Desembargador nega à PF haver senha para propina

Política
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Quando resolveu pôr agentes nas ruas no encalço do desembargador Ivo de Almeida, afastado do Tribunal de Justiça de São Paulo por suposta venda de sentenças, a Polícia Federal batizou a investigação em razão de senhas que teriam sido usadas pelos investigados para se referir a propinas: "carnes", "picanha", "chefe da oficina", "mecânico", "carro" e "churrasco".

 

Os investigadores confrontaram o magistrado sobre o uso das cifras "mecânicos" e "oficina" em conversas e ouviram dele que seria apenas uma referência à troca da caixa de câmbio de seu Vectra 2009. Ivo negou que as palavras fossem senhas para propina. Para a defesa, o indiciamento é "arbitrário e ilegal". "Depoimentos e as perícias (...) demonstram que ele (Ivo) foi vítima de um ex-amigo que vendia ilusões valendo-se do nome e do prestígio do magistrado".

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O ditador norte-coreano Kim Jong-un inaugurou nesta semana seu parque aquático, em Wonsan Kalma, na costa leste da Coreia do Norte. Na festa de abertura, ele estava animado, acompanhado de sua mulher, Ri Sol-ju, e de sua filha Kim Ju-ae - a provável sucessora.

O complexo turístico, que será aberto no dia 1º de julho, poderá receber até 20 mil pessoas - todos norte-coreanos. A entrada de estrangeiros está restrita por enquanto, com empresas do setor estimando que apenas 5 mil viajantes ocidentais visitem o país por ano.

Kim disse que sua construção seria registrada como "um dos maiores sucessos deste ano" e chamou o local de "o primeiro passo orgulhoso" para concretizar a política do governo de desenvolver o turismo, de acordo com a agência de notícias norte-coreana KCNA.

Analistas dizem que Kim tem interesse em desenvolver o turismo, e as areias de Wonsan Kalma seriam o local ideal. A Coreia do Norte reabriu suas fronteiras em agosto de 2023, após quase quatro anos de isolamento em razão da pandemia, período em que até seus cidadãos foram proibidos de viajar. As restrições, no entanto, não foram completamente aliviadas.

O parque de Kim foi descrito pelo regime como "um resort cultural de classe mundial". Fotos divulgadas pela mídia estatal mostraram o ditador sentado em uma cadeira, de terno, olhando um homem despencando de um toboágua. "É com grande satisfação que inauguramos um dos maiores sucessos deste ano", disse Kim, que prometeu construir mais zonas turísticas, segundo a imprensa oficial.

No ano passado, a Coreia do Norte permitiu que turistas russos retornassem pela primeira vez desde a covid. Na quarta-feira, 25, a agência de notícias russa Tass informou que um trem de passageiros de Pyongyang chegou a Moscou, marcando a reabertura da rota ferroviária direta entre as capitais dos dois países aliados, após cinco anos de interrupção.

Em maio, foi retomada a ligação de trem entre Rason - cidade portuária da Coreia do Norte, onde funciona um mercado legal em caráter experimental - e Vladivostok, na Rússia.

Funcionamento exclusivo para norte-coreanos

A KCNA informou que a Coreia do Norte iniciará o atendimento a turistas nacionais na próxima terça-feira. A agência não informou quando a Coreia do Norte começará a receber turistas estrangeiros, mas autoridades russas informaram mais tarde na quinta-feira que o primeiro passeio russo ao local acontecerá em julho.

Analistas dizem que o resort provavelmente exigiu um grande investimento do orçamento limitado da Coreia do Norte. Isso indica que, eventualmente, o país terá que aceitar turistas chineses e estrangeiros para ser rentável.

Kim tem se esforçado para transformar o país em um polo turístico como parte dos esforços para reanimar a economia em dificuldades, e a zona de Wonsan-Kalma é um de seus projetos turísticos mais comentados. A KCNA informou que a Coreia do Norte também confirmará planos para construir grandes atrações turísticas em outras partes do país.

A Coreia do Norte ainda não suspendeu completamente a proibição de turistas estrangeiros imposta no início de 2020 para se proteger da pandemia de covid-19. Especialistas afirmam que o país tem demorado a retomar o turismo internacional devido às restrições pandêmicas, ao recrudescimento das tensões com os EUA e a Coreia do Sul nos últimos anos e à preocupação com turistas ocidentais que possam espalhar uma imagem negativa do regime. (Com agências internacionais).

O Irã não vai permitir que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) realize inspeções nas instalações nucleares de Fordow, Natanz e Isfahan, as principais unidades de enriquecimento de urânio do país, bombardeadas há cinco dias pelos Estados Unidos. O país paralisou temporariamente a colaboração com o órgão, informou nesta quinta-feira, dia 26, a Embaixada do Irã em Brasília.

