Tortoise recupera em show o disco que revolucionou o jazz e o rock

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No fim dos anos 1990, poucas eram as bandas do circuito independente a ter a atenção da imprensa como o Tortoise. Era o pós-grunge, pós-rock farofa, pós-muito e a música independente fervia. Todos buscavam a banda que ditaria a tendência no futuro. E o Tortoise, após lançar seus primeiros álbuns, em 1994 e 1996, voltou em 1998 com o seminal TNT, que os traz de volta ao Brasil, agora em 2024, para uma apresentação única no Cine Joia, nesta quinta, dia 9.

 

Chicago era a "Seattle da costa leste", em alusão à ascensão das bandas de lá (Nirvana, Pearl Jam, etc.). Nessa cena, o Tortoise estava inserido por flertar com o rock em um aspecto mais etéreo, de subversão, mesmo que seu experimentalismo se conectasse com outros gêneros. Quando saiu o segundo álbum da trupe, Millions Now Living Will Never Die, o Tortoise já era tido como o padrinho do post-rock.

 

Foi na turnê desse disco que Jeff Parker ingressou na banda e começaram a gravar TNT. "O nosso entrosamento estava bom", lembra-se Parker.

O nome do álbum foi inspirado na música TNT, do AC/DC, banda que está no completo oposto do rock do Tortoise, com suas guitarras de riffs dilacerantes e estética sonora imutável, mesmo com o passar dos anos. "Sim, o nome veio dessa música", confirmou Parker, "mas eu pessoalmente estava ouvindo muita música do Miles Davis dos anos 1970 na época", admite.

 

O Tortoise não sabia que fazia história. "Não pensamos antes sobre qual seria a sonoridade. Estávamos somente animados para tocar uns com os outros. Queríamos fazer algo especial", ele explica ainda.

 

O que mudou foi a chegada da possibilidade de trabalhar com a música digital, nas vésperas da troca do milênio. "Era um momento em que a música eletrônica e a música mais tradicional estavam em choque. O John McEntire conseguiu, de alguma forma, colocar a mão em um Pro Tools (programa de edição, hoje bastante popular nos estúdios) e ficamos fascinados com as possibilidades que poderíamos fazer com esse novo formato digital", conta Parker.

 

A chegada do Pro Tools digitalizou o fazer música, antes um trabalho artesanal bastante completo, que envolvia cortar as fitas com as gravações e colá-las, para criar uma "edição" e fazer ajustes. O Tortoise usou disso para criar camadas sobre camadas de som, sem se preocupar em como fazer para que essa sonoridade se repetisse ao vivo, no palco.

 

"Os primeiros shows foram difíceis. Tínhamos um equipamento grande como uma geladeira que precisávamos usar, e bateria, teclados. Fazíamos coisas que hoje são comuns, estávamos sampleando. Mas, naquela época, você não fazia isso automaticamente, com um botão. Se você quisesse usar o sampler (pedaço de música a ser repetido dentro de outra), você deveria levá-lo com você."

 

BICHO ESTRANHO

 

Quando foi lançado, TNT foi tratado pela Rolling Stone dos Estados Unidos como um acontecimento a ser estudado. "O resultado é um álbum que não soa como de mais ninguém. O Tortoise permanece um bicho estranho, uma banda de jam equilibrada entre o palco e o estúdio", escreveu o crítico Ben Ratliff.

 

A Billboard celebrou sua influência nas próximas gerações de bandas: "O futuro é brilhante para o Tortoise, que se encontra na vanguarda de uma escola de artistas de música instrumental em desenvolvimento".

Para Jeff Parker, o álbum é tão lembrado, justamente, por abrir-se para novas experiências. "Definitivamente ampliou nosso público", ele avalia. E, claro, chegou ao Brasil.

