O avanço da inteligência artificial (IA) deixou de ser uma tendência distante e tornou-se parte concreta da estratégia de desenvolvimento tecnológico do Brasil. Em 2025, o país experimenta uma expansão significativa no uso de IA em setores como saúde, segurança pública, educação e agricultura, impulsionado pela criação de novos centros de pesquisa, investimentos privados e políticas públicas voltadas à transformação digital.
Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Brasil conta atualmente com mais de 70 laboratórios e hubs dedicados ao desenvolvimento de soluções com IA, espalhados por universidades, instituições federais e parcerias com o setor privado. Essa estrutura, somada a incentivos fiscais e programas de fomento, tem contribuído para a formação de profissionais especializados e para o surgimento de startups voltadas a soluções de IA aplicada.
Na saúde, algoritmos são utilizados no SUS para análise de exames, triagem de pacientes e predição de surtos epidemiológicos. Na segurança, estados como São Paulo e Ceará já adotam sistemas de reconhecimento facial e predição de crimes em áreas urbanas de alta complexidade. E no campo, a chamada “agricultura 4.0” utiliza IA para prever safra, monitorar solo e otimizar o uso de recursos naturais, como água e fertilizantes.
Apesar do otimismo, especialistas alertam para os desafios éticos e regulatórios. A ausência de uma legislação específica para uso de IA no Brasil ainda gera lacunas em temas como privacidade de dados, viés algorítmico e responsabilidade civil, especialmente em sistemas automatizados de decisão. O Congresso Nacional analisa, desde 2023, o Projeto de Lei da Inteligência Artificial, que pode estabelecer as diretrizes para um uso seguro e justo da tecnologia.
“Estamos em um momento crucial. O Brasil tem potencial técnico e criativo para ser protagonista em IA, mas isso precisa vir acompanhado de governança, inclusão digital e transparência”, afirma a pesquisadora e cientista de dados Isabela Meireles, da UFMG.
Com impacto crescente em diversos setores da economia e da vida cotidiana, a inteligência artificial deixa de ser apenas uma promessa e se consolida como um dos motores da inovação no Brasil. O desafio agora é garantir que esse avanço seja acessível, seguro e orientado ao bem comum.
Brasil acelera na corrida da inteligência artificial com expansão de centros de pesquisa e uso em serviços públicos
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