Adélia Prado grava depoimento raro: 'que sejam inundados pelo amor que vcs me transmitem'

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A poetisa Adélia Prado usou seu perfil do Instagram para agradecer por ter recebido duas das mais prestigiosas premiações da literatura: o Prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras, e o Prêmio Camões, de Portugal. No vídeo publicado, nesta sexta-feira, 29, a escritora mineira fez seu agradecimento com o canto dos pássaros fazendo coro.

"Gente, eu estou aqui hoje por um acontecimento muito especial e muito feliz para mim, que é ter recebido os prêmios Machado de Assis, no Brasil, da Academia Brasileira de Letras e o prêmio Camões, de Portugal. Então quando a gente não tem o que dizer a gente não fala nada, né? Eu só quero que vocês recebam um muito obrigada, e que sejam inundados pelo amor que vocês me transmitem".

Adélia ainda fala sobre sua alegria ao ver as pessoas comentando sobre seus poemas nas redes sociais. "E quando eu vejo uma fulana falando 'ah aquele pedacinho do poema' eu fico numa felicidade. Então eu agradeço isso. Eu estou agradecendo a mim mesma, no caso, por saber que eu não sou o autor real das coisas. Eu agradeço a Deus isso e passo para vocês essa felicidade", finaliza Adélia, visivelmente feliz.

Uma figura discreta, com apenas 23 publicações em seu perfil, as vezes em que Adélia utiliza a plataforma é para compartilhar leituras de seus poemas, destacando a importância dos prêmios recebidos.

A editora Record, responsável por fazer publicações de Adélia, também comentou a conquista da escritora. "A distinção reconhece o conjunto da obra de escritores que se destacam pela excelência e relevância de suas contribuições à literatura nacional", compartilhou.

A Trajetória de Adélia Prado

Nascida em 13 de dezembro de 1935, em Divinópolis, Minas Gerais, Adélia Prado era professora magistrada, até publicar seu primeiro livro, Bagagem, em 1976, aos 40 anos. Desde então, ela tem sido uma importante voz na literatura brasileira, conhecida por trazer temas cotidianos com profundidade filosófica e espiritual. Além de Bagagem, alguns de seus trabalhos mais conhecidos incluem O Coração Disparado (1978), que lhe rendeu o Prêmio Jabuti, Terra de Santa Cruz (1981) e A Duração do Dia (2010).

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A jovem Alicia Dudy Muller Veiga, condenada a cinco anos de prisão por desviar dinheiro da festa de formatura da sua turma de Medicina na Universidade de São Paulo (USP), conseguiu realizar o registro como médica no Conselho Federal de Medicina (CFM). Na época da sua condenação, ela negou ter cometido o crime.

No site do CFM, seu registro aparece como "inscrito" desde 26 de dezembro de 2024 e em situação "regular", sob o número de CRM 267045-SP. Não há registro de especialidade.

O Estadão procurou os advogados de Alicia, mas ainda não teve retorno. Também questionou a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo para saber qual o status de cumprimento de pena da jovem, mas ainda não houve resposta.

Alicia foi acusada de desviar R$ 927 mil da formatura de estudantes da Faculdade de Medicina no início de 2023. E foi condenada pelo crime de estelionato, com pena de cinco anos em regime semiaberto, mais indenização às vítimas em valor correspondente ao prejuízo causado, em julho de 2024.

O advogado Sergio Ricardo Stocco Giolo, responsável pela defesa da então estudante, disse, na época da condenação, que ela não cometeu o crime de estelionato. Conforme Giolo, sua cliente apresentou provas que atestam a sua inocência e, por isso, iriam recorrer à decisão da Justiça.

A jovem também é alvo de outro inquérito, de julho de 2022, por suspeita de lavagem de dinheiro e estelionato após ter dado um suposto golpe em uma lotérica. Ela teria gasto mais de R$ 400 mil em apostas no período, mas, na última data em que tentou fazer um jogo, teria deixado de pagar R$ 192 mil ao estabelecimento. Este caso ainda não foi julgado.

A Polícia Civil acredita que o dinheiro usado nas apostas seria o da comissão de formatura.

Relembre o caso

O caso veio à tona no começo de 2023, quando estudantes de Medicina da USP abriram um boletim de ocorrência contra a colega de turma. As investigações apontaram que a então estudante, que era presidente da comissão de formatura, usava o dinheiro levantado para a festa em proveito próprio, para a compra de celular, relógio, aluguel de carros e gastos com aluguel de apartamento.