Questionado pelo Estadão/Broadcast se o Irã permitiria a verificação nas plantas nucleares, o embaixador iraniano no Brasil, Abdollah Nekounam, afirmou que o Conselho de Guardiões do Irã aprovou uma resolução, que já havia passado no Parlamento do país, e obriga o governo a suspender toda a colaboração com a agência das Nações Unidas, prevista no Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, o TNP.

O Conselho de Guardiões exerce forte influência no sistema decisório iraniano. O órgão tem 12 membros, entre clérigos e juristas, que revisam eleições, até selecionando candidatos, e a aprovação de leis para verificar a conformidade com a lei islâmica.

O período da suspensão não foi informado, mas segundo o embaixador será uma paralisação temporária. A agência iraniana Tasnim noticiou que 221 legisladores aprovaram a lei no parlamento, por unanimidade dos presentes, e que a suspensão vai durar até que haja proteção aos cientistas e centros nucleares do país.

A ONU, por meio da AIEA, pressionava o Irã por transparência e, desde os ataques da noite de sábado, dia 21, pedia um acordo que permitisse o acesso de seus técnicos mantidos em solo iraniano às instalações, a fim de determinar a extensão dos danos e eventuais riscos à retomada da operação.

O Irã, por outro lado, chegou a dizer que os ataques dos EUA foram realizados "sob a sombra da indiferença e até mesmo com o apoio da Agência Internacional de Energia Atômica". Em maio, a agência reportou que o Irã enriquecia urânio em ritmo acelerado a 60%, mais próximo dos 90% necessários para fabricação de uma bomba atômica.

Relatórios de inteligência fornecidos a governos da Europa apontam que o estoque de urânio enriquecido do Irã permanece em grande parte intacto após os ataques dos EUA. O novo indício de que o material radioativo escapou das bombas americanas foi revelado nesta quinta-feira, 26, pelo jornal britânico Financial Times, citando duas fontes de governos europeus.

Segundo o jornal, o relatório indica que 408 quilos de urânio enriquecido a 60% não estavam concentrados apenas na instalação nuclear de Fordow no momento do ataque americano e foram distribuídos para outras localidades. As novas informações voltam a questionar a afirmação do presidente dos EUA, Donald Trump, de que o bombardeio havia "acabado" com o programa nuclear do Irã.

As fontes citadas pelo Financial Times afirmam que os governos da Europa estavam esperando por um relatório de inteligência completo sobre os danos em Fordow. A avaliação parcial é de que a instalação sofreu "danos extensos, mas não destruição completa".

O Irã sinalizou que o estoque de urânio enriquecido foi movido antes dos ataques americanos. Imagens de satélite mostraram uma movimentação intensa de cerca de 20 caminhões em Fordow, dois dias antes dos ataques americanos.

Destruição

Ontem, em entrevista à Radio France Internationale, Rafael Grossi, diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ligada à ONU, afirmou que as centrífugas da usina de Fordow "não estão mais operacionais".

Os inspetores da AIEA não conseguiram ainda acessar as centrais atingidas pelos bombardeios, mas Grossi declarou que, embora seja difícil avaliar os danos apenas com imagens de satélite, o poder das bombas e as características técnicas da instalação fazem com que já seja possível dizer que "essas centrífugas não estão funcionando".

A questão vem se tornando central para Trump, que insiste na tese de que os bombardeios destruíram completamente o programa nuclear iraniano. Ontem, o presidente americano acusou os democratas de divulgarem o relatório da agência de inteligência do Pentágono (DIA), que constatou que os ataques foram ineficazes e atrasaram o programa nuclear em apenas alguns meses. "Foram os democratas que entregaram as informações. Eles deveriam ser processados", escreveu o presidente em sua rede social.

Na quarta-feira, 25, Trump pediu a demissão da correspondente da CNN Natasha Bertrand, que relatou a existência do relatório. "Ela (Natasha Bertrand) deveria ser demitida da CNN. Eu a assisti por três dias fazendo fake news. Ela deveria ser repreendida imediatamente e depois expulsa como um cachorro."

Ajuda

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, tentou ontem dar força à versão de Trump, oferecendo descrições mais detalhadas dos ataques aéreos, mas sem novas avaliações sobre o estado do programa nuclear iraniano ou dos danos às instalações. Ele rejeitou o relatório da DIA, que é vinculada ao seu próprio departamento, e citou uma série de outras informações de inteligência - de fontes americanas, israelenses, iranianas e da agência nuclear da ONU - para reiterar que a ação foi "historicamente bem-sucedida".

Ao dar suas declarações, Hegseth atacou a imprensa por não celebrar o trabalho do presidente, afirmando que a divulgação do relatório da DIA, e sua publicação pela CNN e pelo New York Times, teve "motivação política" com objetivo de "prejudicar a imagem do presidente". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.