Caiado critica portarias do governo para se opor a Lula e virar alternativa a Bolsonaro

Política
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O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), criticou as portarias assinadas na semana passada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para tentar reduzir e monitorar a letalidade policial, além de combater a criminalidade. Como mostrou o Estadão, Caiado prepara o anúncio da pré-candidatura à Presidência e busca se mostrar como uma alternativa da direita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - que está inelegível.

Em vídeo publicado no Instagram neste domingo, 19, o governador afirmou que as portarias de Lewandowski mostram a "conivência e leniência" do Planalto com as facções criminosas. Entre as regulamentações do governo Lula, estão diretrizes para abordagens e para o uso de instrumentos com menor potencial ofensivo, deixando as armas de fogo como último recurso.

"Realmente pode deixar claro que, com portarias como essa, a conivência e leniência do governo com a criminalidade está mais do que clara. Essa é a grande verdade. Nós precisamos é de medidas enérgicas capazes de poder fazer valer ali a presença do Estado e não a submissão do Estado aos faccionados e ao crime no Brasil", disse Caiado.

Diferentemente de outros vídeos com críticas ao governo Lula, Caiado passou a citar outras regiões do País, e não só o Estado de Goiás. Na publicação deste domingo, o governador mencionou a criminalidade na Amazônia e, em especial, em Porto Velho (RO).

"Eu pergunto para vocês, em um momento como este, aonde as facções tomam conta do País, na grande maioria das capitais e na Amazônia quase toda, hoje estamos assistindo o Estado de Rondônia, a capital Porto Velho, totalmente tomada pelos faccionados, e o senhor ministro discutindo regras como essa", disse.

Caiado afirmou ainda que Goiás é uma "exceção" aos outros Estados que sofrem com a criminalidade. Em outro atrito com o Planalto sobre o programa de governo de Lula para a segurança pública, o goiano disse que acabou com a criminalidade no território onde governa. A declaração dele foi respondida com ironia pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O anúncio da pré-candidatura à Presidência é o principal objetivo de Caiado em 2025. Em meio a uma direita fragmentada devido à inelegibilidade de Bolsonaro, Caiado se antecipou e já organizou o lançamento da sua pré-campanha para março.

O palco do anúncio da pré-candidatura será Salvador. A capital baiana foi onde Lula teve o melhor desempenho em capitais contra Bolsonaro. Por outro lado, a cidade é uma base importante do União Brasil, onde o atual prefeito, Bruno Reis (União), venceu em primeiro turno com quase 80% dos votos válidos a eleição municipal do ano passado.

Nos próximos meses, Caiado pretende selecionar especialistas que vão elaborar a plataforma de governo dele. Desde o ano passado, iniciou conversas com médica Ludhmila Hajjar, o ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto e com Erick Figueiredo, que presidiu o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no governo Bolsonaro. Segundo aliados, são apenas sondagens iniciais, sem garantia de que esses nomes integrarão a pré-campanha do goiano.

Um dos desafios de Caiado é se tornar um nome atrativo aos eleitores que votaram em Bolsonaro em 2022. De acordo com levantamento da Paraná Pesquisas divulgada na semana passada, que mostra cenários para 2026 onde Bolsonaro não é candidato, o governador de Goiás não alcança dois dígitos de intenções de voto.

Outros desafios são a condenação pela Justiça Eleitoral de Goiás, em dezembro, a oito anos de inelegibilidade por supostamente ter cometido abuso de poder político na utilização do palácio do governo para benefício do prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União), o que ele nega, e o anúncio do cantor sertanejo Gusttavo Lima, um aliado, de participar da disputa eleitoral em 2026.

Para conferir o vídeo publicado por Caiado, basta clicar aqui.

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Líderes estrangeiros parabenizaram o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pela posse nesta segunda-feira, 20.

Em vídeo publicado no X (antigo Twitter), o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, disse a "relação especial" entre os dois países continuará florescendo nos próximos anos. "Em nome do governo de Sua Majestade e do Reino Unido, gostaria de mandar as minhas mais acaloradas congratulações ao presidente Trump pela posse como 47º presidente dos EUA", declarou.

