Ala do União ameaça lançar Milton Leite candidato em meio a negociação com Nunes e Marçal

Política
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Uma ala do União Brasil ameaça lançar o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União Brasil), como candidato a prefeito de São Paulo na convenção que o partido realizará na manhã de sábado, 20. Um dos filhos dele, o deputado federal Alexandre Leite (União-SP), publicou na rede social uma foto com a silhueta do pai e a inscrição: "Prefeito, será?".

 

Um aliado do presidente do Legislativo disse ao Estadão que viu o rascunho de uma ata que será lavrada na convenção e também um banner de campanha com os dizeres "Milton Prefeito" e o número "44", identificação do partido na urna eletrônica. Ele também enviou a foto do material preparado para a ocasião.

 

Procurado, Milton Leite, que é o presidente da sigla na capital paulista, disse que não irá comentar. Ele têm uma reunião prevista com Nunes para a manhã de sexta-feira, 19. O movimento do presidente da Câmara às vésperas do encontro é visto como uma forma de pressionar o prefeito por mais espaço na gestão municipal.

 

Um vereador do União Brasil, porém, afirma que o objetivo da reunião, revelada pela Folha de S. Paulo e confirmada pelo Estadão, seria justamente comunicar ao chefe do Executivo paulistano a candidatura do presidente da Câmara a prefeito em vez de tentar um acordo para apoiar o emedebista.

 

A falta de espaço na gestão tem sido uma queixa constante do União Brasil. A estratégia de lançar candidato próprio para forçar um acordo e recuar até 5 de agosto, último dia do prazo para realizar as convenções partidárias, ou até o dia 15, prazo final para registro de candidaturas, é recorrente na política brasileira.

 

Milton Leite perdeu protagonismo no processo de formação da chapa de Ricardo Nunes. Ele se colocou como candidato a vice, mas foi preterido pelo coronel da reserva Ricardo de Mello Araújo (PL), indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A articulação foi feita pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), com quem a relação do presidente do Legislativo municipal não é das melhores.

 

Outro ponto de incômodo seria a possibilidade de Nunes vetar trechos da "minirrevisão" do zoneamento urbano de São Paulo aprovado no início do mês no Legislativo. O prefeito afirmou que pode barrar artigos que tiverem parecer contrário dos técnicos municipais

 

Em abril, Milton Leite foi arrolado como testemunha na investigação sobre a ligação do Primeiro Comando da Capital (PCC) com empresas de ônibus que atuam no transporte público paulistano e lavariam dinheiro para a organização criminosa.

 

Ele teve o sigilo fiscal quebrado em 2023 a pedido do Ministério Público de São Paulo diante da suspeita de ter tido papel relevante nos crimes supostamente cometidos pela Transwolff e seus diretores. Leite nega qualquer envolvimento no caso.

 

Em conversa com o Estadão na quarta-feira, 17, o presidente da Câmara Municipal afirmou que o resultado da convenção do União Brasil seria a decisão de delegar para a Executiva municipal, órgão formado apenas pelas principais lideranças partidárias, a definição final sobre o que fará na eleição.

 

"A razão é técnica e jurídica. Você só pode apoiar o que existe. Vamos imaginar a hipótese que eu fosse apoiar o Pablo Marçal, Ricardo Nunes ou qualquer outro. Só depois da existência das candidaturas deles aprovadas em convenção é que a gente pode aderir a elas", disse ele há dois dias.

 

O vereador Rinaldi Digilio (União) disse, por meio da assessoria de imprensa, que "aguarda ansiosamente a convenção para ver quem será o candidato a prefeito do União". Ele afirma não ter outra informação.

 

O União Brasil também mantém conversas com o influenciador Pablo Marçal (PRTB), que cederia a vice para o partido. O deputado federal Kim Kataguiri (União) também mantém o desejo de ser candidato a prefeito da capital paulista.

 

Inicialmente dado como aliado certo de Nunes, o posicionamento do União Brasil se tornou uma incógnita após Milton Leite declarar há duas semanas à Coluna do Estadão que a relação com o prefeito estava "uma m...." e que a sigla poderia pode desembarcar da coligação devido a insatisfação com a falta de espaço na gestão municipal.

 

"Por enquanto estamos fechados com o Nunes, mas a relação está uma m... Ele não me atende, o que alimenta a insatisfação. Estamos a meio caminho do desembarque. Se ele não resolver a situação, deixar claro o espaço para o União Brasil no seu governo, vamos convocar os líderes e partir para um lugar onde a gente possa implementar nossa política", disse Milton Leite na ocasião.

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"As palavras de Vladimir Putin estão completamente em desacordo com a realidade", afirmou nesta quarta-feira, 19, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski. O líder ucraniano alertou que, na madrugada desta quarta, mesmo após a conversa telefônica entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e Putin, na qual o líder russo "alegou ter dado a ordem para interromper os ataques à infraestrutura energética da Ucrânia", ocorreram ataques com 150 drones.

De acordo com Zelenski, os drones russos atingiram "objetos de energia, transporte, e, infelizmente, dois hospitais, além de várias infraestruturas urbanas". O presidente da Ucrânia reiterou o pedido por apoio internacional à defesa de seu território, tanto terrestre quanto aérea. "Precisamos de pressão sobre a Rússia", acrescentou.

"Hoje (quarta), terei contato com o presidente Trump. Acho que discutiremos os detalhes dos próximos passos. Acredito que tudo estava indo corretamente, se não fosse pela Rússia, que sempre fica insatisfeita quando algo vai bem. Espero ouvir dele detalhes sobre sua conversa com Putin", completou Zelenski.

O CEO da Tesla, Elon Musk, afirmou ter ficado surpreso com os protestos contra sua montadora de veículos elétricos nos Estados Unidos e atribuiu as manifestações violentas a democratas e à esquerda norte-americana.

"Foi um choque para mim perceber que estamos nesse nível de ódio real e de violência da esquerda", disse Musk em entrevista à Fox News. "Achava que a esquerda, os democratas, eram o partido da empatia, o partido que se importa com os outros. Mas eles estão incendiando carros, lançando coquetéis molotov e atirando em concessionárias", acrescentou. "Estão simplesmente destruindo Teslas."

Nas últimas semanas, concessionárias, estações de recarga e veículos da Tesla têm sido alvos de uma onda de ataques.

Musk classificou os atos como "insanos" e sugeriu que as manifestações estão relacionadas às suas medidas à frente do Departamento de Eficiência Governamental (Doge).

"Quando você tira o dinheiro que eles estão recebendo de forma fraudulenta, ficam muito irritados. Querem me matar porque estou impedindo essa fraude. E querem prejudicar a Tesla porque estamos combatendo o terrível desperdício e a corrupção no governo", afirmou o executivo.

O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu nesta quarta-feira, 19, a retomada das negociações para um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, ressaltando que "nenhuma abordagem militar trará a segurança de que israelenses e palestinos tanto necessitam". Em uma publicação no X, Macron defendeu o "fim das hostilidades, a libertação dos reféns e a retomada das negociações" em Gaza. "A retomada dos ataques israelenses representa um retrocesso dramático para as populações de Gaza, os reféns, suas famílias e toda a região", acrescentou.