Oposição reage a Lula por ter chamado Bolsonaro de 'covardão' ao não ter dado golpe

Política
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A oposição ao governo reagiu à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a reunião ministerial realizada nesta segunda-feira, 18, quando chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de "covardão". Para os aliados do ex-chefe do Executivo, Lula ataca o adversário político para tentar reverter a queda de popularidade da gestão dele.

 

Na abertura do encontro com os ministros, Lula afirmou que o País "correu sério risco de ter um golpe" após as eleições de 2022. "Hoje, a gente tem clareza, por depoimentos de gente que fazia parte do governo dele ou que estava no comando, inclusive, das Forças Armadas, de gente que foi convidada pelo presidente (Bolsonaro) para fazer um golpe", disse Lula.

 

"Não teve golpe não só porque algumas pessoas que estavam no comando das próprias Forças Armadas não quiseram fazer, não aceitaram a ideia do presidente, mas também porque o (ex) presidente é um covardão", afirmou.

 

Nesta sexta-feira, 15, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes derrubou o sigilo dos depoimentos dos investigados e das testemunhas envolvidas no inquérito que apura a suposta tentativa de ruptura democrática. As declarações do ex-chefe da Aeronáutica Carlos Almeida Baptista Júnior e do ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes à Polícia Federal (PF) narram os detalhes das reuniões em que o ex-chefe do Executivo teria tentado arregimentar as Forças Armadas em uma tentativa de se manter no Poder.

 

Aliado de Bolsonaro, o segundo vice-presidente da Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), disse no X (antigo Twitter) que Lula começou o encontro chamando o aliado de "covardão" porque o governo federal "não tem o que mostrar".

 

"Com a popularidade caindo, Lula começou sua reunião ministerial falando do Bolsonaro e o chamando de 'covardão'. Qual a surpresa? É isso que podemos esperar de um governo que não tem o que mostrar", afirmou Sóstenes.

 

O deputado Pedro Lupion (PP-PR), presidente da bancada do agronegócio, que conta com 374 parlamentares no Congresso, respondeu a postagem de Sóstenes, dizendo que "esperar uma autocrítica do líder do PT é ilusão sem final feliz".

 

Na mesma linha, o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) e advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, afirmou que a fala de Lula mostra um "desespero completo com o melhor momento da direita desde 2020 (estar) coincidindo com o pior momento da esquerda".

 

Neste mês de março, quatro institutos de pesquisas divulgaram levantamentos que apontaram uma queda na avaliação positiva do governo do petista. Na última sexta, Lula disse ter "consciência" de que não está cumprindo o que prometeu na campanha eleitoral.

 

O vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho "02" do ex-presidente, também alfinetou Lula pelas redes sociais. O parlamentar publicou o trecho onde Lula fala sobre Bolsonaro e afirmou: "Golpe, golpe, golpe...! Eis então que surge Luiz Inácio com suas pérolas diárias".

 

Outros aliados de Bolsonaro contestaram a afirmação de Lula, comparando a popularidade do ex-presidente com a do atual chefe do Executivo. "Engraçado que o 'covardão' sai nas ruas, enquanto o outro...", disse o presidente da Comissão de Educação da Câmara, deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).

 

O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) afirmou que o "covardão", citado por Lula, "está todos os dias sendo abraçado pelo povo". "E detalhe, são milhares e milhares de pessoas", completou.

 

No último dia 25, Bolsonaro reuniu centenas de milhares de apoiadores na Avenida Paulista para mostrar força política diante do avanço das investigações da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe. No evento, o ex-presidente minimizou as provas encontradas pela PF e pediu anistia para os extremistas presos nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro de 2023.

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O governo do Reino Unido anunciou nesta quarta-feira, 12, a expulsão de um diplomata russo e de seu cônjuge, em represália à expulsão de dois funcionários da embaixada britânica em Moscou no início desta semana.

O Ministério das Relações Exteriores britânico convocou o embaixador russo no Reino Unido, Andrei Kelin, para comunicá-lo sobre as expulsões, após o que descreveu como uma "campanha crescente e coordenada de assédio contra diplomatas britânicos". Algo que, segundo Londres, visa forçar o fechamento da embaixada britânica em Moscou.

"Não toleraremos a campanha implacável e inaceitável de intimidação do Kremlin, nem suas tentativas repetidas de ameaçar a segurança do Reino Unido", afirmou o secretário de Relações Exteriores, David Lammy, na rede social X.

Ainda não foi informado um prazo para a saída dos diplomatas expulsos.

Na segunda-feira, 10, o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) afirmou que os dois diplomatas britânicos expulsos haviam fornecido dados pessoais falsos ao solicitar permissão para entrar no país e estavam envolvidos em atividades de inteligência e subversão que ameaçavam a segurança da Rússia. Não foram apresentadas evidências que comprovassem tais alegações.

"O alcance das ações da Rússia só pode ser enfrentado com força", disse o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido. "Este incidente está encerrado, e exigimos que a Rússia faça o mesmo. Qualquer ação adicional por parte da Rússia será considerada uma escalada, e responderemos de acordo."

