Genial/Quaest: avaliação positiva de Lula oscila 2 pontos para baixo; no Sul sobe 9 pontos

Política
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A avaliação positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou em 33% em maio, uma oscilação, para baixo, de 2 pontos porcentuais ante fevereiro, que registrou 35%, aponta pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 8. A avaliação negativa oscilou 1 ponto porcentual também para baixo, de 34% para 33%. Já a regular subiu de 28% para 31%. Não souberam ou não responderam 3% dos entrevistados, mesmo índice de fevereiro.

 

Já a aprovação do trabalho de Lula ficou em 50%, uma oscilação negativa de 1 ponto porcentual em relação à pesquisa anterior, de fevereiro, que registrou 51%. A desaprovação em maio está em 47% ante 46% em fevereiro. Não sabem ou não responderam 3%, índice igual ao do levantamento anterior.

 

A Genial/Quaest fez a pesquisa entre quinta-feira, dia 2, e segunda-feira, 6. Foram 2.045 entrevistas com brasileiros de 16 anos ou mais. A margem de erro estimada é de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos e o nível de confiança, de 95%.

 

Avaliação do governo por região

 

Por região, o Sul foi onde o governo Lula teve a maior alta na avaliação positiva - de 25% em fevereiro para 34% em maio, um salto de 9 pontos porcentuais. O número coincide com as duas visitas que o presidente fez ao Rio Grande do Sul após os alagamentos no Estado. Lula foi ao Rio Grande do Sul na quinta-feira, 2, e no domingo, 5. A avaliação negativa na região oscilou para baixo - de 42% para 41%. Já regular caiu de 31% para 25%.

 

O Nordeste é onde há o maior índice de avaliação positiva do governo - 48% -, embora tenha tido uma queda ante a sondagem anterior, que registrou 51%. A avaliação negativa na região ficou em 21% em maio ante 23% em fevereiro. A regular foi de 30% em maio ante 25% em fevereiro.

 

O Sudeste é a região com o menor índice de avaliação positiva para o governo Lula, com 26% em maio ante 30% em fevereiro, uma queda de 4 pontos. Já avaliação negativa na região oscilou para cima, de 38% para 39%. A regular foi de 29% para 32%.

 

No Centro-Oeste e Norte (os números das duas regiões são tabulados de forma conjunta), a avaliação positiva do governo caiu de 33% para 30%, enquanto a negativa se manteve em 33%. Já a regular, subiu de 31% para 34%.

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O retrato de uma criança palestina que perdeu os dois braços em um ataque de Israel na Faixa de Gaza ganhou nesta quinta-feira, 17, o prêmio World Press Photo do ano.

A foto, tirada pela fotógrafa palestina Samar Abu Elouf, pelo jornal The New York Times mostra Mahmoud Ajjour, de 9 anos, com o olhar fixo na câmera e sem os braços. "Uma das coisas mais difíceis que a mãe de Mahmoud me explicou foi que, quando Mahmoud percebeu que seus braços estavam amputados, a primeira frase que ele disse a ela foi: 'Como poderei te abraçar'?", disse Abu Elouf.

Mahmoud Ajjour foi ferido enquanto tentava fugir de um ataque israelense, em março de 2024, segundo a organização. Ele teria sido atingido por uma explosão, que cortou um de seus braços e mutilou o outro.

"Esta é uma foto silenciosa que fala alto. Ela conta a história de um menino, mas também de uma guerra mais ampla que impactará gerações", disse Joumana El Zein Khoury, diretora executiva da World Press Photo.

A fotógrafa vencedora Abu Elouf foi forçada a sair de Gaza em dezembro de 2023 e hoje mora no mesmo complexo de apartamentos que Ajjour, na capital do Catar, Doha. Agora, ela tira fotos de palestinos gravemente feridos em Doha.

O júri elogiou a "forte composição e atenção à luz" da foto e o tema, especialmente as questões levantadas sobre o futuro de Mahmoud.

Segundo o júri, o palestino agora está aprendendo a jogar no celular, escrever e abrir portas com os pés, mas ainda precisa de assistência especial para a maioria das atividades diárias, como comer e se vestir.

"O sonho de Mahmoud é simples: ele quer usar próteses e viver sua vida como qualquer outra criança", disseram os organizadores do World Press Photo em um comunicado.

A declaração cita uma estimativa recente da Agência das Nações Unidas de Obras e Recursos Assistenciais (UNRWA) de que, até dezembro do ano passado, Gaza tinha mais crianças amputadas per capita do que em qualquer outro lugar do mundo.

