Putin chega a Pequim para visita que reafirma 'parceria sem limites' entre Rússia e China

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, desembarcou em Pequim nesta quinta-feira, 16, para se encontrar com o presidente da China, Xi Jinping. Putin espera obter mais apoio de seu "querido amigo" Xi Jinping, em meio a um estreitamento das relações entre Moscou e Pequim nos últimos anos, principalmente após o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

A economia russa permanece em grande parte isolada por conta das sanções do Ocidente em decorrência da guerra e está cada vez mais dependente da China. Mas Putin precisará de mais ajuda para sustentar a sua máquina de guerra, especialmente agora que o Exército da Rússia avança perto de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, antes da chegada do pacote militar e econômico que será enviado pelos Estados Unidos às forças de Kiev.

Putin foi recebido com honras na capital chinesa, em uma cerimônia que ressaltou a importância da relação entre os dois países e de seu alinhamento estratégico "sem limites". Xi deu as boas-vindas a Putin no Grande Salão do Povo com um evento bem coreografado, uma saudação de 21 tiros, uma banda marcial, uma guarda de honra e crianças pulando e acenando em sincronia.

O presidente russo ficará na China até sexta-feira, 17, e vai visitar também a cidade de Harbin, próxima à fronteira com a Rússia, segundo o serviço de mídia do Kremlin.

Modelo

O presidente chinês saudou os laços entre os dois países como "um modelo para um novo tipo de relações internacionais e relações entre grandes potências vizinhas". A chave para a relação, disse ele, é que os países "sempre se apoiem firmemente em questões que envolvem os interesses fundamentais e as principais preocupações de cada um".

Em uma declaração que leu aos repórteres em Pequim após a reunião bilateral, Xi disse que ele e Putin discutiram a guerra na Ucrânia - que ele chamou de "crise" e repetiu a posição da China, incluindo que "as preocupações de todas as partes", ou seja, a oposição de Putin à Otan, deve ser respeitadas.

Já Putin pediu uma maior cooperação econômica entre Moscou e Pequim, apontando que os dois países devem dar prioridade ao setor de energia, indústria, agricultura e tecnologia. Ele elogiou o uso do rublo e do renminbi pelos dois países em seu comércio bilateral, para contornar as restrições de Washington em relação ao uso de dólares.

"Apesar de algumas ações destinadas a restringir o nosso desenvolvimento - por parte de países terceiros - o volume de negócios entre a Rússia e a China está em um bom ritmo", disse Putin, segundo a mídia estatal russa.

Relacionamento próximo

Os dois líderes, que se encontraram mais de 40 vezes, descreveram seu relacionamento como próximo. Em uma declaração que leu aos jornalistas, Putin procurou mostrar que não estava isolado e que estava totalmente no comando. Ele disse que ele e Xi mantinham contato frequente, permitindo aos líderes "discutir quaisquer problemas, mesmo os mais difíceis, e manter todas as questões urgentes da agenda russo-chinesa e internacional sob controle pessoal".

Putin viajou com uma delegação considerável que refletia o aprofundamento da cooperação econômica e militar que ele esperava consolidar com Xi, incluindo Andrei Belousov, economista que foi nomeado o novo ministro da Defesa, o ministro da Economia, Maksim Reshetnikov, e o chanceler russo Sergei Lavrov.

Outros que acompanharam Putin incluíam os chefes da Rosatom, a empresa de energia nuclear da Rússia, e da Roscosmos, a agência espacial da Rússia, bem como cinco vice-primeiros-ministros. Entre eles estava Alexander Novak, um oficial que supervisiona o petróleo e o gás, incluindo o desenvolvimento do gasoduto Power of Siberia 2. Putin tentou chegar a um acordo com Xi sobre o projeto, que redirecionaria os suprimentos de gás russo que foram para a Europa em direção à China. Os dois líderes não fizeram menção ao gasoduto nesta quinta-feira, pelo menos publicamente.

A viagem ocorre pouco mais de uma semana depois que Xi visitou a Europa pela primeira vez em cinco anos e recusou-se a usar sua influência para pressionar Moscou a encerrar sua guerra contra a Ucrânia. Além de fornecer apoio diplomático, a China tornou-se uma linha vital para a economia à medida que a Rússia lida com sanções ocidentais.

Xi e Putin compartilham a visão de uma ordem mundial "multipolar", na qual países liderados pela China e Rússia podem operar por um conjunto de regras diferente das estabelecidas pelos Estados Unidos e outras democracias liberais.

