deputado Federal, venham os autos conclusos para a análise de novas medidas eventualmente necessárias."

A reportagem procurou Sóstenes e ainda não obteve resposta. O líder do PL segue com a pressão na Câmara para que a anistia seja pautada, mas, na quinta-feira, 24, Hugo Motta declarou à imprensa que não deve colocar o tema em votação na próxima semana.