Produção industrial do Reino Unido registra queda inesperada de 0,5% em setembro ante agosto

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A produção industrial do Reino Unido caiu 0,5% em setembro ante agosto, segundo dados publicados hoje pelo ONS, como é conhecido o órgão de estatísticas do país. O resultado frustrou a expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam avanço de 0,2% no período.

Na comparação anual, a produção industrial britânica registrou queda de 1,8% em setembro. Neste caso, o consenso da FactSet era de recuo menor, de 1,2%.

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O advogado João Paulo Brzezinski da Cunha foi o pivô que arrastou o ex-governador de Goiás e atual presidente do PSDB, Marconi Perillo, para o centro das suspeitas de desvios de recursos da Saúde do Estado.

O Estadão busca contato com o advogado. Em nota, o ex-governador classificou a operação como uma "cortina de fumaça" e um "factoide". "Não encontraram e não encontrarão nada contra mim", diz a manifestação. "Estão tentando criminalizar movimentações lícitas e legais e todas declaradas aos órgãos competentes" (leia a íntegra da nota ao final do texto).

O escritório de advocacia e uma empresa de consultoria de Brzezinski foram contratados pela organização social Instituto Gerir, responsável pela gestão de dois hospitais estaduais - o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e o Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin) - na gestão do ex-governador.

Para a Polícia Federal, os contratos são falsos. Teriam sido uma estratégia para operacionalizar o repasse de recursos supostamente desviados dos cofres estaduais ao ex-governador e a seus aliados. Pessoas jurídicas ligadas ao advogado receberam R$ 7,4 milhões do Instituto Gerir entre junho de 2012 a novembro de 2018, aponta a investigação.

A PF afirma que não há comprovação de que os serviços contratados tenham sido efetivamente prestados pelo advogado. Além disso, a Controladoria Geral da União (CGU) identificou três transferências, no valor total de R$ 153 mil, feitas pelo escritório de Brzezinski a familiares do ex-governador - o irmão dele, Antônio Pires Perillo, a esposa do ex-governador, Valéria Jaime Peixoto Perillo, e uma das filhas do casal.

A empresa de Brzezinski também foi contratada por outras nove organizações sociais que firmaram contratos de gestão com o governo de Goiás.

Ao pedir autorização da Justiça Federal para fazer buscas em endereços ligados ao investigados, incluindo a casa de Marconi Perillo, na representação que desencadeou a Operação Panaceia, a PF lista uma série de irregularidades nos contratos:

. Contratação simultânea de escritórios e advogados para a prestação do mesmo serviço;

. Pagamentos em valores diversos do contratado;

. Inexistência de comprovação da prestação de serviço;

. Inexistência de estrutura para a prestação do serviço contratado;

. Sub execução dos contratos (mediante a insuficiência de um quadro de funcionários compatível com os contratos firmados e a disponibilização insuficiente de profissionais na sede da contratante)

Ao autorizar a operação, o juiz Paulo Augusto Moreira Lima, da 11.ª Vara Federal Criminal de Goiás, mencionou a proximidade entre o presidente do PSDB e o advogado. "A contratação de João Paulo Brzezinski pelo Instituto Gerir, e a notória proximidade entre este advogado e Marconi Perillo, acabaram por reforçar os indícios levantados em relação ao ex-governador na presente investigação", escreveu o magistrado.

"Há fortes vínculos entre João Paulo Brzezinski Marconi Perillo, bem como o fato de que o primeiro foi contemplado com diversos contratos a partir das políticas públicas de privatização de serviços públicos realizados pelo último", completa o juiz.

Brzezinski advogou para o ex-governador em causas privadas e foi Defensor Público-Geral de Goiás na gestão de Marconi Perillo. Outro detalhe chamou a atenção dos investigadores. O celular do advogado está vinculado a empresas registradas no nome da esposa do ex-governador e das duas filhas do casal.

COM A PALAVRA, MARCONI PERILLO

Mesmo esperando uma reação aos meus vídeos de denúncias por parte do grupo comandado por Caiado e que hoje domina Goiás e suas instituições, não imaginava que eles, mais uma vez, ousassem usar o poder do Estado para me perseguir, constranger e tentar calar.

