Com demência, Mauricio Kubrusly 'já desligou de saber onde está', diz mulher de jornalista

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Beatriz Goulart falou sobre o estado de saúde de seu marido, Mauricio Kubrusly, conhecido especialmente por suas reportagens no Me Leva Brasil, do Fantástico, nos anos 2000. Aos 79 anos, ele sofre com uma demência frontotemporal. Diagnosticado em 2016, atualmente já não lê ou escreve e fala cada vez menos, além de ter dificuldade em reconhecer outras pessoas.

"Ele já desligou de saber onde está. Antes a gente andava quilômetros. Agora, caminhamos uns 500 metros, porque ele se cansa", contou em entrevista ao jornal O Globo por ocasião do lançamento do documentário Kubrusly: Mistério Sempre Há de Pintar Por Aí (clique aqui para ler a crítica).

Beatriz relembra as dificuldades com médicos em certos pontos do tratamento, inclusive pelo fato de inicialmente a doença ter sido confundida com um possível Alzheimer: "Tratavam ele como uma celebridade e não como paciente. Perguntavam da televisão e a gente ficava 'no escuro'".

A arquiteta ainda destacou que a relação de Mauricio Kubrusly com a religião pode ter ajudado a lidar com a situação: "Nesse ponto, foi ótimo ele ser ateu, porque não tem Deus para culpar. Ele é bem racional, sabe que isso acontece com muita gente".

Por fim, desabafou: "A gente não sabe falar sobre demência, não sabe falar sobre a morte, tem vergonha, diz que é para preservar a privacidade das pessoas. Mas eu só penso naquela pichação que fizeram na Rio-92, quando o cacique Raoni e o Sting se encontraram: 'Ou a gente se Raoni, ou a gente se Sting'".

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O Rio de Janeiro vivenciou um arrastão neste sábado, 23, na Avenida Paulo de Frontin, próximo ao acesso do túnel Rebouças, que liga as zonas sul e norte da cidade. Uma pessoa filmou o ocorrido da janela do Hospital Central Aristarcho Pessoa e o vídeo circula nas redes sociais.

Policiais militares encontraram três suspeitos na saída do túnel Rebouças logo em seguida e houve confronto armado, mas todos conseguiram fugir. Não houve feridos. A Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio diz que "o policiamento foi reforçado" na região.

O vídeo mostra que os criminosos, vestidos de preto e armados, abordavam em grupo os carros, em plena luz do dia, os forçando a parar em um cruzamento. Não há informações sobre o que foi roubado e quantas pessoas foram afetadas.

Em seguida, "policiais militares do 4º BPM (São Cristóvão), durante patrulhamento, avistaram três suspeitos em um veículo na saída do túnel Rebouças, sentido centro. De acordo com o comando da unidade, os suspeitos tentaram roubar um outro veículo", afirma a Segundo a Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio.

"Ao avistar a presença dos policiais, dispararam contra eles, houve confronto e eles fugiram", diz a pasta.

O cabo da Polícia Militar Alan Roberto de Freiras Silva, de 35 anos, morreu após se engasgar com um pedaço de frango, durante um treinamento de especialização, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Familiares dizem que o policial não queria participar dos exercícios e cobram apuração. A PM afirma que os treinamentos são realizados "segundo os mais absolutos critérios de segurança".

A corporação abriu uma sindicância para apurar o ocorrido. A Polícia Civil investiga as circunstâncias do óbito.

A morte do policial aconteceu na noite da última quinta-feira, 21, depois de 33 dias de internação no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. O militar era lotado na Força Tática do 15º Batalhão da Polícia Militar de Franca. De acordo com a PM, o cabo participava do treinamento com a equipe no batalhão do Comando de Policiamento do Interior (CPI-3) de Ribeirão Preto. Na pausa para a refeição, ele se engasgou com o alimento.

O cabo Freitas foi atendido pela equipe do batalhão e levado para uma unidade de pronto-atendimento. Como não se recuperou, foi levado para o Hospital das Clínicas e internado em unidade de emergência.

Segundo o hospital, as informações sobre o paciente foram disponibilizadas para a família e para as autoridades policiais. O 6° Distrito Policial, onde o caso foi registrado como morte suspeita - acidental, aguarda o laudo do necroscópico para encaminhar a apuração.

O policial foi enterrado em clima de comoção, na tarde deste sábado, 23, no Cemitério da Saudade, em Franca.

