Preterido por Lira, Elmar prega contra 'unanimidade artificial após lançamento de Motta

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O deputado Elmar Nascimento (União-BA), candidato à presidência da Câmara, pregou nesta terça-feira, 29, contra "unanimidades artificiais" ao comentar a candidatura do adversário Hugo Motta (Republicanos-PB). Elmar chegou a ser considerado o favorito do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), para sua sucessão, mas acabou preterido pelo alagoano, que lançou Motta para a eleição que ocorrerá em fevereiro.

 

"O apoio do presidente Arthur Lira ao colega Hugo Motta é legítimo. No entanto, a condução da Câmara dos Deputados não deve buscar uma unanimidade artificial, reduzida a uma única vontade", publicou Elmar, na rede social X.

 

O deputado do União participou nesta tarde de uma reunião com a bancada do PT, em uma tentativa de atrair o apoio do partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

"Minha candidatura se firma na renovação e no fortalecimento da democracia, valorizando a diversidade de pensamentos. Não buscamos consensos artificiais, mas espaços para a saudável disputa de ideias", emendou o líder do União Brasil.

 

Após ser preterido por Lira em setembro, Elmar rompeu relações com o presidente da Câmara, de quem era amigo pessoal. Os dois só voltaram a conversar neste mês, de forma protocolar, quando Lira fez uma ligação ao deputado do União para falar sobre votações no plenário da Casa.

 

"A palavra empenhada deve ser pilar dessa liderança. Confiança e respeito aos compromissos são essenciais para a integridade do processo legislativo. Quem não cumpre sua palavra, pode mandar, mas não lidera", publicou Elmar.

 

O líder do União Brasil reforçou o acordo que fez com o deputado Antonio Brito (PSD-BA), que também disputa a presidência da Câmara. "Reconhecemos afinidades e valores comuns com o colega Antonio Brito, consolidando princípios que norteiam nossas campanhas. Estabelecemos uma aliança estratégica: quem avançar ao segundo turno terá o apoio do outro", afirmou.

 

Elmar citou até mesmo uma frase de Nelson Rodrigues: "Toda unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar."

 

Brito, que também se reuniu com o PT, disse que o partido de Lula deve ter o tempo necessário para decidir quem apoiar. "Eu sou o candidato do consenso. Eu dialogo com a esquerda, a direita e o centro", declarou. "O consenso não é buscar consenso dos desiguais, é buscar pauta comum a todos, que a gente possa defender na Casa e colocar em votação com previsibilidade. E isso, irei fazer", emendou.

 

Lira anunciou nesta terça-feira, 29, apoio formal a Hugo Motta. A candidatura foi oficialmente lançada pelo Republicanos, que tem 44 deputados, e recebeu o apoio público do PP, partido do presidente da Câmara, cuja bancada tem 50 parlamentares.

Em outra categoria

O secretário de Estados dos EUA, Marco Rubio, disse nesta terça, 11, que a Ucrânia deu um passo positivo ao aceitar o cessar-fogo de 30 dias proposto pelos americanos e espera que os russos retribuam. "A bola agora está no campo da Rússia em relação à paz na Ucrânia".

Rubio declarou à jornalistas que o único jeito de sair da guerra é com uma negociação e que o cessar-fogo "é um início para as discussões de como acabar com a guerra de forma permanente".

Em coletivo junto ao secretário de Estado, o assessor de segurança nacional dos EUA, Mike Waltz, afirmou que irá falar com seu homólogo russo nos próximos dia.

Sobre prazos para assinatura de um acordo, Waltz e Rubio disseram que querem realizá-lo o mais cedo possível.

O Hamas anunciou nesta terça-feira, 11, o início das negociações com Israel e um representante dos Estados Unidos para a segunda fase de um cessar-fogo na Faixa de Gaza. "Esperamos que esta rodada traga avanços significativos para o início da próxima fase das negociações, pavimentando o caminho para o fim da agressão, a retirada da ocupação de Gaza e a conclusão de um acordo de troca de prisioneiros", afirmou o grupo.

O Hamas também declarou que o governo dos EUA, sob a liderança de Donald Trump, é responsável "politicamente, legalmente, humanitariamente e moralmente" pelo apoio irrestrito ao governo de ocupação extremista de Israel, que, segundo o grupo, comete crimes de assassinato e deslocamento forçado contra o povo palestino.

Em um comunicado, o movimento exigiu que a comunidade internacional, junto a organizações humanitárias e de direitos humanos, pressione Israel para interromper as "graves violações" que, segundo o Hamas, podem "ameaçar" a segurança e a estabilidade na região e no mundo.

O primeiro-ministro da província canadense de Ontário, Doug Ford, alertou nesta terça, 11, sobre uma possível "recessão Trump" e afirmou que não "hesitará" em interromper as exportações de energia elétrica para os Estados Unidos, caso o republicano continue a "prejudicar famílias canadenses".

Em entrevista à CNBC, Ford declarou: "Se entrarmos em uma recessão, ela será chamada de recessão Trump". Ao ser questionado sobre a possibilidade de paralisar as exportações de eletricidade, ele acrescentou: "Essa é a última coisa que eu quero fazer. Eu quero enviar mais eletricidade para os EUA, para nossos aliados mais próximos ou nossos melhores vizinhos do mundo. Quero enviar mais eletricidade."

No entanto, Ford destacou que a energia é uma "ferramenta em nosso arsenal" no contexto da guerra comercial promovida por Trump. "À medida que ele Trump continua prejudicando as famílias canadenses, as famílias de Ontário, eu não hesitarei em fazer isso. Essa é a última coisa que eu quero fazer", completou.

As declarações de Ford ocorreram após Trump anunciar uma tarifa adicional de 25% sobre o aço e alumínio canadenses, elevando a taxa para 50%, em resposta à sobretaxa de 25% imposta por Ontário sobre a eletricidade exportada para os EUA.