'Vim ao mundo só para me divertir', diz Edy Star, que, a contragosto, ganha documentário

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Edy Star tem uma energia anárquica só dele. Aos 86 anos, o artista é uma figura difícil de definir - é complexo, é completo, é estranho, é mitológico. Quando questionado sobre sua contribuição para as artes brasileiras, é modesto. Diz que não fez, que não é tudo isso, que não merece. Mas Edy não só merece, como está sendo homenageado agora, em vida, com o documentário Antes Que me Esqueçam, Meu Nome é Edy Star, em cartaz no cinema.

Assim como qualquer texto sobre ele, o documentário nasce com uma missão complicada: definir quem é Edy Star. Obviamente, um bom ponto de partida é falar sobre seu envolvimento no disco Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10, com Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Miriam Batucada - hoje, é o único vivo dentre eles. Ou, ainda, falar sobre seu primeiro disco, Sweet Edy, um marco no rock alternativo do Brasil e que, depois de todo o sucesso, abriu um hiato de 40 anos.

Dá também para ser mais pragmático. Dizer que seu nome é Edivaldo Souza, que nasceu na Bahia, que é um artista que gosta de ser indefinível - é rock, é pop, é MPB, é cabaré. Isso é o bastante para definir Edy? Nem de perto. Mas o documentário, ao menos, tenta.

Ao Estadão, Edy diz que só foi saber do documentário aos 45 do segundo tempo, quando já estava quase pronto. Fernando Moraes, o diretor baiano por trás do longa, entrou em contato e falou que já estava produzindo tudo, perguntando só depois se Edy queria participar. "Curiosamente, ainda descobrimos no meio do processo que o Fernando é meu primo", exclama Edy, numa reviravolta típica de sua mística. "Coisa de família, né?".

O fato é que Edy não tinha muito interesse em ter um filme sobre sua vida e história - é o que diz, apesar de Zeca Baleiro chamar isso de "falsa modéstia". "Fazer filme sobre mim nunca foi desejo meu. Não sou alguém que busca esse tipo de glória. Documentário, livro, essas coisas", afirma Edy, que também terá uma biografia sobre ele lançada em 2025. "Eu estou aqui para me divertir. Vim ao mundo só para isso e eu continuo me divertindo."

Volta ao Brasil e retomada na Virada Cultural

Apesar do distanciamento que Edy tenta adotar nas comemorações, vale dizer que esse é um respiro agradável frente aos últimos anos. Após morar em Madri por cerca de 20 anos, ele voltou ao Brasil em 2009 para se apresentar na Virada Cultural de São Paulo. O show foi um sucesso retumbante no palco dedicado a Raul Seixas e Edy voltou a ser citado, lembrado, celebrado. Nos anos seguintes, relançou seu álbum de estreia e, ainda, quebrou o hiato de quatro décadas e lançou seu segundo álbum de estúdio, Cabaré Star.

Mas, confessa, nos últimos anos a situação ficou complicada. Diminuíram as propostas de shows e ainda enfrentou um câncer sozinho. "Olha, está muito difícil encontrar espaço para artistas como eu. Hoje em dia, existem 'caixinhas', sabe? Certas categorias têm prioridade, e eu entendo isso, mas, para artistas como eu, fica mais complicado", desabafa Edy. "Lugares como o Sesc, por exemplo, têm aberto menos espaço para o meu tipo de trabalho. Mas continuo aqui, firme, mostrando que ainda estou presente. É difícil, mas é isso."

Aos poucos, Edy vai dando mostras que ser lembrado é bom e se emociona ao falar de como Caetano lembra com carinho da amizade dos dois. "É estranho ver as pessoas me elogiando. É algo que sempre me deixou meio desconfortável", diz. "Você vê, por exemplo, o Caetano, meu amigo desde 1959, falando sobre mim. Conheci ele antes mesmo dele gravar qualquer coisa, ainda trabalhando na Petrobras em Santo Amaro. E, de repente, vejo ele falando bem de mim no filme. É estranho. Não faço nada para agradar ninguém."

Isso é verdade: Edy sempre foi alguém que trabalhou para provocar, instigar, questionar. "Ele cumpre uma função no final dos anos 1960 e início dos anos 1970 junto com o Ney [Matogrosso]. Mas foram coisas diferentes: o Ney nunca levantou bandeira com a causa gay, ele fez isso com a arte. Já o Edy era mais punk, era mais do confronto, mais provocador", resume Zeca Baleiro, ao Estadão, sobre o amigo de longa data. "Até por isso ele tem uma carreira mais irregular, com um novo disco só 40 anos depois do primeiro. Saía na porrada com gente homofóbica. Tem um pé no rock, no cabaré. Ele é uma enciclopédia, um cara muito teatral."

Com chutes e pontapés, Edy se firmou. Fez teatro, fez arte, fez música. Inventa histórias, diminui o impacto de outras. Mas ama o que faz e ama ser quem é, a partir dessa mistura toda. "Muita gente diz que sou agressivo, mas não é isso. Gosto das coisas no lugar certo, sem enrolação. E vendo tudo isso no filme, eu só consigo lembrar das palavras de Orson Welles: 'é tudo verdade'. E o pior é isso! Realmente é tudo verdade", diz ele, aos risos.

Eu sou divino, eu sou maravilhoso

Zeca Baleiro, que produziu o segundo disco de Edy, acredita que o baiano está passando por uma transformação e sendo relembrado. "Ele está sendo resgatado, está virando clássico", diz. "Outro dia ouvi duas músicas dele tocando em um bar. É cíclico. Claro, o lugar do Edy sempre foi um lugar de borda, nunca foi central. Mas sempre acaba voltando, ainda mais Edy. Ele é maravilhoso, ele é genial e as pessoas estão voltando a perceber isso, ou se lembrando disso."

