Israel está pronto para um acordo; não para a rendição, diz Netanyahu

Internacional
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, culpou o grupo terrorista Hamas pelos impasses nas negociações para um cessar-fogo. "Não é Israel quem está impedindo o acordo", disse Netanyahu. Em discurso em seu gabinete transmitido pela televisão local, Netanyahu afirmou que, apesar da forte pressão internacional sobre Israel para concordar com um cessar-fogo, Israel só o faria se os reféns fossem libertados. "O Hamas espera que a pressão externa faça com que Israel se submeta a exigências extremas. Isto não acontecerá. Israel está pronto para um acordo. Israel não está pronto para a rendição", rebateu.

 

O Hamas, por sua vez, acusa o governo israelense de não se comprometer com um acordo. O conflito entre Israel e Hamas completou seis meses neste domingo, data em que as negociações para o cessar-fogo foram retomadas no Egito. A delegação israelense recebeu uma orientação para ser mais flexível em todas as questões relacionadas às negociações, incluindo o regresso de civis ao norte de Gaza, de acordo com um responsável israelita familiarizado com as negociações.

 

Netanyahu destacou, no seu discurso, que o Exército israelense matou "um número significativo" de terroristas do Hamas. "Jamais esqueceremos os crimes terríveis dos monstros do Hamas, que ainda mantém 133 dos nossos irmãos e irmãs dos sequestrados e somos obrigados a trazer todos para casa. Comuniquei à comunidade internacional que não haverá cessar-fogo sem o retorno dos sequestrados, isso simplesmente não acontecerá", defendeu o primeiro-ministro israelense, classificando a posição como a "política do governo".

 

O primeiro-ministro voltou a falar também em "completar a eliminação" do Hamas em toda a Faixa de Gaza e acusou países do Oriente Médio, como Irã e Síria, de se aliarem aos ataques, além do grupo extremista no Líbano Hezbollah. "Nossa guerra está em pleno andamento nas últimas 24 horas. Precisamos nos unir para repelir os ataques. Este é o momento da unidade, mas precisamente neste momento, uma minoria extrema e violenta tenta arrastar o país para a divisão", criticou o primeiro-ministro em meio às críticas recentes e à queda na sua aprovação. (COM DOW JONES NEWSWIRES)

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O empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB) afirmou nesta quarta-feira, 8, que pretende disputar a Presidência da República nas eleições gerais de 2026. A informação é da assessoria do influenciador, que concorreu à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2024.

Segundo Marçal, a candidatura será pelo PRTB, sigla a que está filiado, o que vai de encontro aos rumores de que o ex-coach estaria avaliando, nos bastidores, uma filiação ao União Brasil para disputar o Executivo federal.

Até o próximo pleito, porém, Marçal pode estar inelegível como consequência da divulgação, às vésperas da eleição paulistana, de um laudo falso contra Guilherme Boulos (PSOL). O atestado médico foi forjado e imputava a Boulos uma internação por overdose de cocaína.

Durante a campanha à Prefeitura da capital paulista, Marçal insinuou, mais de uma vez, que o candidato do PSOL era usuário de drogas, mas não apresentou provas. Em novembro, o influenciador foi indiciado pela Polícia Federal pela publicação do documento em suas redes sociais.

Marçal foi candidato à Presidência nas eleições de 2022 pelo extinto Pros, mas teve a candidatura indeferida após sua sigla declarar apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O empresário, então, candidatou-se a deputado federal e obteve 243.037 votos, suficientes para elegê-lo ao cargo.

O registro da candidatura à Câmara, porém, foi indeferido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará nesta quarta-feira, 8, uma série de eventos em memória aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, que completam dois anos nesta data. O chefe do Executivo convidou os presidentes dos outros Poderes para aumentar o peso político dos eventos, mas Rodrigo Pacheco (Senado), Arthur Lira (Câmara) e Luís Roberto Barroso (Supremo Tribunal Federal) não comparecerão.

