Lula promete a Pacheco que vai selar armistício entre ele e Haddad

Política
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Às vésperas da sessão que vai analisar seus vetos a projetos aprovados por deputados e senadores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou, mais uma vez, consertar a articulação do Palácio do Planalto com o Congresso. Lula chamou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para uma conversa na noite desta quinta-feira, 2, no Palácio da Alvorada, e prometeu selar um armistício entre ele e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

 

A primeira parte da reunião foi só entre Lula e Pacheco e durou cerca de uma hora. Depois se uniram a eles os ministros Rui Costa (Casa Civil), Ricardo Lewandowski (Justiça) e Renan Filho (Transportes). O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e os senadores Jorge Kajuru (PSB-GO) e Leila Barros (PDT-DF) também chegaram para o jantar. No encontro, Lula detalhou, ainda, como funcionará a sala de situação instalada no Planalto para concentrar informações sobre as fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul.

 

O Estadão apurou que Pacheco se queixou com o presidente da decisão do governo de entrar no Supremo Tribunal Federal (STF), sem nem mesmo avisá-lo, para impedir a medida que prorroga a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e de prefeituras. A iniciativa, que estende o benefício até 2027, havia sido aprovada pelo Congresso. Após o ministro Cristiano Zanin, do STF, conceder liminar ao governo, Pacheco reagiu e impetrou recurso contra o Executivo.

 

Haddad criticou o movimento do presidente do Senado, que ficou ainda mais irritado. Questionado sobre a divergência, Wagner disse não haver problema entre Pacheco e o ministro da Fazenda.

 

"Não estou dizendo que eles estão apaixonados, mas também não precisam estar apaixonados. Não é para casar. É só para conviver", afirmou o líder do governo no Senado.

 

O que mais contrariou Pacheco foi o fato de a Advocacia-Geral da União (AGU) ingressar no STF contra uma decisão do Legislativo logo após ele ter conseguido adiar para o próximo dia 9 a sessão do Congresso destinada a analisar os 32 vetos de Lula, entre os quais o que barrou trecho do projeto de lei que impede a visita temporária de presos do regime semiaberto a parentes, a chamada "saidinha".

 

Com o adiamento da sessão, Pacheco evitou uma fragorosa derrota do Planalto no plenário, uma vez que Lula não tem maioria para suas propostas. De lá para cá, o governo começou a atender a uma lista de demandas reprimidas dos congressistas.

 

Como mostrou o Estadão, somente na terça-feira passada, 30, por exemplo, houve liberação de R$ 4,9 bilhões em emendas, um valor recorde para um único dia. Um dos vetos de Lula, porém, trata de outro tipo de emenda, as de comissão.

 

No encontro desta quinta-feira foi dito a Pacheco que a aprovação do projeto recriando o DPVAT (Seguro Obrigatório de Danos Pessoais por Veículos Automotores) é necessária para recompor parte desse orçamento.

 

Na lista dos vetos presidenciais que o Congresso promete derrubar está justamente o que passa a tesoura em R$ 5,6 bilhões de emendas de comissão.

 

Wagner disse haver um acordo para que o valor seja reduzido para R$ 3,6 bilhões. Deste total, R$ 2,4 bilhões seriam destinados aos deputados e R$ 1,2 bilhão aos senadores. Mas o Executivo conta com a aprovação do projeto que restabelece o DPVAT para conseguir aumentar o seu limite de despesas em R$ 15,7 bilhões.

 

O presidente do Senado está aborrecido por achar que tem sido escanteado pelo Planalto. Na avaliação de Pacheco, o governo parece se interessar mais em atender o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), expoente do Centrão, enquanto ele - que se considera aliado de Lula - acaba sendo pego de surpresa com ações vistas como "desnecessárias", como a entrada do recurso da AGU no STF.

 

Lula conversou com Lira no último dia 21, um domingo, no Alvorada. Dois dias depois, em café da manhã com jornalistas, o presidente minimizou a crise com o Congresso. "Não tem divergência que não possa ser superada", afirmou.

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Os líderes europeus respaldaram os planos da Comissão Europeia para aumentar os gastos em defesa. A reunião de emergência nesta quinta-feira, 6, em Bruxelas foi convocada depois que Donald Trump deu uma guinada na política dos Estados Unidos para Europa e a Ucrânia. Apesar da sinalização de apoio a Kiev, contudo, a cúpula falhou em chegar a um consenso sobre a guerra.

Os 27 líderes da União Europeia aprovaram a medida apresentada por Ursula von der Leyen, que prevê flexibilizar as rígidas normas fiscais do bloco para que os países possam gastar mais com defesa. Eles também pediram que a Comissão Europeia explorasse novas formas "para facilitar gastos significativos com defesa em nível nacional em todos os Estados-membros", disse o comunicado.

A estimativa é que a medida libere 800 bilhões de euros para rearmar os países europeus. O plano foi anunciado depois que os Estados Unidos suspenderam o apoio militar à Ucrânia. E o encontro em Bruxelas foi vista como uma tentativa de mostrar união frente ao afastamento entre Washington em Kiev.

