Veja como governo e oposição reagiram às votações sobre IOF e aumento de deputados

Política
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O Congresso aprovou nesta quarta-feira, 25, a derrubada do decreto do governo Lula que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em paralelo, Senado e Câmara também aprovaram o projeto de lei complementar que aumenta de 513 para 531 o número de deputados federais. Nas redes sociais, parlamentares da oposição e da base de apoio ao governo reagiram às votações do Congresso.

 

Enquanto a votação sobre o IOF dividiu as orientações das bancadas do governo e da oposição, o aumento do número de deputados contou com orientação favorável da oposição, mas não houve posição expressa da bancada do governo.

 

O projeto de decreto legislativo (PDL) que derrubou o aumento do IOF foi aprovado na Câmara por 383 votos a 98. O Senado encampou a decisão em votação simbólica.

 

Na Câmara, a derrubada do decreto do IOF teve PL e PT unânimes: enquanto 88 parlamentares do PL votaram para derrubar o aumento, 65 petistas votaram para manter o decreto. O deputado federal Rui Falcão (SP) cometeu um engano e foi o único petista a votar a favor da derrubada.

 

No X (antigo Twitter), a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) chamou o Congresso de "inimigo do povo" e afirmou que o decreto promovia justiça tributária ao onerar "quem pode e deve pagar mais". "Medida injusta para beneficiar os mais ricos", disse Natália Bonavides (PT-RN). Para Kiko Celeguim (PT-SP), a votação "passou por cima do bom senso" e representou "o interesse dos mais ricos se sobrepondo às necessidades do povo".

 

A derrubada do decreto foi celebrada entre opositores do governo federal. O relator do texto, Coronel Chrisóstomo (PL-RO), afirmou que, antes de criar um novo imposto, o governo federal deve apresentar medidas de contenção de gastos. "O povo não pode arcar com a irresponsabilidade deste governo", disse o relator. "A Câmara e o Senado ouviram o grito do povo brasileiro", afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL na Câmara.

 

Em paralelo, o Congresso aprovou o aumento do número de deputados federais, uma medida que também provoca um efeito em cascata na quantidade de deputados estaduais e distritais do País.

 

Na Câmara, o PL orientou sua bancada a favor do projeto. Setenta deputados do partido votaram a favor do aumento de deputados, enquanto seis membros da sigla contrariam a orientação da bancada e votaram contra a medida. No Senado, a bancada foi liberada. Dos treze presentes na sessão, seis votaram a favor e sete, contra.

 

Um dos votos contrários foi o de Marcos Pontes (SP). "Precisamos cortar gastos, ser mais eficientes e não engordar o poder público sem representatividade expressiva", disse o ex-ministro da Ciência e Tecnologia.

 

A bancada do PT na Câmara não orientou seus deputados. Contudo, entre petistas, o apoio ao texto foi majoritário. Enquanto três deputados foram contrários ao projeto, houve 42 votos a favor.

 

A Federação PSOL/Rede, que é governista, orientou seus membros pela obstrução, apoiando um requerimento para tirar o projeto da pauta. A deputada Luciene Cavalcante (PSOL-SP) criticou a aprovação do texto, alegando que "a demanda (do Congresso) por 'corte de gastos' parece bem seletiva". Luciene votou favorável à retirada do projeto de pauta. Após a tentativa de obstrução ser superada, a parlamentar acabou votando a favor do aumento de deputados.

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A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo neste domingo, 9. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso do presidente dos EUA, Donald Trump, para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A fala distorcida de Trump foi exibida no programa Panorama de 3 de novembro de 2024, a uma semana das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Em sua rede social, a Truth Social, Donald Trump celebrou a demissão de quem chamou de "jornalistas corruptos". "Essas são pessoas muito desonestas que tentaram manipular as eleições presidenciais. Para piorar, vêm de um país estrangeiro, um que muitos consideram nosso principal aliado. Que terrível para a democracia!", postou.

A ministra britânica da Cultura, Lisa Nandy, havia classificado horas antes como "extremamente grave" a acusação contra a BBC por apresentar declarações de Trump de maneira enganosa.

"É um dia triste para a BBC. Tim foi um excelente diretor-geral durante os últimos cinco anos", afirmou o presidente da Corporação Britânica de Radiodifusão, Samir Shah, em comunicado. Ele acrescentou que Davie enfrentava "pressão constante (...) que o levou a tomar a decisão" de renunciar.

Colagem de trechos separados levou a versão distorcida do discurso

O caso, revelado na terça-feira, 4, baseia-se em um documentário exibido uma semana antes das eleições presidenciais dos EUA de 2024. A BBC é acusada de ter montado trechos separados de um discurso de Trump de 6 de janeiro de 2021 de forma que parece indicar que ele teria dito a seus apoiadores que marchariam com ele até o Capitólio para "lutar como demônios".

Na versão completa, o então presidente republicano - já derrotado nas urnas pelo democrata Joe Biden - diz: "Vamos marchar até o Capitólio e vamos incentivar nossos valentes senadores e representantes no Congresso."

A expressão "lutar como demônios" corresponde, na verdade, a outro momento do discurso.

Em carta enviada ao conselho da BBC e publicada no site, a CEO de notícias disse que a polêmica em torno do programa Panorama sobre o presidente Trump chegou a um ponto em que está prejudicando a BBC - uma instituição que ela adora.

Já Tim Davie, diretor-geral, disse que abdicou ao cargo após intensas exigências pessoais e profissionais de gerir o posto ao longo de muitos anos nestes "tempos turbulentos".

Um dia antes do início oficial da COP30 em Belém, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou em sua rede social, a Truth Social, nesta domingo, 9, uma mensagem dizendo que a Amazônia foi destruída para a construção de uma estrada.

"Eles destruíram a floresta amazônica no Brasil para a construção de uma rodovia de quatro faixas para que ambientalistas pudessem viajar", escreveu Trump na mensagem, ressaltando que o caso "se tornou um grande escândalo".

Junto com a mensagem, Trump postou um vídeo de quatro minutos da Fox News, com uma reportagem do enviado da emissora a Belém para cobrir a COP30.

Na reportagem, o editor Marc Morano diz, com uma imagem de Belém ao fundo, que mais de 100 mil árvores foram cortadas na Amazônia para construir a estrada e mostrar como o "governo brasileiro está cuidando da floresta tropical".

Ainda na reportagem postada por Trump, o jornalista destaca que pela primeira vez não há uma delegação oficial dos Estados Unidos em uma conferência das Nações Unidas sobre o clima desde 1992. Mesmo países europeus estão deixando esses compromissos de lado, ressalta o jornalista.

A reportagem fala ainda da queda das vendas de carros elétricos e de demissões em fábricas nos Estados Unidos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse há pouco que a BBC alterou seu discurso de 6 de janeiro de 2021, dia da invasão ao Capitólio, e celebrou a demissão de "pessoas muito desonestas que tentaram influenciar uma eleição presidencial".

"As principais pessoas da BBC, incluindo TIM DAVIE, o CHEFE, estão todas se demitindo/DEMITIDAS, porque foram pegas 'alterando' meu excelente (PERFEITO!) discurso de 6 de janeiro. Além de tudo, eles são de um país estrangeiro, que muitos consideram nosso Aliado Número Um. Que coisa terrível para a Democracia!", escreveu o republicano na Truth Social.

A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo nesta trade. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso de Trump para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio.