Marcelo Adnet improvisa samba-enredo sobre 'paralelepípedo' e viraliza

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O nome do humorista Marcelo Adnet ficou em alta nas redes sociais nesta sexta-feira, 9, por conta de um vídeo em que ele improvisa um samba-enredo com um tema aleatório: um paralelepípedo. Assista ao vídeo aqui.

Na ocasião, ele participava do podcast Glorioso Connection, dedicado ao Botafogo, que foi ao ar na quinta, 8, e conversava com os apresentadores, Gustavo Chagas e Antonio Bento Ferraz, justamente sobre como criar um samba-enredo.

"Eu acho que o mais importante é você conseguir pegar um enredo qualquer e dar brilho para ele", disse. Então, pediu para que um dos apresentasse desse um enredo para ele improvisar. A sugestão foi o tema paralelepípedo.

"Estar com o Adnet por duas horas foi uma das melhores experiencias que tive. Que cara genial", publicou Victor Bustamante, diretor do podcast. Já uma usuária escreveu: "Quem cresceu assistindo 15 Minutos MTV nem se assusta com isso, porque a improvisação de música é a essência do Adnet".

O talento do humorista pode ser surpresa para alguns, mas, na realidade, ele também é compositor e carnavalesco. No início de janeiro, um samba-enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel, Pede caju que dou… Pé de caju que dá!, que tem Adnet como um dos compositores, chegou ao primeiro lugar do Spotify Viral Rio.

Lançado em junho de 2022 e assinado também por Diego Nicolau, Paulinho Mocidade, Richard e Cabeça do Ajax, a letra faz referência ao modernismo brasileiro, com o movimento antropofágico e citações a Tarsila do Amaral, para cantar sobre o fruto caju.

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Parte do teto do Serviço de Atenção Especializada (SAE) Butantã, na zona oeste da capital paulista, caiu na última terça-feira, 3, modificando o atendimento na unidade e gerando apreensão entre funcionários, que temem novos acidentes.

"Estou preocupado com a minha integridade, com a integridade de outras pessoas que trabalham lá", disse um servidor da unidade, que conta com 70 funcionários e recebe, em média, 130 pacientes por dia. "É época de chuva, está cheio de goteiras. Não temos garantia de que o resto não vai cair na nossa cabeça."

Procurada, a Prefeitura disse que a previsão é de que a situação esteja normalizada ainda esta semana.

Outra questão preocupante, afirmou, é a forma como os pacientes estão sendo recepcionados desde então. A unidade é referência no atendimento a pessoas com tuberculose e na prevenção e tratamento de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Com setores do prédio interditados, os usuários estariam sendo abordados na entrada para contar o motivo da ida ao local, expondo na área externa questões sensíveis como violência sexual.

"São pacientes de ISTs, com HIV. Não são pacientes que estão lá por pressão alta, por exemplo. São doenças em que as pessoas têm um estigma. E isso fere, inclusive, a privacidade do paciente", criticou. "Fere o sigilo do contato do paciente com o serviço de saúde ele ser abordado na recepção, na área externa, no banco da entrada da unidade."

Questionada, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) negou que esteja desrespeitando a privacidade dos pacientes. "Conforme diretriz de atendimento, todos os usuários são abordados pela equipe especializada de acolhimento de forma privativa, sem risco de exposição. Dessa maneira, não há prejuízo à privacidade dos munícipes que buscam os serviços da unidade."

Segundo a pasta, após liberação da Defesa Civil e engenharia de obra, a farmácia do SAE recebeu autorização para liberação de medicamentos e "está realizando o acolhimento de porta, bem como o atendimento externo para diagnóstico de tuberculose". "Os atendimentos de Profilaxia Pós-Exposição - PEP foram direcionados para a UPA Rio Pequeno, que já oferece este serviço", acrescentou.

Prédio em obras

O SAE passa por uma reforma estrutural, iniciada em outubro e com previsão de término em abril, segundo a Prefeitura.

Há algumas semanas, as chuvas provocaram o surgimento de uma trinca e parte do prédio foi interditada, modificando o uso dos espaços, relatou o funcionário. "Essa parte da unidade era onde ficavam o banheiro de funcionários, a gerência, o almoxarifado e a copa. Ela foi toda interditada e esvaziada."

"Com isso, nós improvisamos. Uma sala virou copa e usamos o lavatório de mão como pia. Na recepção, eram três banheiros: um para pessoas com deficiência, um masculino e um feminino. Foi mantido o banheiro PCD, um foi transformado em banheiro unissex de funcionários e o outro, em banheiro unissex de pacientes. Já estávamos nessas condições improvisadas quando parte do teto caiu."

