Brasil avança em reflorestamento, mas desmatamento ainda preocupa especialistas

Meio Ambiente
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O Brasil registrou avanços significativos em projetos de reflorestamento em 2025, com a recuperação de mais de 100 mil hectares de áreas degradadas nos últimos 12 meses, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. A ação faz parte da meta nacional de restaurar 12 milhões de hectares até 2030, compromisso firmado durante a COP28.

Estados como Minas Gerais, Espírito Santo, Pará e Bahia lideram os esforços de recuperação ambiental, com programas que envolvem reflorestamento nativo, agroflorestas e parcerias com comunidades locais. A iniciativa também conta com apoio de empresas privadas, que investem em ações de compensação de carbono e sustentabilidade.

Apesar dos números positivos no reflorestamento, o desmatamento na Amazônia e no Cerrado ainda preocupa especialistas. Dados recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que, mesmo com redução em relação a 2024, o ritmo de desmate permanece alto em regiões como o sul do Amazonas, norte de Mato Grosso e oeste da Bahia — áreas pressionadas pelo avanço da fronteira agrícola e do garimpo ilegal.

Segundo a bióloga e pesquisadora Carla Mendes, da Universidade Federal do Pará, o reflorestamento não pode ser visto como um substituto à proteção de florestas em pé. “Recuperar é importante, mas preservar é fundamental. A biodiversidade de uma floresta primária não é substituída em poucos anos”, afirma.

Além dos impactos ambientais, o desmatamento acelera as mudanças climáticas e compromete os regimes de chuva, afetando diretamente a produção agrícola, o abastecimento de água e a estabilidade de ecossistemas.

O governo federal promete intensificar as ações de fiscalização e retomar o Fundo Amazônia como uma das principais fontes de financiamento para o combate ao desmatamento ilegal. Paralelamente, projetos de bioeconomia ganham força como alternativa sustentável, promovendo geração de renda em comunidades tradicionais sem a necessidade de devastação da floresta.

Com o desafio de equilibrar desenvolvimento e preservação, o Brasil segue sob os holofotes da agenda ambiental global — e as decisões tomadas agora podem definir o futuro das próximas décadas.