Já fui vítima de outras armações e "operações" encomendadas, quando todos os meus sigilos e de minha família foram devassados, na mais profunda investigação contra um político em Goiás. Inclusive, essa armação foi duramente repreendida pelo STF.

Eles sabem da minha inocência e idoneidade. Não encontraram e não encontrarão nada contra mim. Nunca fiz o que narram. Só se fabricarem. Criarem factoides. Mas agora extrapolaram todos os limites e com extrema crueldade. Estão fazendo uma operação por supostos "fatos" acontecidos há 13 anos. É estranho que só agora, quando faço denúncias contra o atual governo, é que resolvem realizar essa operação. Em política não existem coincidências. Não tem um único centavo em minhas contas e de minha família que não seja oriundo do meu trabalho e declarado no Imposto de Renda. Estão tentando criminalizar movimentações lícitas e legais e todas declaradas aos órgãos competentes. Isso é um absurdo!

Eu repudio veementemente a inclusão do meu nome nessa "operação"! Estão criando uma cortina de fumaça para não irem atrás de minhas denúncias e investigarem quem deveria ser investigado hoje em Goiás. Enquanto fazem mais um circo para me constranger, o Estádio Serra Dourada foi vendido por apenas R$ 10 milhões; o CORA vai custar o absurdo de R$ 2,4 bilhões e o Caiado ameaça a mim e minha família quando manda recado para ROTAM responder os meus questionamentos políticos, os mesmos que estão sendo investigados pela morte de Fábio Escobar, em Anápolis.

Não se iluda Caiado. Você não vai me calar! A hora daqueles que me perseguem vai chegar.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO ROMERO FERRAZ FILHO, QUE REPRESENTA O EX-GOVERNADOR

Em nota, a defesa afirma que a operação é uma "tentativa de constrangimento ilegal" e se arrasta há cinco anos com base em "narrativas abstratas que não possuem lastro de razoabilidade e realidade". Leia a íntegra da manifestação:

A absurda medida constrangedora sem contemporaneidade com os fatos investigados (2011 a 2018), evidencia o palco político. Em julho de 2023, a AUTORIDADE POLICIAL que presidia à época as investigações, representou por medidas de busca e apreensão e sequestro de valores, colocando-o como investigado porque teria assinado DECRETO ESTADUAL Nº 7.611, em 07/05/2012 e, paralelamente, em razão de transferência por parte de advogado e amigo da família, JOAO PAULO BRZEZINSKI à sua esposa VALÉRIA PERILLO, no valor de R$ 100.000,00 em 21/12/2018, a título de empréstimo (reconhecido pela AUTORIDADE POLICIAL) e que foi devolvido em 03 parcelas, quais sejam: R$ 30.000,00 em 05/02/2019, R$35.000,00 em 07/03/2019 e R$ 35.000,00 em 09/04/2019; à sua filha o valor de R$ 18.384,99 em 19/10/2017, em decorrência de ação de indenização por danos morais e materiais movida pelo ADVOGADO JOÃO PAULO em desfavor de TAM LINHAS AEREAS S/A, sacado por meio de ALVARÁ JUDICIAL em nome do ADVOGADO em 04/10/2017, motivo pelo qual foi indisponibilizado o valor global de R$ 153.434,99, ilegalmente, porquanto tais informações estão no processo e a referida ação de indenização é pública.

Apesar da AUTORIDADE JUDICIÁRIA ter dito em várias oportunidades que o EX-GOVERNADOR deveria explicar os fatos, não lhe foi oportunizado isso, submetendo-o à medida realizada nesta data, mesmo sem qualquer contemporaneidade, repita-se. Inclusive, essa AUTORIDADE sequer é competente para supervisionar uma investigação relacionada ao exercício do cargo de Governador do Estado, conforme precedente do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (HC nº 232.627/DF).

O EX-GOVERNADOR, como sempre o fez, tem absoluta tranquilidade com a narrativa falsa que o impôs esse constrangimento. Inclusive o PROCURADOR DA REPÚBLICA MÁRIO LÚCIO DE AVELAR, que está por traz de todas as armações que foram feitas desde 2016 contra si e seus auxiliares de governo, assim como essa, já foi reconhecidamente suspeito pelo STF e evidenciado pela Vaza Jato - por meio as mensagens do telegram contidos na Operação Spoofing.

O Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (7) trouxe despacho do presidente da República que concede aposentadoria a Mauro Vieira no cargo de ministro de primeira classe do quadro especial da carreira de diplomata do Ministério das Relações Exteriores. A aposentadoria é válida a partir do dia 14 de fevereiro. Mauro Vieira segue ministro das Relações Exteriores.

Ao menos 2.600 empresas que contrataram os serviços da InovePay estão com recursos bloqueados desde que a fintech foi alvo da Operação Concierge, da Polícia Federal, deflagrada em agosto de 2024. Enquanto aguardam a liberação de seus recursos, várias companhias vivem um impasse financeiro, segundo seus advogados. Elas alegam caos financeiro e fortes dificuldades de caixa, algumas informam estar à beira da insolvência.

Ao autorizar a Operação Concierge, a Justiça Federal em Campinas, no interior de São Paulo, mandou congelar os ativos da InovePay - R$ 850 milhões - e transferir o dinheiro para uma conta judicial, em meio às investigações por suspeita de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). A InovePay nega ligação com o esquema revelado pela PF.

A Operação Concierge investiga lavagem de dinheiro supostamente por meio da InovePay. Segundo a PF, uma quadrilha oferecia abertamente, inclusive em sites, contas clandestinas "invisíveis ao sistema financeiro e blindadas contra ordens de bloqueio, penhora e rastreamento, sem conexão entre remetentes e destinatários e sem ligação entre correntistas e bancos de hospedagem". O esquema teria movimentado R$ 7,5 bilhões.

A InovePay oferece serviços de pagamento automático, via as "maquininhas" de crédito e débito. Quando o bloqueio foi decretado, atingiu também o dinheiro que ainda seria transferido pela InovePay aos clientes - comércios regularmente estabelecidos, como restaurantes, bares e postos de gasolina - que efetivamente usavam as máquinas de cartão no seu dia a dia de transações.

A lista inclui 2,6 mil estabelecimentos. Ao se verem sem o dinheiro em suas contas, as empresas acionaram a Justiça. Pediram para participar do processo como "terceiros de boa-fé". São dezenas de representações, acompanhadas de milhares de documentos que comprovam as operações financeiras.

A reportagem do Estadão teve acesso a petições de parte das empresas, nas quais elas reivindicam à Justiça a liberação de seus recursos. O argumento central dos advogados que as representam é que o dinheiro tem origem lícita e comprovada.

O volume de pedidos levou a Justiça Federal a suspender a tramitação de todos os recursos com a justificativa de que "demandariam grande lapso temporal para análise individual". A juíza Valdirene Falcão, da 9.ª Vara Federal Criminal de Campinas, que autorizou a Operação Concierge, também proibiu novos peticionamentos na ação, "sob pena de atraso demasiado em seu processamento".

Os estabelecimentos têm alegado que o dinheiro é imprescindível para a manutenção de suas atividades e para o cumprimento de compromissos financeiros. Há empresas que alegam estar à beira da insolvência. Algumas pessoas jurídicas conseguiram decisões liminares. Os valores foram reservados, mas não serão liberados enquanto não houver um desfecho do processo.

Além do grande número de empresas afetadas, outro fator contribui para atrasar a resolução do caso. Há um impasse em torno da esfera judicial competente para analisar os recursos - cível ou criminal.

Em paralelo, a InovePay alega estar "totalmente impossibilitada" de apresentar a relação exata de valores a serem repassados aos estabelecimentos, já que os documentos e computadores da fintech foram apreendidos pela Polícia Federal.

A Justiça intimou as instituições financeiras - Adiq Pagamentos e Banco BS2 (antigo Banco Bonsucesso) - que intermediavam os repasses da InovePay a seus clientes, mas elas alegam que apenas a fintech sabe os valores líquidos devidos a cada estabelecimento, conforme operações, custos e taxas contratadas por cada um deles, o que é contestado pelas empresas.

A InovePay nega envolvimento com o esquema. A fintech afirma que é uma empresa de tecnologia ligada a meios de pagamento e não uma instituição financeira e nem banco digital. Quando a operação foi deflagrada, a InovePay informou estar à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.