Aos 86 anos, Edy já pensa na morte - e não liga muito para o que vai acontecer com seu trabalho. "A morte é inevitável, faz parte do ciclo da vida. Só quero que a morte venha tranquila, na hora certa", diz o baiano. "Sobre a posteridade, essas coisas... Olha, enquanto eu estiver aqui, quero respeito e reconhecimento. Mas depois que eu for, não me importa o que façam. Podem descartar meu trabalho, jogar no mar. Não tô mais aqui mesmo."

Enquanto isso, Edy Star não pensa em uma reviravolta, em um resgate, nada disso. Mas continua trabalhando e buscando seu lugar ao sol: lançou um novo disco no ano passado com músicas de Sérgio Sampaio, está preparando um novo material com Maria Alcina ("é uma coletânea de marchinhas de Carnaval pornográficas", adianta Zeca Baleiro) e está entrando de forma firme na divulgação do documentário sobre sua vida e trabalho.

Será que está realizado? Edy não responde de bate pronto. Mas garante que está feliz com tudo que está acontecendo. "Quero fazer minha arte, minha música. Enquanto puder, e tiver pelo menos uma pessoa para ouvir, estou feliz. Sim, estou feliz", diz ele, antes de desligar o telefone, agradecendo, dizendo que não merecia, e pronto para soltar a típica gargalhada.

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Um avião monomotor caiu às 17h55 da tarde deste domingo, 9, na Rua Mogi das Cruzes, na praia de Gaivota, em Itanhaém, litoral sul paulista. De acordo com a Defesa Civil do Estado de São Paulo, há ao menos duas vítimas do sexo masculino e uma delas morreu. A aeronave fazia o chamado voo de instrução, ou seja, um treinamento.

Uma outra pessoa que estava dentro do avião foi removida pela equipe de Bombeiros e da Defesa Civil e encaminhada para atendimento médico no Hospital Regional de Itanhaém.

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O modelo é um Cessna 152, com inscrição PT-AKY, do Aeroclube de Itanhaém, de acordo com a assessoria de imprensa da Rede Voa e da Defesa Civil estadual.

Esse modelo de avião é monomotor a pistão e comporta até duas pessoas. Segundo informações do Registro Aeronáutico Brasileiro, ele não tinha autorização para fazer táxi aéreo.

Investigadores do órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), em São Paulo, foram acionados para realizar uma ação inicial para investigar o acidente. da ocorrência envolvendo a aeronave de matrícula PT-AKY, em Itanhaém (SP).

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O primeiro eclipse lunar de 2025 está marcado para acontecer na sexta-feira, 14, e será visível do Brasil. Este também será o primeiro eclipse lunar total desde 2022, segundo a Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa). O fenômeno criará o efeito de "lua de sangue", quando o astro aparece avermelhado no céu.

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"A parte da luz solar que passa pela atmosfera da Terra alcança a superfície da Lua, iluminando-a fracamente", diz a Nasa em uma publicação sobre o fenômeno da sexta-feira. "Cores com comprimentos de onda mais curtos - os azuis e violetas - se dispersam mais facilmente do que cores com comprimentos de onda mais longos, como vermelho e laranja. Como esses comprimentos de onda mais longos atravessam a atmosfera da Terra, e os comprimentos de onda mais curtos se dispersaram, a Lua aparece laranja ou avermelhada", explica a agência.

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Como ver do Brasil?

O fenômeno terá visibilidade do continente americano a partir das 0h57, no horário de Brasília, conforme previsão da Nasa. Por volta das 2h10, deve ser possível ver o eclipse parcial acontecer. E a partir das 3h26, o total.

O eclipse está previsto para se encerrar às 5h48. Como são estimativas, estes horários podem variar para mais ou para menos.

A visibilidade também depende da condição meteorológica no local de observação. Quando mais limpo o céu, mais fácil fica ver o eclipse.

"Não é necessário nenhum equipamento especial se as nuvens cooperarem. Afastar-se das luzes brilhantes lhe dará uma visão melhor, assim como utilizar binóculos", diz a Nasa.

Uma lojista de 28 anos foi morta a tiros na sexta-feira, 7, véspera do Dia Internacional da Mulher, no bairro Planalto, em São Bernardo do Campo. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), um homem em uma moto efetuou os disparos contra a vítima - não há informações, até o momento, de quantos disparos foram - e fugiu. Não houve registro de tentativa de assalto.

Conforme publicações de familiares e amigos nas redes sociais, a vítima seria Priscila do Amaral e ela estaria em sua loja quando o crime aconteceu.

A mulher chegou a ser socorrida ao Hospital de Urgência, mas não resistiu aos ferimentos.

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A perícia foi acionada e o caso registrado no 3º DP de São Bernardo do Campo. Até o momento, nenhum suspeito foi identificado, nem possíveis motivações para o crime foram informadas.

Não houve registro de tentativa de assalto.

"Hoje (sábado, 8) é Dia da Mulher. Nessa data, a Priscila vinha lá do Calux (bairro de São Bernardo do Campo) para trazer uma lembrancinha para mim, para a Jenny e para a minha mãe. Ela fazia questão. E hoje Deus levou a nossa mulher guerreira, forte", disse Natália dos Santos, prima de Priscila, em um vídeo publicado na sua conta no Instagram.