A queda inviabilizou um dos banheiros restantes. Para contornar a situação, a Prefeitura instalou banheiros químicos para os pacientes. "A empresa contratada para a reforma foi acionada assim que ocorreu a queda parcial do forro do telhado em um dos banheiros. Até que a obra seja concluída, os usuários poderão utilizar os banheiros emergenciais que foram instalados", disse a SMS.

"É uma situação que contraria a NR24, que diz que o servidor tem que ter condições mínimas de higiene e conforto para trabalhar", criticou o funcionário. "Os pacientes deveriam ser referenciados para as unidades mais próximas até que o SAE estivesse em condições salubres."

A secretaria, por outro lado, afirmou que "o território segue trabalhando para evitar qualquer desassistência e a previsão é de que a situação esteja normalizada dentro desta semana". Não há previsão de fechamento da unidade ou instalação de consultórios em estruturas temporárias, como carretas e contêineres.

O presidente Lula disse nesta quinta-feira, 6, que não se pode permitir que políticos, sejam senadores ou deputados, mandem em hospitais. No Rio de Janeiro, em sua primeira viagem após a operação na cabeça em dezembro, Lula fez um discurso breve, mas enfático a favor do plano de reestruturação dos hospitais federais, em aceno à ministra da Saúde, Nísia Trindade.

"A única razão que me faz estar aqui é porque ninguém é dono de hospital. Médico não é dono, enfermeiro não é dono, sindicalista não é dono de hospital. Hospital é para servir a população, tratá-la com decência", disse Lula durante a cerimônia de reinauguração da emergência do Hospital Federal de Bonsucesso, na zona norte do Rio.

"Não podemos permitir que político, seja senador ou deputado e vereador, mande em hospitais. Isso aqui não é comitê eleitoral de ninguém. Aqui as pessoas vêm para serem atendidas com respeito", reiterou em discurso minutos depois.

O plano de reestruturação dos hospitais federais, que inclui as seis unidades do tipo no Rio, modifica o modelo de gestão e discute a municipalização de alguns hospitais, numa tentativa de reduzir a dinâmica de ingerência de políticos locais na governança dessa parte do sistema de saúde.

Castro

Ao fim da fala de sete minutos a populares nas cercanias do hospital, Lula criticou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), que não foi ao evento. "O governador foi convidado e não veio. Poderia ter vindo aqui fazer um discurso para dizer como o governo vai cuidar da saúde", disse.

Lula estava acompanhado dos ministros da Casa Civil, Rui Costa; da Saúde, Nísia Trindade, e da Gestão e Inovação, Esther Dweck, além do prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes.

No mesmo espírito de Lula, Nísia disse que o plano para os hospitais federais fez o ministério "quebrar alguns ovos", mas já é bem sucedido. "O Hospital Federal de Bonsucesso estava nas piores páginas da CPI da Covid. Tivemos de quebrar alguns ovos, mas o Plano de Reestruturação dos hospitais federais já deu certo", afirmou.

Fechada desde 2020, a emergência do Hospital Federal de Bonsucesso conta agora com 50 leitos em dois espaços, adulto e pediátrico, divididos por complexidade. O serviço é gerido pela Central de Regulação do SUS.

A cerimônia marcou, também, a retomada plena da capacidade total do hospital, que já havia quase dobrado e agora viu o número de leitos subir de 412 para 423, e a reativação do centro de diagnóstico por imagem, este último também celebrado por Lula em discurso.

O desabamento do forro de uma das mais importantes construções do barroco brasileiro - em Salvador, provocou a morte de uma jovem e deixou outras cinco pessoas feridas nesta quarta-feira, 5. A Igreja de São Francisco é tombada e parte do conjunto de construções históricas da capital da Bahia reconhecido como patrimônio mundial ("da humanidade") há 40 anos.

Segundo a Defesa Civil de Salvador, o espaço central da igreja cedeu durante momento em que o templo estava aberto e recebia fiéis. Os feridos foram socorridos e encaminhados para um hospital local. Eles sofreram apenas ferimentos leves. Veja abaixo o que se sabe sobre a tragédia:

Onde e como ocorreu o desabamento?

