Boulos defende câmeras corporais e armas 'adequadas' para a GCM

Política
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Candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos afirmou ser contra armar mais a Guarda Civil Metropolitana (GCM) e disse que, se for eleito, vai garantir equipamento "adequado" à tropa, além do uso de câmeras corporais. As declarações ocorreram em sabatina da Rádio Eldorado, nesta terça, 3. O candidato foi o segundo entrevistado da série.

 

Boulos disse que pretende dobrar o efetivo da GCM e assegurar a sua função de "policiamento comunitário de proximidade". Segundo ele, haverá, ainda, "atuação cirúrgica" em relação a roubos e furtos de celulares. "(A GCM) Seria armada como ela está hoje. Você tem uma quantidade de fuzis comprados há três anos, e é até uma coisa curiosa. Sabe quantas vezes esses fuzis foram usados? Nenhuma. Não deu um tiro. Só em treinamento."

 

Boulos continuou: "O papel central da GCM é policiamento de proximidade, preventivo, ostensivo de proximidade, fazer a escola segura com a ronda escolar na entrada e saída dos estudantes, fazer a ronda no bairro, estar presente onde tem maiores índices de criminalidade, no ponto de ônibus de manhã, nas regiões onde tem mais roubos, principalmente roubo e furto de celular". O candidato disse que não vai subtrair o número de fuzis que a GCM já tem, mas que defendeu armamento "compatível" com o trabalho.

 

"Eu não vou tirar nenhum (fuzil). O que tem, não tem por que você tirar. O que nós vamos garantir é que a guarda tenha o armamento adequado, compatível com o que é sua função e seu trabalho", declarou. "E com câmeras corporais, claro. Isso é uma questão essencial, para a Polícia Militar, que lamentavelmente retrocedeu no governo Tarcísio (de Freitas), e também para a Guarda Civil."

 

Privatização

 

Na sabatina, Boulos disse ainda que a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) foi "danosa" para a capital paulista, o maior cliente da companhia. Embora seja contrário à privatização, ele reconheceu que reverter o processo não depende apenas do prefeito e que, caso seja eleito, terá pouco poder de ação sobre o tema.

 

Quando foi questionado sobre a privatização da companhia, Boulos declarou que sua posição histórica é não acreditar que a privatização é a solução para os problemas urbanos e que, se dependesse dele, reverteria a decisão. "Mas não depende da vontade do prefeito", afirmou o candidato.

 

A declaração contrasta com uma fala feita no domingo, durante o debate da TV Gazeta e o canal MyNews. Na ocasião, Boulos comparou o processo de privatização da Sabesp ao da Enel e afirmou que "reverteria esse tipo de coisa".

 

No entanto, em julho deste ano, ele já havia admitido em uma coletiva de imprensa que, sozinho, não poderia reverter a privatização, mas que poderia cobrar a Sabesp para garantir um bom atendimento à população paulistana.

 

Desde antes do período eleitoral, Boulos tenta desconstruir a imagem de radical, associada ao seu passado como líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Os Estados Unidos votaram junto com a Rússia, Coreia do Norte, Belarus e outros 14 países próximos a Moscou nesta segunda-feira, 24, contra uma resolução que condena a agressão russa na Ucrânia e pede a devolução do território ocupado. Apesar da rara aliança entre Washington e Moscou, o documento, apresentado pelos ucranianos, foi aprovado por ampla maioria na Assembleia-Geral da ONU.

A delegação americana tentou aprovar uma resolução alternativa, de autoria própria, que foi votada em separado e pedia o fim negociado para a guerra. Após países europeus incluírem emendas no texto, os próprios americanos desistiram de apoiá-lo e se abstiveram. Este texto, no entanto, foi aprovado pela maioria dos membros da Assembleia-Geral.

Ao contrário das resoluções aprovadas no Conselho de Segurança, as da Assembleia-Geral têm caráter simbólico e servem como termômetro do sentimento dos países-membros sobre determinado tema. A aproximação entre EUA e Rússia, no entanto, é rara, assim como o afastamento entre europeus e americanos.