A polícia percebeu a melhora do padrão de vida da jovem em pouco tempo e a denúncia por estelionato contra Alicia foi feita pelo Ministério Público em março de 2023. A peça, assinada na época pelo promotor Fabiano Pavan Severiano, afirma que a jovem teria praticado estelionato por oito vezes e tentado em uma nona oportunidade, que não chegou a ser concretizada.

A quantidade de crimes praticados pela jovem se refere ao número de ocasiões em que ela teria pedido à empresa contratada para organizar a festa para transferir o montante da conta bancária da comissão para a sua particular. Os repasses teriam começado em novembro de 2021 e se estendido ao longo de 2022 em outras sete ocasiões.

Os oito pedidos totalizaram a transferência de R$ 927.765,33 para as contas de Alicia. Ela teria tentado uma nova transferência em janeiro de 2023, mas a empresa, já ciente da situação por colegas da turma, não efetuou o que seria o nono repasse.

Ainda em janeiro de 2023, Alicia admitiu aos colegas de turma ter perdido o dinheiro arrecadado pela comissão. Primeiro, disse que tinha investido o dinheiro e sido vítima de um golpe praticado por uma empresa de investimentos.

Pesquisadores brasileiros e norte-americanos descobriram que mulheres com declínio cognitivo, desde casos mais leves até quando a pessoa recebe um diagnóstico de demência, causado por doenças como Alzheimer e demência de corpos de Lewy, apresentam no sangue níveis mais baixos de duas moléculas, a acetil-L-carnitina e, especialmente, a carnitina livre, em comparação com pacientes saudáveis.

Além disso, também observaram que, entre aquelas com o problema, quão mais grave ele fosse, mais baixos eram os níveis das duas moléculas no sangue. Para a pesquisa, eles analisaram amostras de líquor (um líquido transparente que envolve o cérebro e a medula espinhal, e é coletado por meio de punção lombar) e sangue de 125 pacientes, coletadas no Brasil e nos Estados Unidos.

O estudo, com apoio do Instituto Serapilheira e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), envolveu cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), da Universidade de Nova York, da Universidade Duke e da Universidade da Califórnia em Irvine, e foi publicado na revista científica Molecular Psychiatry, do prestigioso grupo de publicações Nature.

Ao propor um novo alvo terapêutico, a descoberta pode abrir caminhos para o desenvolvimento de novos tratamentos e também aperfeiçoar técnicas de diagnóstico menos invasivas. Isso porque os cientistas também encontraram uma forte correlação entre a carnitina e os marcadores liquóricos de beta-amiloide e tau (hoje os indicadores-chave da doença de Alzheimer).

Como a mesma relação não foi observada entre homens, que, segundo os cientistas, parecem naturalmente ter níveis mais baixos de carnitina, ela também dá uma pista para entender por que mulheres enfrentam um risco maior de desenvolver Alzheimer - a incidência é duas vezes maior no sexo feminino do que no masculino.

"Foi surpreendente", fala Mychael Lourenço, professor do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ, cientista apoiado pelo Serrapilheira e um dos líderes do estudo. "Nossa hipótese era de que ela (a carnitina) estaria reduzida no sangue de todo mundo, inclusive de homens. Mas não foi o que observamos."

A hipótese dos pesquisadores, explica Lourenço, é de que a carnitina protege o cérebro. "Quando ela cai, a pessoa fica mais vulnerável. E, por alguma razão, ela decai mais em mulheres."

A pesquisa foi inspirada em estudos anteriores feitos em camundongos. Em um deles, por exemplo, cientistas observaram melhorias na função cognitiva dos roedores após a administração de acetil-L-carnitina.

"Nossos achados são robustos, mas é um estudo inicial. Não dá para dizer ainda que essa redução é causal. Então, não dá para supor ou inferir que tomar comprimidos ou suplemento de carnitina vai melhorar a memória", alerta. Também não é para aumentar o consumo de carne (uma das fontes alimentares da substância) indiscriminadamente, pensando que seja uma solução. Até porque o consumo exagerado desse alimento está ligado a problemas de saúde, como doenças cardíacas, diabetes do tipo 2 e até câncer.