Ao chegar na cúpula, o presidente ucraniano Volodmir Zelenski agradeceu pelo apoio que recebeu dos europeus. "Estamos muito agradecidos porque não estamos sozinhos", disse.

A Europa e a Ucrânia estão diante de "um momento decisivo", disse Ursula von der Leyen, ao receber Zelenski. "Temos que colocar a Ucrânia em posição de se defender sozinha", reforçou.

Apesar dos sinais de apoio à Ucrânia, os líderes da União Europeia falharam em chegar a um consenso sobre a defesa da Ucrânia, disse uma autoridade com conhecimento sobre a votação a portas fechadas em Bruxelas. Um país se recusou a assinar a declaração, disse a autoridade que falou sob condição de anonimato para discutir a cúpula em andamento, sem especificar de onde veio a divergência.

Segundo informações do The Guardian, foi a Hungria de Viktor Orbán, que não endossou a declaração da União Europeia, que pressionava contra as negociações propostas por Donald Trump e considerados benéficas para a Rússia. "Não pode haver negociações sobre a Ucrânia sem a Ucrânia", dizia o rascunho da declaração.

Zelenski descreveu as conversas com líderes da União Europeia como produtivas. Ele reafirmou o compromisso da Ucrânia com a paz e propôs medidas que poderiam levar ao fim da guerra. Isso inclui um cessar-fogo nos céus, com a interrupção dos ataques aéreos com mísseis, drones e bombas, e no mar, com a paralisação das operações militares no Mar Negro.

"Consideramos essas medidas iniciais como um prólogo para um acordo mais amplo e abrangente. A guerra deve terminar o mais rápido possível, e a Ucrânia está pronta para trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana, com nossos parceiros nos Estados Unidos e na Europa pela paz", escreveu Zelenski nas redes sociais ao anunciar que vai à Arábia Saudita na segunda-feira, como parte das negociações envolvendo a Ucrânia e os EUA.

Ucrânia anuncia negociações com EUA

Sem dar mais detalhes, Zelenski anunciou ainda que representantes ucranianos e americanos retomaram a cooperação e disse esperar por uma reunião "significativa" na semana que vem.

"A Ucrânia é a mais interessada na paz", escreveu Zelenski. "Como dissemos ao Presidente Trump, a Ucrânia está trabalhando e trabalhará exclusivamente de forma construtiva para uma paz rápida e confiável."

A Ucrânia reclamava não ter sido chamada para as negociações dos Estados Unidos com a Rússia e reivindicava que o país vítima da agressão deveria estar presente em qualquer conversa sobre a paz. A relação ficou ainda mais delicada depois que Zelenski e Donald Trump protagonizaram um bate boca público durante encontro em Washington. Mais recentemente, Trump amenizou a briga em discurso para o Congresso dos EUA. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Curtis Miller, de 29 anos, morador da cidade de Barry, Vale do Glamorgan, no País de Gales, sobreviveu a um ataque de um tubarão de 136 kg durante uma expedição de pesca com amigos em Mossel Bay, uma cidade portuária no Oceano Índico, localizada no Cabo Ocidental da África do Sul, no dia 28 de fevereiro. Ele precisou de 91 pontos após o incidente, mas sobreviveu. As informações são da BBC.

Miller e seus amigos estavam na perseguição de tubarões quando um tubarão-de-dentes-roxos, fisgado por um dos amigos, o atacou. Ao tentar mover o tubarão para cima das rochas segurando sua cauda, o animal virou-se e mordeu seu braço, ferindo três artérias de Miller.

Apesar da gravidade dos ferimentos, que surpreenderam a equipe médica, Miller passou apenas uma noite no hospital antes de retornar ao País de Gales. Ele disse à BBC que a parte mais difícil da experiência foi informar sua mãe sobre o ataque.

Miller, um entusiasta da pesca de grandes peixes, afirmou que o incidente não o desencorajou. Ele planeja retornar à África do Sul no próximo ano para continuar sua aventura na pesca de tubarões.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou que deve se encontrar com "parceiros americanos" na Arábia Saudita na próxima segunda-feira, 10, depois de reuniões bilaterais com o príncipe herdeiro saudita, em meio a negociações para encerrar a guerra com a Rússia. Segundo comunicado do líder ucraniano, "como dissemos ao presidente Trump, a Ucrânia está trabalhando exclusivamente por uma paz rápida e confiável".

Zelensky também classificou como "produtivo" o dia marcado por encontros com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, com o presidente da França, Emmanuel Macron, com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e com outras autoridades da Europa. O presidente ucraniano afirmou que está "preparando propostas adequadas", junto aos parceiros europeus, para parar a guerra e "garantir a segurança" para os ucranianos.

"A guerra deve acabar o mais rápido possível, e a Ucrânia está pronta para trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana, com parceiros na América e na Europa pela paz", finaliza Zelensky.