Desde que chegou ao cargo, o presidente Donald Trump tem se aproximado de Vladimir Putin e indicado que pretende negociar um fim da Guerra na Ucrânia em termos que beneficiam Moscou. O alinhamento tem preocupado países da Europa Ocidental.

Uma autoridade do Departamento de Estado, falando sob condição de anonimato sobre as negociações, disse que os Estados Unidos apresentariam sua resolução em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, composto por 15 membros, na segunda-feira, e vetariam quaisquer emendas.

"Embora nossos parceiros no Conselho de Segurança e na Assembleia Geral queiram debater toda a situação agora, estamos muito mais concentrados em levar as partes à mesa de negociações para que o próximo passo possa ser dado", disse o funcionário.

Richard Gowan, especialista em ONU do International Crisis Group, disse que a divisão entre os Estados Unidos e a Europa marcou "a maior divisão entre as potências ocidentais na ONU desde a Guerra do Iraque - e provavelmente ainda mais fundamental". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu o presidente da França, Emmanuel Macron, na Casa Branca, nesta segunda-feira, e disse que o país está "muito perto" de alcançar um acordo de paz para a guerra entre Ucrânia e Rússia. Na ocasião, o republicano afirmou que países europeus estarão envolvidos nas negociações para o conflito.

"Meu trabalho é fazer com que a guerra seja resolvida", defendeu Trump, que disse que a Europa garantirá a segurança dos ucranianos. "Ainda não sei quando encontrarei Putin, mas isso vai acontecer", ressaltou o líder americano ao falar sobre uma visita à Moscou "quando for apropriado".

Macron disse que os dois países têm o mesmo objetivo, que é alcançar a paz do conflito no Leste da Europa e que os ativos congelados da Rússia farão parte das negociações. "O envolvimento dos EUA através de um acordo sobre minerais críticos é algo positivo", disse ao mencionar que "tudo está na mesa".

Trump ressaltou que os Estados Unidos e a França possuem "uma relação especial" e indicou que pretende mantê-la. Ao ser questionado sobre tarifas recíprocas, ele disse que é como "uma troca". "Quem nos taxa, será taxado", explicou.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta segunda, 24, que as conversas sobre paz na Ucrânia "estão indo bem", em publicação na Truth Social, após o término da reunião do G7. O encontro marcou o aniversário de três anos da invasão da Rússia em território ucraniano.

"Todos expressaram o desejo de ver a guerra terminar e enfatizei a importância vital do acordo de minerais críticos e terras raras entre EUA e Ucrânia, que esperamos que seja assinado em breve!", escreveu o republicano. Segundo ele, o acordo garantirá que os EUA recuperem "bilhões de dólares e equipamento militar" enviado para a Ucrânia, enquanto também contribuí para o crescimento da economia ucraniana.

O presidente americano também comentou que está em "discussões sérias" com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre o término da guerra e sobre o desenvolvimento de "grandes transações econômicas" bilaterais com os Estados Unidos.

Trump participou da reunião do G7 ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron, no Salão Oval da Casa Branca. Os líderes se reuniram novamente nesta tarde para uma reunião bilateral, que será seguida por coletiva de imprensa conjunta.

Reino Unido

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, disse que o G7 deve estar pronto para "assumir mais riscos" na guerra entre Ucrânia e Rússia, o que sanções contra gigantes do petróleo da Rússia. Em discurso realizado nesta segunda-feira, ele ressaltou a importância de aumentar a pressão econômica, para que o presidente russo, Vladimir Putin, "faça concessões".

"Hoje estamos anunciando o maior pacote de sanções do Reino Unido desde os primeiros dias da guerra. Estamos indo atrás da frota fantasma da Rússia e das empresas na China e em outros lugares que estão enviando componentes militares", disse.

Starmer defendeu uma "força coletiva para o esforço de paz" e disse que é preciso "acertar os fundamentos" criados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Se quisermos que a paz dure, a Ucrânia deve ter um assento à mesa. Um apoio dos EUA será vital para impedir a Rússia de lançar outra invasão em apenas alguns anos", explicou.