Atualmente, a prevenção da demência neurodegenerativa é principalmente baseado em 14 fatores de risco modificáveis. De acordo com relatório de um comitê da respeitada revista científica The Lancet, lançado no ano passado, 45% dos casos da doença no mundo poderiam ser evitados se eles fossem mudados.

A geriatra Claudia Kimie Suemoto, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), não envolvida no trabalho, ressalta que trata-se de um estudo de "excelente qualidade", conduzido por grupos de pesquisadores experientes. Segundo ela, os resultados são importantes para ajudar a entender e projetar pesquisas futuras sobre a diferença de risco de Alzheimer entre homens e mulheres.

Além disso, a correlação da carnitina com os marcadores tradicionais dá mais força ainda para a hipótese de que a carnitina tem um papel-chave na origem do Alzheimer.

A professora destaca, porém, que o estudo tem limitações. Ela gostaria de que esses achados, agora, fossem replicados em amostras maiores e mais diversas.

Afinal, o que é carnitina e por que é importante?

Segundo Lourenço, a carnitina foi identificada pela primeira vez no século XX, e descrita como uma molécula derivada de carne bovina estragada.

"De fato, de 95% a 97% da carnitina que temos no corpo vem da nossa alimentação, principalmente de carne animal", conta.

Ela é uma molécula muito importante para nossas células, especialmente para aquelas dos músculos e do fígado, e para a queima de gordura, conforme explica o professor da UFRJ.

Quando nos alimentamos, usamos açúcar como nossa fonte principal de energia. No entanto, quando não conseguimos comer, precisamos usar a gordura armazenada em diferentes níveis e partes do corpo como fonte energética.

Para isso, entra em cena a carnitina, que ajuda a gordura a chegar dentro das mitocôndrias, onde vai ser utilizada como fonte energética, explica Lourenço.

"Eu brinco que é como se a carnitina, dentro da célula, fosse uma espécie de 'promoter'. Imagina quando você vai numa festa, tem uma fila grande, mas conhece o promoter. Ele te busca na fila e te bota para dentro mais rápido."

Acontece que cientistas descobriram que, além de promoter, a carnitina tem outro bico, digamos assim. No nosso corpo, parte dela se torna acetil-L-carnitina que, segundo Lourenço, também atua na regulação de mecanismos epigenéticos no cérebro, algo crucial para o bom funcionamento do órgão.

Em suma, mudanças epigenéticas são aquelas que ocorrem no DNA sem que sua sequência seja alterada. É só pensar na troca de lençol de uma cama: é importante para a higiene, porém, a estrutura da cama continua a mesma.

"Essas modificações são importantes porque elas controlam a expressão de genes que vão, em última instância, comandar a função das sinapses, que são os pontos de comunicação entre os neurônios e que fazem basicamente o nosso cérebro funcionar", explica Lourenço.

Foi a descoberta dessa função que fez os cientistas ficarem cada vez mais interessados no possível papel da carnitina no declínio cognitivo.

Por que o Alzheimer é mais comum entre mulheres?

Parte da animação dos cientistas com este estudo está na possibilidade de ajudar a responder um mistério que envolve a doença de Alzheimer: por que ela é mais comum entre as mulheres?

Parte disso, é claro, pode ter a ver com o fato de elas viverem mais, afinal, o aumento da idade é um importante fator de risco para o Alzheimer. Mas cientistas perceberam que só isso não explica tudo.

Um estudo sueco, por exemplo, mostrou que as taxas de incidência de qualquer demência eram relativamente semelhantes entre homens e mulheres até os 80 anos. Após essa idade, as mulheres tinham mais chances de serem diagnosticadas com a doença, especialmente quando se tratava de Alzheimer.

Hoje, as três principais hipóteses investigadas para resolver esse quebra-cabeça são:

Cromossomo X: os homens têm um cromossomo X e outro Y, enquanto as mulheres têm dois cromossomos X. Embora, segundo Claudia, por ora, não se tenha identificado nenhum gene sexual relacionado a danos que levam ao Alzheimer, cientistas têm apostado nessa direção. Em um estudo recente publicado na Nature, pesquisadores mostraram que o cromossomo X materno afeta a cognição e o envelhecimento cerebral de camundongos fêmeas.