O evento para relembrar a invasão e depredação das sedes dos Poderes, em 2023, será dividido em quatro atos.

O primeiro será às 9h30 (de Brasília) na Sala de Audiências do Palácio do Planalto. A ideia será fazer a reintegração de obras de arte que foram depredadas nos ataques golpistas. Elas foram entregues na sede do governo depois de serem restauradas na segunda e na terça-feira, 6 e 7.

O acervo que será reapresentado inclui o relógio do século XVII de Balthazar Martinot e André Boulle, presente da Corte francesa a dom João VI em 1808. A peça foi restaurada na Suíça. Além do relógio, uma ânfora (tipo de vaso) portuguesa em cerâmica esmaltada.

O segundo ato está previsto para começar às 10h30. Será feito o descerramento da obra As Mulatas, de Di Cavalcanti. Além disso, alunos do Projeto de Educação Patrimonial entregarão ao presidente réplicas que produziram da ânfora e de As Mulatas.

O terceiro momento será uma cerimônia com a presença de autoridades no Salão Nobre do Palácio do Planalto às 11 horas.

Para o evento, o governo convidou os três chefes dos Poderes, porém, nenhum comparecerá. Com a ausência de Pacheco e Barroso, o Senado enviará o vice-presidente Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB); já o STF, o vice-presidente Edson Fachin.

Este será o segundo ano consecutivo que Lira não participará das celebrações da data. Ano passado, o alagoano, que discursaria no evento, citou problemas de saúde na família, e ficou em Maceió (AL).

Mesmo com a ausência de Barroso, outros ministros da Corte, como Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, devem participar. A gestão federal também convidou os 27 governadores para os atos. No entanto, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está de férias e não comparecerá à cerimônia.

Após a cerimônia no Salão Nobre, Lula descerá a rampa do Planalto com as principais autoridades presentes em direção à Praça dos Três Poderes, onde será feito o quarto e último ato. Tal evento será denominado de "Abraço da Democracia".

Esse ato está sendo organizado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e movimentos sociais.

De acordo com integrantes do governo, a previsão é que até 1.000 pessoas participem do evento, que contará com a participação de 60 entidades representativas.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reapresentou na manhã desta quarta-feira, 8, o relógio do século XVII trazido ao Brasil por dom João VI e uma ânfora (espécie de vaso) esmaltada que haviam sido danificados nos ataques golpistas de 8 de Janeiro de 2023 feitos por extremistas de direita às sedes dos Poderes. Lula não discursou, mas posou para fotos perto dos objetos.

O relógio se tornou o item mais famoso danificado nos ataques. Foi enviado para a Suíça para ser restaurado. No caso da ânfora, a restauração foi responsabilidade da Universidade Federal de Pelotas.

A primeira-dama Janja Lula da Silva fez o primeiro discurso do dia. "O Palácio do Planalto, onde estamos hoje, foi vítima do ódio que estimula e continua estimulando atos antidemocráticos", declarou ela.

Janja disse que, poucos dias antes de 8 de Janeiro de 2023, "vibrávamos porque a esperança tinha vencido o ódio" - uma referência à eleição de Lula contra Jair Bolsonaro em 2022. Depois, de acordo com Janja, houve uma tentativa de "sufocar a esperança". A primeira dama continuou: "Estamos aqui não para lamentar, mas muito menos para esquecer".

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, disse que estão sendo devolvidas à sociedade 20 obras, incluindo sete que foram vandalizadas no 8 de Janeiro. As restaurações e outras atividades correlatas, segundo ela, custaram R$ 2 milhões.

A reapresentação das obras é o primeiro ato de Lula neste 8 de Janeiro, dois anos depois dos ataques.

Ele ainda reapresentará a tela As Mulatas, de Di Cavalcanti. Também fará um evento com discursos político no principal salão do Palácio do Planalto e depois fará um "abraço simbólico" à Praça dos Três Poderes.