Logo após a visita de Xi à Europa, a viagem de Putin "sinaliza que Pequim não mudou sua visão sobre seu relacionamento bilateral com a Rússia, apesar dos apelos consistentes dos líderes europeus para que a China interrompa seu apoio à economia de guerra da Rússia e à indústria de defesa", apontou Meia Nouwens, pesquisadora sênior de política de segurança e defesa chinesa no International Institute for Strategic Studies, um think tank com sede em Londres.

Comércio

A importância da China para a Rússia cresceu exponencialmente desde a invasão de 2022 - como compradora de energia russa, como fonte de componentes que podem ser usados na produção militar e como parceira diplomática, fornecendo apoio tácito para uma guerra que matou centenas de milhares de civis e soldados.

O comércio da China com a Rússia atingiu um recorde de US$ 240 bilhões em 2023 - um aumento de 63% em relação a 2021, antes da invasão, e alcançando uma meta planejada para 2024. Durante esse tempo, as exportações de eletrônicos chineses necessários para a produção de sistemas de armas guiadas com precisão viram um aumento significativo, mostram dados da alfândega chinesa.

Mas os fluxos comerciais aumentaram em ambas as direções. A Rússia se tornou no ano passado o maior fornecedor de petróleo da China, pois Pequim aproveitou seus preços com desconto. As sanções ocidentais significam que a Rússia tem relativamente poucos grandes clientes restantes.

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse, em nota divulgada nesta quarta-feira, 8, que "o País reafirma, neste 8 de janeiro, preceitos fundamentais que forjaram a nossa sociedade", sendo o principal deles a liberdade. "Não há liberdade verdadeira, responsável e plena fora do regime democrático. Por isso, toda ação em defesa da democracia deve ser destacada, assim como realizamos, no ano passado, o ato 'Democracia Inabalada', no Congresso Nacional", completou.

Pacheco não participa do evento realizado nesta quarta-feira no Palácio do Planalto em memória aos dois anos dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília e depredaram os prédios públicos, enquanto pediam uma intervenção militar.

O presidente do Senado justificou estar em uma viagem internacional previamente agendada.

"Parabenizo o governo federal e todas as instituições envolvidas nas cerimônias que reforçam a vigília em defesa do regime que considero ser o mais justo e equânime na representatividade popular e social", destacou o senador.

O Senado está representado no ato realizado pelo governo federal pelo vice-presidente da Casa, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB).

O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), afirmou nas redes sociais que recebeu um convite para a posse de Donald Trump no próximo dia 20 de janeiro. No X, Bolsonaro escreveu: "Muito honrado em receber do Presidente dos EUA, Donald Trump, convite para a sua posse e de seu Vice-Presidente J.D. Vance, no próximo dia 20 de janeiro. Agradeço a meu filho, o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro, pelo excelente trabalho nesta relação com a família do Presidente Donald J. Trump."

Além disso, Bolsonaro informou que seu advogado, Dr. Paulo Bueno, já solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) a devolução de seu passaporte para que ele pudesse participar do evento: "Meu advogado, Dr. Paulo Bueno, já encaminhou para o ministro Alexandre de Moraes pedido para eu reaver meu passaporte e assim poder atender a este honroso e importante evento histórico."

Bolsonaro, atualmente inelegível, teve que entregar seu passaporte em fevereiro do ano passado por ordem do STF em meio à operação da Polícia Federal Tempus Veritatis (hora da verdade, em latim), que apura a organização criminosa responsável por atuar em tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que é "falsa" a narrativa que busca associar o combate ao extremismo a medidas autoritárias. "E não devemos ter ilusões: no Brasil e no mundo está sendo insuflada a narrativa falsa de que enfrentar o extremismo e o golpismo, dentro do Estado de direito, constituiria autoritarismo", disse Barroso, em carta lida pelo vice-presidente do STF, Edson Fachin, em evento no Planalto sobre os atos golpistas do 8 de Janeiro.

"É o disfarce dos que não desistiram das aventuras antidemocráticas, com violação das regras do jogo e supressão de direitos humanos. A mentira continua a ser utilizada como instrumento político naturalizado", complementou Barroso na carta.

A declaração foi feita um dia após o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, publicar vídeo acusando a América Latina de ter "tribunais secretos de censura", sem citar o Supremo brasileiro.

O contexto da fala do empresário foi o anúncio do fim da parceria com checadores de informações no Facebook, Instagram e Threads nos EUA. O executivo afirmou que a decisão foi tomada para acabar com uma suposta censura na plataforma.

O Supremo iniciou no final do ano passado o julgamento do Marco Civil da Internet, que discute a responsabilização das redes sociais por conteúdos publicados pelos usuários. Há três votos para ampliar as hipóteses de punição das plataformas.