Musk repete críticas a Moraes após suspensão e usa decisão para fazer campanha contra Kamala

Política
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O empresário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), fez mais de uma dezena de publicações em seu perfil na rede social desde a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que ordenou a suspensão da plataforma no Brasil. Neste sábado, 31, Musk chamou Moraes novamente de ditador e disse que a toga usada por ele é apenas um truque para convencer tolos de que ele é um juiz.

O empresário, usando a decisão, também afirmou que a liberdade de expressão nos EUA estará sob ataque, caso Kamala Harris vença a eleição norte-americana e acrescentou que se os democratas chegarem ao poder "a censura é uma certeza".

"Eu sigo dizendo para as pessoas que esse cara @alexandre (usuário do ministro no X) é o ditador do Brasil, não um juiz. Ele só usa isso como uma fantasia. Ele tem supremos poderes executivos, judiciais e legislativos, também conhecido como ditador. A toga que ele usa é para enganar tolos no Ocidente e fazê-los pensar que ele é um juiz", escreveu Musk, ao comentar uma publicação do jornalista Glenn Greenwald.

Moraes ordenou a suspensão do X no Brasil na tarde de sexta-feira, 30, após a plataforma se recusar a nomear um representante legal no País e também se negar a pagar multas aplicadas por ter descumprido ordens judiciais para bloquear perfis e remover conteúdo na plataforma.

O ministro determinou multa diária de R$ 50 mil para quem utilizar VPN para acessar a plataforma. Juristas ouvidos pelo Estadão consideram a sanção exagerada, desproporcional e inexequível, já que um dos princípios da ferramenta é justamente impedir o rastreamento dos usuários na internet.

Musk também publicou, ainda na noite de sexta-feira, que "agora é um bom momento para baixar uma VPN caso você seja bloqueado". A ferramenta permite ocultar o local em que o usuário está acessando a internet e burlar o bloqueio do X.

O dono do X republicou uma mensagem do deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), que declarou estar utilizando VPN para acessar o X às 0h54 deste sábado, quando milhares de usuários brasileiros relatavam que não conseguiam mais entrar na rede social.

"O atual governo brasileiro gosta de vestir o manto da democracia livre enquanto esmaga o povo sob suas botas", escreveu Musk ao comentar a publicação de van Hattem.

O empresário ainda fixou em seu perfil uma imagem de um cachorro, identificado com a logomarca do X, cujos testículos estão repousando sobre o rosto de um segundo cachorro, nomeado Alexandre de Voldemort, em referência ao vilão da franquia Harry Potter. "Esse meme nunca fica velho", diz a legenda.

Musk aproveitou a decisão do STF no Brasil para dizer que a liberdade de expressão está sob ataque ao redor do mundo e relacionar o fato à eleição presidencial norte-americana.

Ele comentou no post de um usuário que afirmou que o Ocidente está a três meses de se perder. Kamala Harris e Donald Trump se enfrentarão nas urnas no dia 5 de novembro.

O usuário cita o Canadá, que apresentou uma lei para responsabilizar as plataformas por hospedar conteúdos com discurso de ódio, a França, que prendeu o fundador do Telegram, Pavel Durov, e o Brasil.

"Os ataques à liberdade de expressão neste ano não tem precedentes no século XXI. Vai acontecer na América também se Kamala/Waltz ganharem poder. Apenas ouçam ao que eles têm dito", escreveu Elon Musk.

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Com o avanço das negociações entre Estados Unidos, Ucrânia e Rússia e do acordo de cessar-fogo energético entre os países em conflito, o Kremlin divulgou, em comunicado, as instalações russas e ucranianas que estão sujeitas à moratória temporária bilateral.

Segundo o governo russo, refinarias de petróleo, oleodutos, gasodutos e instalações de armazenamento, incluindo estações de bombeamento, infraestrutura de geração e transmissão de eletricidade, incluindo usinas, subestações, transformadores e distribuidores, usinas nucleares e barragens de usinas hidrelétricas estão englobadas pelo cessar-fogo energético.

O acordo entre as partes foi confirmado nesta terça-feira, mais cedo, pela Casa Branca e pelo próprio Kremlin.

A Rússia pontua que a moratória terá duração de 30 dias, desde o dia 18 de março, e poderá ser prorrogada por acordo mútuo.

"Caso uma das partes viole a moratória, a outra parte terá o direito de se considerar livre de suas obrigações de cumprimento", conclui o Kremlin.

A Casa Branca publicou a ordem executiva assinada nesta terça-feira, 25, pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o objetivo de "proteger a conta bancária dos EUA contra fraudes, desperdícios e abusos". O texto estabelece medidas para aumentar o controle sobre pagamentos feitos pelo governo federal, que movimentou US$ 33,9 trilhões em receitas e US$ 33,6 trilhões em despesas no ano fiscal de 2024.

A ordem destaca que o Departamento do Tesouro, responsável por gerenciar os pagamentos federais, "carece de controles suficientes para rastrear transações" e identificar irregularidades. Segundo o documento, estimativas do Government Accountability Office (GAO) apontam que o governo perde entre US$ 233 bilhões e US$ 521 bilhões por ano devido a fraudes.

Uma das principais medidas determina a redução dos Non-Treasury Disbursing Offices (NTDOs), órgãos que hoje emitem pagamentos sem passar pelo Tesouro. Essas entidades foram responsáveis por US$ 1,5 trilhão em repasses em 2024, cerca de 22% do total federal. A ordem exige que agências como o Departamento de Defesa e o de Segurança Nacional deleguem ao Tesouro a função de realizar pagamentos, exceto em casos "classificados".

Além disso, o texto prevê a consolidação de sistemas financeiros em um modelo único dentro de 180 dias, visando reduzir "relatórios duplicados, falta de rastreabilidade e riscos operacionais".

A ordem estabelece critérios para evitar pagamentos indevidos, como a confirmação de que os fundos estão disponíveis antes da liberação, a validação de dados do recebedor, a checagem de contas bancárias ativas e não vinculadas a falecidos, e a referência a contratos ou auxílios governamentais no pedido de pagamento.

As agências terão 90 dias para se adequar às novas regras e enviar um plano de conformidade. O Tesouro também deverá apresentar um relatório de progresso em 180 dias. "Promover integridade financeira é essencial para a eficiência do governo e a confiança dos contribuintes", afirma o texto. A ordem ressalta, porém, que as mudanças estão sujeitas à disponibilidade orçamentária e não criam "direitos ou benefícios" judiciais.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que o comportamento da Rússia dos próximos dias "dirá muito, se não tudo". "Se houver novos alertas aéreos, mais atividade militar no Mar Negro, mais manipulações e ameaças russas, será necessário adotar novas medidas diretamente contra Moscou."

O líder ucraniano pontuou que a diplomacia deve funcionar no mundo e garantiu que a Ucrânia está "fazendo tudo para isso".

"O resultado precisa vir da Rússia. Nós não acreditamos neles. O mundo, de fato, não acredita na Rússia. E eles devem provar que estão prontos para acabar com a guerra e que estão dispostos a não mentir para o mundo, para Trump e para os Estados Unidos", concluiu Zelensky.

Mais cedo, a Casa Branca anunciou que os EUA ajudarão a "restaurar o acesso da Rússia ao mercado mundial" e que os dois países chegaram a um acordo que "proíbe ataques a instalações energéticas da Rússia e da Ucrânia".

O Kremlin condicionou a adoção das medidas à retirada de uma série de sanções contra Moscou.