 

Tortoise

Cine Joia. Praça Carlos Gomes, 82. 5ª, 9, às 21h. R$ 175 a R$ 370

 

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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De autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), foi elaborada uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim da da escala de trabalho 6x1 (seis dias de trabalho, um de descanso). A deputada formalizou uma iniciativa do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), do vereador Rick Azevedo, eleito pelo PSOL no Rio de Janeiro.

Resumidamente, o que a medida propõe é acabar com a jornada de 44 horas de trabalho semanais vigente desde a Constituição de 1988. Há 81 anos, com Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criada e publicada em 1943, no governo de Getúlio Vargas, a carga horária era de 48 horas. A intenção é reduzir o limite atual 36 horas semanais. O texto obteve apoio de quase metade dos 513 deputados federais. Para ser aprovado, de fato, precisa de 308 votos favoráveis. Após protocolada, a proposta começa a ser discutida na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara.

O texto proposto propõe mudar o inciso XIII, do artigo 7° da Constituição do País. Atualmente é: "duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho". Passaria a: "duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e trinta e seis horas semanais, com jornada de trabalho de quatro dias por semana, facultada a compensação de horários e a redução de jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho". Veja, abaixo, um glossário com termos usados na discussão.

CLT

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é uma lei que trata dos direitos do trabalho e processual do trabalho. A carta foi criada apelo Decreto-Lei n.º 5 452, de 1 de maio de 1943 e sancionada pelo então presidente da República Getúlio Vargas durante o período do estado Novo (1937 e 1945). A CLT unificou toda a legislação trabalhista que existia no Brasil. Está em vigor desde 9 de agosto de 1943. A jornada de seis dias de trabalho, com um de folga, foi instituída com a CLT, que originalmente fixou 48 horas semanais. A Constituição de 1988 reduziu para 44 horas.

Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara (CCJC) é uma comissão permanente da atividade legislativa da Câmara dos Deputados, formada por até 66 membros. Atualmente, é composta por 64 deputados e presidida pela Deputada Federal Carol de Toni (PL-SC). O objetivo da comissão é analisar diversas propostas de legislação, tais como projetos de leis e de emenda à Constituição.

Escala 6x1

Vigente há 81 anos no País, desde que a CLT foi publicada, em 1943, a escala 6x1 prevê a jornada de 44 horas de trabalho semanais, com seis dias de trabalho na semana e uma folga. É muito comum no comércio em estabelecimentos diversos tais como lojas, shoppings, supermercados, serviços, bares, restaurantes, entre outros.

Escala 4X3

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Jornada de trabalho

A jornada de trabalho é o tempo diário que o funcionário fica disponível para a empresa. Isso está definido no Direito do Trabalho. De acordo com a Constituição Federal, no artigo 7º, a jornada padrão é de 8 horas por dia e 44 horas por semana. Esse é o máximo de horas permitido para o trabalho regular, somando 220 mensais trabalhadas.

Movimento Vida Além do Trabalho (VAT)

O Movimento Vida Além do Trabalho, também conhecido apenas como Movimento VAT e que autodenomina uma iniciativa socialdemocrata, propõe mudanças na legislação trabalhista no Brasil, destacando os impactos negativos da escala de trabalho 6x1. Proposta do vereador Rick Azevedo, o tema ganhou força com uma petição pública online, simbolizando um levante contra a exacerbação da desregulação da jornada de trabalho no País.

Proposta de Emenda à Constituição (PEC)

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC), como o nome já diz, é uma proposição do Poder Legislativo que visa uma alteração na Constituição Federal do País. Para entrar em vigor requer a aprovação, e dois turnos, da maioria absoluta de senadores e deputados. No Senado, vai apenas para a Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ), que dará parecer sobre todos os seus aspectos. Quando chega ou é criada na Câmara dos Deputados, é enviada, antes, à Comissão de Constituição e Justiça e de Redação (CCJ). Aprovada na CCJ, o presidente da Câmara cria uma Comissão Especial para o chamado exame de mérito.

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