Variações hormonais: o principal hormônio dos homens é a testosterona. Durante a puberdade, os níveis dela aumentam significativamente e, após essa fase, se mantêm relativamente constantes ao longo da vida. Com o envelhecimento, ocorre uma queda lenta e gradual, sem mudanças bruscas. Já nas mulheres, os hormônios predominantes são o estrogênio e a progesterona. Também na puberdade ocorre um aumento nos níveis deles, mas, ao contrário dos homens, há variações tanto em curto prazo (ciclo menstrual) quanto em longo prazo (menopausa e perimenopausa).

Condições socioeconômicas: Claudia comenta que a geração que atualmente está enfrentando demência viveu em tempos em que as mulheres tiveram menos acesso à educação formal e permaneceram por menos tempo na escola em comparação aos homens. Isso resulta em menor escolaridade e, consequentemente, em trabalhos com menor complexidade cognitiva ao longo da vida. Ou seja, menos oportunidades de formação de reserva cognitiva, que protege contra o Alzheimer.

Diagnóstico

O diagnóstico de Alzheimer não é simples. O passo inicial depende da reclamação do paciente (ou de quem convive com ele) sobre sintomas como falhas na memória. A partir daí, o médico pede testes neuropsicológicos para determinar se há declínio cognitivo em comparação com indivíduos de mesma idade e escolaridade. Com isso, é possível dizer se a pessoa tem ou não demência.

O próximo passo é descobrir a causa da demência. Nessa fase, o médico pode pedir exames laboratoriais e de imagem para descartar outras causas e fechar um diagnóstico presuntivo de Alzheimer. Ele pode ainda solicitar exames de biomarcadores - elementos presentes no organismo que sugerem a ocorrência de determinada doença. Os mais utilizados são o PET amiloide (um exame de imagem) e a biópsia do líquor.

Mesmo assim, podem restar dúvidas. Vale destacar que exames como o PET são muito caros e não disponíveis em boa parte do País. Com a tendência de envelhecimento populacional, cientistas correm contra o tempo para encontrar biomarcadores que permitam exames mais baratos, acessíveis e menos invasivos.

No ano passado, pesquisadores mostraram que um exame de sangue que analisa beta-amiloide, tau e tau fosforilada foi capaz de detectar a doença de Alzheimer com precisão de 91%, superando as avaliações tradicionais de médicos da atenção primária e de especialistas em demência. O estudo foi publicado na respeitada revista científica The Journal of the American Medical Association (Jama).

"Os exames de sangue para pesquisa têm um potencial muito bom, com acurácia bastante boa, mas ainda não é 100%", comenta Lourenço. Medir carnitina pode ser um indicador interessante para ajudar a melhorar a acurácia diagnóstica e tentar chegar ali perto de 100% de precisão", avalia.

Suplemento de carnitina?

Com os avanços na compreensão da bioquímica do cérebro - na década de 1990, principalmente -, os cientistas começaram a estudar os impactos da suplementação de carnitina em pacientes com Alzheimer. De lá para cá, os resultados não foram robustos e quando apontaram melhoras na cognição, foram modestos.

"Do ponto de vista prático, acho que esse mecanismo de quebra de gordura nas células pode ser um alvo terapêutico, mas temos que buscar outros alvos relacionados que não envolvam diretamente suplementação de carnitina", comenta Lourenço, sobre as portas que o estudo deles abre. Ele, porém, comenta que seria interessante refazer os estudos sobre suplementos só com mulheres.

Precisamos estudar mulheres

Essa é uma das principais mensagens do estudo: a medicina precisa olhar mais para as mulheres. Sabe-se, por exemplo, que mulheres são amplamente medicadas em excesso e sofrem efeitos colaterais excessivos porque as dosagens dos medicamentos são calculadas com base em estudos feitos predominantemente em homens - o estudo é das Universidades de Chicago e da Califórnia. "Precisamos estudar mulheres. Muitos estudos já foram feitos com homens", finaliza Lourenço.

Um incêndio atingiu o EcoHousing PUC-RS, um condomínio de contêineres próximo à Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul (PUC-RS), voltado para estudantes da instituição. O Corpo de Bombeiros está no local, bairro do Partenon, em Porto Alegre, atuando no combate às chamas. Ainda não há informações sobre vítimas.

A PUC-RS esclarece que não possui qualquer vínculo institucional, acadêmico ou jurídico com o local atingido.

"A PUCRS lamenta o incêndio ocorrido no Eco-Housing, condomínio de contêineres localizado na Zona Leste de Porto Alegre, na tarde deste sábado (1), e se solidariza com as famílias impactadas na expectativa de que não haja vítimas", diz a universidade.