O acidente ocorreu na tarde de quarta, 5, na Igreja de São Francisco de Assis, localizada no Pelourinho, região do Centro Histórico da capital baiana. Segundo a Defesa Civil de Salvador, o espaço central da igreja cedeu durante um momento em que o templo estava aberto e recebia turistas e fiéis. Três viaturas do Corpo de Bombeiros foram ao local do acidente para prestar atendimento às vítimas e realizar buscas na área, que ficou tomada pelos escombros. Equipes do Serviço e Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foram deslocadas para o local e o Departamento de Polícia Técnica (DPT) foi acionado.

Quem era a jovem que morreu?

O acidente provocou a morte de Giulia Panchoni Righetto, 26 anos, paulista de Ribeirão Preto. Ela tinha viajado a Salvador como turista e estava visitando a igreja no momento em que o teto colapsou. A Polícia Civil, por meio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, investiga o caso.

Qual o estado de saúde dos feridos?

De acordo com a Polícia Civil, os cinco feridos foram socorridos e encaminhados para um hospital local. A identidade deles não foi informada, apenas que sofreram ferimentos leves.

Qual a importância da igreja?

A Igreja de São Francisco é tombada e integra o perímetro do centro histórico de Salvador considerado como patrimônio mundial (popularmente chamado de "patrimônio da humanidade") pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Datada do período entre os séculos 17 e 18, a igreja é considerada "uma das mais singulares e ricas expressões do barroco brasileiro", segundo descrição do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Também tem elementos rococó e neoclássicos.

A construção é recoberta externamente de esculturas e relevos, com folhagens e frutos de "talha dourada", isto é, madeira recoberta de uma fina película feita à base de ouro. A ornamentação levou décadas para ser completa. Há, também, revestimentos com azulejo. Além da importância histórica e religiosa, o local é um dos principais pontos turísticos de Salvador.

Que problemas já existiam no local?

Construída a partir de 1708 e concluída mais de 40 anos depois, a Igreja de São Francisco de Assis, no Pelourinho, está em mau estado de conservação há décadas. As obras de restauração, além de raras, às vezes são mal feitas: numa delas, por exemplo, o empreiteiro responsável contratou moradores do bairro como pedreiros e usou cimento impermeável para assentar azulejos - eles absorveram a umidade e estouraram.

Declarada em 2009 uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no mundo, a igreja vive estado de penúria. Em junho de 2023, um dos pátios da igreja foi parcialmente fechado após se constatar risco de desabamento do pináculo (cúpula de ferro que fica no topo da igreja e pesa uma tonelada e meia) direito da torre da igreja. Até uma rua no entorno da igreja teve que ser interditada. Na época, a obra de restauração do pináculo estava apenas em fase de licitação.

À TV Globo, o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, informou que o frei responsável pela igreja protocolou na segunda-feira, às 15h48, um documento relatando "dilatação no forro". Como não se falou em urgência, uma vistoria foi marcada para esta quinta-feira, 3.

Há mais de dez anos, historiadores e defensores do patrimônio denunciavam as más condições estruturais do templo, erguido em 1708. Um restauro na estrutura até chegou a ser anunciado em 2024.

Quem é responsável pela igreja?

A igreja é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que desde o ano passado previa reformar o templo. Uma ordem de serviço para contratar serviços de restauração da igreja e do convento anexo foi assinada em 1 de outubro de 2024. A previsão era investir R$ 1,2 milhão nas obras.

Em entrevista à CNN, o superintendente do Iphan na Bahia, Hermano Fabrício, afirmou que essa obra não havia começado. Segundo ele, a última reforma realizada no imóvel pela instituição foi o reassentamento de azulejos no claustro, pátio interno onde os religiosos realizam atividades de contemplação, estudo ou trabalho. Ele afirmou ainda que não tinha ocorrido vistoria recente no imóvel, até porque a manutenção dele cabe ao proprietário e não à instituição.

Tragédia reflete a espiral de um problema maior

Para o arquiteto e urbanista Nivaldo Andrade, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e integrante do conselho consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o desabamento é uma das tragédias mais graves que já aconteceram no centro histórico de Salvador e reflete a espiral da falta de preservação do patrimônio histórico no País. "Tem diversas igrejas tombadas no centro histórico com problema, algumas melhores e outras piores que essa", completa.

O balanço da Defesa Civil de Salvador mais recente aponta, por exemplo, ao menos 2,7 mil casarões e outras construções históricas do centro e entorno em risco. O Iphan também chegou a reconhecer problemas em imóveis na capital da Bahia recentemente, que estaria com a preservação "comprometida". Andrade destaca, contudo, que a situação se repete nas demais cidades históricas brasileiras.