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, publicou uma foto em que aparece ao lado de Trump e escreveu que, juntos, os dois países podem enfrentar os desafios globais. "A Itália estará sempre empenhada em consolidar o diálogo entre os Estados Unidos e a Europa, como pilar essencial para a estabilidade e o crescimento das nossas comunidades", ressaltou.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, também enviou saudações ao novo líder da Casa Branca. Netanyahu elogiou as ações do primeiro governo de Trump. "Você retirou os EUA do perigoso acordo nuclear com o Irã, reconheceu Jerusalém como capital de Israel, transferiu a embaixada americana para Jerusalém e reconheceu a soberania israelense sobre as colinas de Golã", lembrou.

Netanyahu também agradeceu a Trump pela libertação dos reféns mantidos pelo Hamas. "Estou ansioso para trabalhar com você para libertar os reféns restantes, destruir as capacidades militares do Hamas, acabar com o controle do Hamas sobre Gaza e assegurar que o Hamas nunca mais seja uma ameaça a Israel", disse.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, expressou o desejo de trabalhar conjuntamente para lidar com desafios mundiais e alcançar objetivos comuns de segurança. "Essa é a força duradoura da parceria transatlântica", pontuou.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou nesta segunda-feira, 20 a promessa de implementar uma ampla reforma do sistema de comércio internacional. Durante discurso de posse, na Rotunda do Capitólio, em Washington D.C., o republicano repetiu que pretende impor tarifas a países estrangeiros com o objetivo de "enriquecer os americanos".

Trump também confirmou plano de criar um Serviço de Receita Externa, órgão análogo à Receita Federal que buscará coletar os tributos cobrados sobre as importações. Segundo ele, a iniciativa trará "grande quantidade de dinheiros" para o Tesouro americano a partir de fontes estrangeiras.

A Casa Branca emitiu na tarde desta segunda-feira, 20, um comunicado com as prioridades do começo de mandato do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tomou posse hoje. Separado em quatro partes, o documento trata de tornar a "América segura outra vez", reduzir os preços e retomar o domínio do mercado de energia, "drenar o pântano", em referência à política de Washington, e trazer de volta os "valores americanos". A presidência promete que libertará o setor de energia dos Estados Unidos ao "acabar com as políticas de extremismo climático de Biden", e cita uma retirada do Acordo de Paris como uma medida nesta sentido.

"O presidente Trump declarará uma emergência energética e utilizará todos os recursos necessários para construir infraestruturas críticas", diz a publicação. A Casa Branca diz ainda que a nova administração buscará racionalizar a concessão de licenças e rever, para efeitos de rescisão, todos os regulamentos que impõem encargos indevidos à produção e utilização de energia, incluindo a mineração e o processamento de minerais não combustíveis.

"As políticas energéticas do presidente Trump acabarão com o arrendamento de enormes parques eólicos que degradam as nossas paisagens naturais e não servem os consumidores de energia americanos", diz o documento. A publicação diz que Trump anunciará a Política Comercial "America First". Segundo o documento, os EUA não estarão "mais em dívida com organizações estrangeiras pela nossa política fiscal nacional, que pune as empresas americanas".

Sobre as políticas de segurança, Trump "tomará medidas ousadas para garantir a segurança da nossa fronteira e proteger as comunidades americanas. Isto inclui acabar com as políticas de captura e libertação de Biden, restabelecer a permanência no México, construir o muro, acabar com o asilo para quem atravessa ilegalmente a fronteira, reprimir os santuários criminais e melhorar a verificação e o rastreio de estrangeiros", diz o documento.

"A operação de deportação abordará as passagens recordes de fronteiras de estrangeiros criminosos sob a administração anterior. O Presidente está suspendendo a reinstalação de refugiados, depois de as comunidades terem sido forçadas a alojar grandes e insustentáveis populações de migrantes, prejudicando a segurança e os recursos", afirma.

"As Forças Armadas, incluindo a Guarda Nacional, se envolverão na segurança das fronteiras, e serão destacadas para a fronteira para ajudar o pessoal existente na aplicação da lei. Trump iniciará o processo de designação de cartéis como organizações terroristas estrangeiras e utilizará a Lei dos Inimigos Estrangeiros para os remover", aponta a Casa Branca.