As expulsões de diplomatas - tanto de enviados ocidentais trabalhando na Rússia quanto de russos no Ocidente - tornaram-se cada vez mais frequentes desde o início da invasão russa à Ucrânia, em 2022.

No entanto, as expulsões entre o Reino Unido e a Rússia são tensas há mais tempo. As relações entre os dois países pioraram drasticamente em março de 2018, quando o ex-agente de inteligência russo Sergei Skripal e sua filha foram envenenados na cidade inglesa de Salisbury, em uma tentativa de assassinato atribuída pelas autoridades britânicas à Moscou, uma acusação que o Kremlin descreveu como absurda.

Um diplomata dos Emirados Árabes, anteriormente identificado por Teerã como portador de uma carta do presidente dos EUA, Donald Trump, para reiniciar as negociações sobre o programa nuclear do Irã, reuniu-se com o ministro das Relações Exteriores iraniano nesta quarta-feira.

Não está claro como o Irã reagirá à carta, que Trump revelou durante uma entrevista televisiva na semana passada. Seu destinatário, o líder supremo Ayatollah Ali Khamenei, disse que não está interessado em negociações com um "governo abusivo".

No entanto, o país árabe enfrenta problemas econômicos exacerbados pelas sanções sobre seu programa nuclear e Trump impôs mais sanções desde que assumiu o cargo em janeiro. Essa pressão, aliada à turbulência interna do país e aos recentes ataques diretos de Israel, coloca Teerã em uma das posições mais precárias que sua teocracia já enfrentou desde a Revolução Islâmica de 1979.

Após vencer as eleições parlamentares da Groenlândia da terça-feira, 11, o Partido Demokraatit, de centro-direita, rejeitou nesta quarta, 12, as recentes pressões feitas pelo presidente americano, Donald Trump, para assumir o controle da ilha, que é um território autônomo da Dinamarca. Favorável a uma independência gradual de Copenhague, a legenda declarou que a Groenlândia não está a venda.

"Não queremos ser americanos. Também não queremos ser dinamarqueses. Queremos ser groenlandeses. E queremos nossa própria independência no futuro. E queremos construir nosso próprio país por nós mesmos, não com a esperança dele", disse o líder do partido Jens-Friederik Nielsen, à Sky News.

Trump tem mencionado abertamente o seu desejo de anexar a Groenlândia. Durante uma sessão conjunta no Congresso no dia 4 de março, o presidente americano afirmou que acreditava que Washington iria conseguir a anexação "de uma forma ou de outra".

Independência

Uma ruptura com a Dinamarca não estava na cédula, mas estava na mente de todos. A Groenlândia foi colonizada há 300 anos pela Dinamarca, que ainda exerce controle sobre a política externa e de defesa do país.

A ilha de 56 mil pessoas, a maioria de origem indígena, está caminhando para a independência desde pelo menos 2009, e os 31 legisladores eleitos moldarão o futuro da ilha enquanto o território debate se chegou a hora de declarar independência.

Quatro dos cinco principais partidos na corrida defendem a independência, mas discordaram sobre quando e como.

A legenda Naleraq ficou em segundo nas eleições. O partido deseja um processo mais rápido de independência, enquanto o Demokraatit favorece um ritmo mais moderado de mudança.

Uma vitória surpreendente

O Demokraatit ganhou quase 30% dos votos, em comparação com apenas 9% na eleição de quatro anos atrás, segundo a Greenlandic Broadcasting Corporation, enquanto Naleraq ficou em segundo lugar com quase 25%, acima dos quase 12% em 2021.

A vitória surpreendente do Demokraatit sobre partidos que governaram o território por anos indicou que muitos na Groenlândia se importam tanto com políticas sociais, como saúde e educação, quanto com geopolítica.

Nielsen, de 33 anos, pareceu surpreso com os ganhos de seu partido, com fotos mostrando-o ostentando um sorriso enorme e aplaudindo na festa eleitoral.

A emissora dinamarquesa DR relatou que Nielsen disse que seu partido entraria em contato com todos os outros partidos para negociar o futuro curso político para a Groenlândia.

A primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen parabenizou o Demokraatit e afirmou que o governo dinamarquês aguardaria os resultados das negociações de coalizão.

União

O primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Bourup Egede convocou a votação em fevereiro, dizendo que o país precisava se unir durante um "momento sério" diferente de tudo que a Groenlândia já vivenciou.

Depois que os resultados foram conhecidos, Egede agradeceu aos eleitores em uma postagem no Facebook por comparecerem e disse que os partidos estavam prontos para recorrer às negociações para formar um governo.

Seu partido, o Inuit Ataqatigiit, ou United Inuit, recebeu 21% dos votos. Este é um declínio significativo em relação à última eleição, quando a legenda teve 36% dos votos, de acordo com a KNR TV.

O Inuit Ataqatigiit era amplamente esperado para vencer, seguido pelo Siumut. Os dois partidos dominaram a política da Groenlândia nos últimos anos.

O Siumut ficou em quarto lugar com 14% dos votos. (COM INFORMAÇÕES DA ASSOCIATED PRESS)