Familiares do policial afirmam que ele não queria participar do treinamento e teria sido obrigado pelos superiores. "Ele não queria ir, não estava a fim, mas insistiram, diziam que ele era o mais novo da Força Tática e não tinha a opção de não ir", disse à EPTV a mulher do cabo, Sara Paschoarelli. O curso começou no dia 14 de outubro e Freitas passou mal no quarto dia de atividades.

Sara contou que o cabo teria se engasgado com um pedaço de frango. "Ele tinha poucos minutos para comer. Na primeira garfada, já sentiu que travou a comida", disse. Já o pai do policial, Wellington Aires Silva, questionou os exercícios aplicados durante o treinamento e a menção feita no boletim de ocorrência registrado pela PM a uma possível doença pré-existente.

Em nota, através da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), a Polícia Militar disse que lamenta a morte do cabo Alan de Freitas e se solidariza com sua família.

Uma sindicância foi aberta para apurar os casos. "Os treinamentos são feitos segundo os mais absolutos critérios de segurança para todos os agentes e a corporação está à disposição dos familiares para qualquer informação", diz a nota.

Em meio a um dia de negociações intensas e difíceis, em que o principal foi o financiamento climático, a Cúpula do Clima deste ano (COP29) ainda aprovou dois documentos que devem destravar a implementação de um mercado de carbono global. A decisão ocorreu ainda na noite deste sábado em Baku, no Azerbaijão.

A medida estava travada havia nove anos. Logo no início da conferência, a Organização das Nações Unidas (ONU) já havia sinalizado "avanços significativos" no tema. A decisão ocorre logo após o Congresso aprovar o mercado brasileiro de carbono.

Essa aprovação ocorreu em uma plenária ontem, seguida de aplausos de diversos representantes de delegações presentes. A decisão era defendida tanto por uma parte dos países ricos quanto por parte daqueles que estão em desenvolvimento, os quais veem essa novidade como uma alternativa para obtenção de recursos e, também, para assegurar a preservação ambiental, principalmente de florestas (que têm alto potencial de "captura" de carbono).

O mercado de carbono consiste na venda de "créditos" para países ou empresas que não conseguem reduzir suas emissões de gases do efeito estufa. Isto é, tende a gerar recursos a nações que tomarem ou mantiverem ações de preservação do meio ambiente acima das metas previstas, por exemplo.

Em coletiva de imprensa na COP29, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, comemorou a decisão. "Conseguimos após nove anos de intensas negociações, debates, buscas por estruturas e arquiteturas que viabilizassem o crédito de carbono."

No primeiro dia do evento, o presidente da COP-29, Mukhtar Babayev, chamou o mercado de carbono de "uma ferramenta revolucionária para direcionar recursos para o mundo em desenvolvimento". No dia seguinte, o secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu o avanço nesse instrumento.

CRÍTICA

Esse mecanismo não é unanimidade. Há alguns críticos que consideram que, indiretamente, o mercado de carbono facilita que grandes poluidores continuem com emissões altas desde que paguem mais por isso. Com uma internacionalização, poderiam procurar a forma mais fácil e barata de "reduzir" as emissões mesmo sem alterações significativas localmente.

Ministra, especialistas e ONGs veem passo positivo

A ministra Marina Silva destacou que o Brasil continuará a acompanhar esse processo do mercado global de carbono, para identificar se terá transparência. "Compreendemos que não vai resolver todos os problemas de países em desenvolvimento, mas é um dos instrumentos importantes", avaliou em Baku, no Azerbaijão.

Já a secretária nacional do Clima, Ana Toni, observou que são documentos técnicos, desenvolvidos em consonância com a legislação de diversos países. "Todos queriam chegar ao fim desse processo e implementar", apontou. "Agora, a implementação no Brasil, se o presidente Lula sancionar (o mercado local), vai acontecer em paralelo à implementação do mercado de carbono internacional."

A aprovação foi celebrada por parte das organizações ambientais. A WWF-Brasil disse que a aprovação permitirá "avançar nas definições sobre metodologias e em remoções de carbono". Destacou que seria positivo para o Brasil, especialmente para a restauração florestal. Shigueo Watanabe Jr., pesquisador do Instituto Talanoa, disse que "existem brechas a serem fechadas e decisões sobre as metodologias que serão aceitas, mas um passo importante foi dado".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.