Desmatamento na Amazônia registra queda no início de 2025, mas alertas seguem acesos

Meio Ambiente
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O desmatamento na Amazônia Legal apresentou uma redução de 34% nos quatro primeiros meses de 2025 em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A queda é considerada um avanço significativo no combate aos crimes ambientais, mas especialistas alertam que os números ainda estão longe do ideal.

De janeiro a abril, foram desmatados cerca de 1.120 km² de floresta, contra os 1.695 km² registrados em 2024. O Pará, Mato Grosso e Amazonas continuam liderando o ranking dos estados que mais desmataram, embora também tenham mostrado recuos expressivos nos índices.

O governo federal atribui a redução ao reforço nas operações de fiscalização, ao uso de tecnologias de monitoramento em tempo real e à reativação de políticas ambientais interrompidas nos últimos anos. “Estamos voltando a ocupar os territórios com presença do Estado. É uma resposta direta ao avanço ilegal do desmatamento”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Entidades ambientais, por outro lado, pedem cautela na celebração dos dados. Para o Observatório do Clima, a redução é positiva, mas ainda insuficiente diante do avanço de garimpos ilegais e queimadas, que devem se intensificar com a chegada do período de seca na região.

Além disso, a pressão por abertura de novas áreas para agropecuária e exploração mineral continua sendo um desafio. Líderes indígenas e representantes de organizações sociais também alertam para o aumento de conflitos em terras protegidas.

A meta do Brasil é zerar o desmatamento ilegal até 2030, compromisso firmado na COP28 e reiterado em fóruns internacionais. A continuidade da queda nos índices depende, segundo especialistas, da combinação entre fiscalização efetiva, desenvolvimento sustentável e valorização das populações tradicionais.