"As crianças são desproporcionalmente impactadas pela guerra", declarou o júri.

O World Press Photo também selecionou duas fotos para o prêmio de segundo lugar.

A primeira, intitulada "Secas na Amazônia", de Musuk Nolte para a Panos Pictures e a Fundação Bertha, mostra um homem no leito seco do rio Solimões, na Amazônia, carregando comida para Manacapuru, uma cidade na Amazônia antes acessível por barco.

A segunda, "Night Crossing", de John Moore, fotografado para a Getty Images, retrata migrantes chineses amontoados perto de uma fogueira durante uma chuva fria, após cruzarem a fronteira entre os EUA e o México.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, bloqueou um plano de Israel para atacar instalações nucleares no Irã, segundo informações do jornal americano The New York Times, em meio às negociações entre Washington e Teerã.

Os dois países, sem relações diplomáticas há mais de 40 anos, buscam um novo acordo sobre o programa nuclear do Irã depois que Trump retirou os Estados Unidos, durante seu primeiro mandato, de um pacto anterior sobre o tema.

Depois de uma primeira reunião em Omã na semana passada, o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, e o ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araqchi, participarão de uma segunda rodada de negociações em Roma no sábado.

Ataque

Neste contexto, fontes do governo Trump explicaram ao jornal que Israel havia solicitado ajuda de Washington para efetuar um ataque em maio contra as instalações nucleares do Irã.

Segundo o NYT, o plano e sua possível execução foram avaliados pelo governo dos Estados Unidos por meses.

Porém, durante uma visita à Casa Branca do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu na semana passada, Trump disse ao israelense que não apoiaria um ataque.

Ao mesmo tempo, o presidente republicano anunciou de maneira surpreendente as negociações com o Irã sobre seu programa nuclear.

Desde sua posse em janeiro, Trump intensificou a pressão contra Teerã, com mais sanções e ameaças de uma ação militar caso os países não alcancem um acordo sobre a questão.

Estados Unidos, Israel e outros países ocidentais consideram que o programa nuclear do Irã busca o desenvolvimento da bomba atômica, o que Teerã nega.

Inspeção

Em meio as negociações entre Washington e Teerã, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o argentino Rafael Grossi, advertiu nesta quinta-feira que os países têm "pouco tempo" para alcançar um acordo sobre o programa nuclear iraniano.

"Estamos em uma fase crucial destas negociações importantes. Sabemos que temos pouco tempo, por isso quero facilitar este processo", disse Grossi em uma entrevista coletiva em Teerã ao lado do chefe da agência iraniana de energia atômica, Mohamad Eslami.

Segundo a AIEA, o Irã manteve o compromisso até o rompimento do acordo por Trump. Em seu relatório mais recente, a agência afirma que Teerã dispõe de urânio enriquecido a 60%, próximo dos 90% necessários para produzir uma arma atômica.

O diplomata argentino teve uma reunião na quarta-feira, 16, com Araqchi, que também lidera a delegação iraniana nas negociações com Washington. O chanceler de Teerã celebrou nesta quinta-feira uma "discussão útil" com Grossi.

"Nos próximos meses, a agência pode desempenhar um papel crucial na resolução pacífica da questão nuclear iraniana", afirmou. Mas em sua mensagem, o chanceler também alertou que "alguns criadores de problemas estão se reunindo para provocar o descarrilamento das negociações".

A acusação pareceu direcionada às mudanças de posição da administração de Donald Trump.

O enviado do governo Trump, Steve Witkoff, defendeu na segunda-feira, 14, limitar as capacidades de enriquecimento de urânio do Irã, mas um dia depois pediu o desmantelamento total do programa, o que representa uma linha vermelha para Teerã. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O ministro de Defesa de Israel, Israel Katz, disse nesta quarta-feira, 16, que tropas permanecerão nas chamadas zonas de segurança na Faixa de Gaza, no Líbano e na Síria "indefinidamente", o que pode complicar ainda mais as negociações com o Hamas sobre um acordo e a libertação de reféns.

As forças israelenses tomaram mais da metade de Gaza em uma campanha renovada para pressionar os militantes do Hamas a libertar reféns depois que Israel encerrou o cessar-fogo no mês passado.

Israel também se recusou a se retirar de algumas áreas no Líbano após um cessar-fogo com o grupo militante Hezbollah no ano passado, e tomou uma zona tampão no sul da Síria depois que os rebeldes derrubaram o presidente sírio, Bashar Assad, em dezembro.