Sob críticas de Castro e Paes, STF volta a julgar política de segurança e operações no Rio

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O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta quarta-feira, 5, na primeira sessão do ano, o julgamento da "ADPF das Favelas", ação sobre a política de segurança pública do Rio de Janeiro.

Os ministros reconheceram que existe um "estado de coisas inconstitucional" e determinaram providências do governador Cláudio Castro (PL). As exigências foram feitas em caráter liminar, ou seja, foram soluções provisórias. Agora, o tribunal vai julgar o mérito do processo. A ação é movida pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB).

Nos últimos anos, o STF determinou, por exemplo, a elaboração de um plano para redução das mortes por ação da polícia; a instalação de câmeras e GPS nas viaturas e fardas; e a "proporcionalidade e a excepcionalidade do uso da força" policial.

Os ministros vão analisar se as mudanças tiveram algum efeito prático, em meio ao avanço das milícias e da histórica letalidade policial no Estado. O Observatório de Direitos Humanos, vinculado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que administra o Poder Judiciário, monitora a situação no Rio.

Foram ouvidas instituições como a Defensoria Pública do Rio, o Ministério Público do Rio e a Associação dos Delegados de Polícia do Brasil, e entidades de segurança pública e direitos humanos.

O ministro Edson Fachin é o relator do processo e o primeiro a votar. Até o momento, ele tem sido duro nas cobranças por maior cautela e planejamento nas operações policiais e por maior transparência nas investigações das mortes causadas pela polícia.

"Essa ação e esse julgamento devem constituir estruturalmente uma oportunidade de amadurecimento institucional de todos os envolvidos, entidade e instituições, especialmente de aprimoramento da atividade policial e de seu controle externo", disse ao iniciar o voto.

Foi no escopo dessa ação que o STF proibiu operações policiais nas favelas do Rio durante a pandemia, exceto em casos expressionais, o que reduziu drasticamente o número de mortes nas comunidades. A decisão foi tomada depois que uma operação deixou 13 mortos no Complexo do Alemão, na zona norte da capital.

O governador Cláudio Castro esteve ontem na Assembleia Legislativa e criticou o STF, que segundo ele "retira do povo, da comunidade, o direito de ter uma polícia ostensiva". O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), também informou ao STF que é contra os rumos do processo. Segundo ele, houve uma ampliação "absurda" do território dominado pelo crime organizado a partir das diretrizes fixadas pelo Supremo para as operações. "O Estado não é bandido", disse em vídeo publicado nas redes.

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Poucos dias após a morte de Preta Gil, a saudade deu lugar a uma nova forma de homenagem. Nessa quinta-feira, 31, o cantor Francisco Gil e sua prima, Flor Gil, revelaram uma tatuagem em tributo à artista, que morreu aos 50 anos, vítima de um câncer colorretal.

Em uma publicação nas redes sociais, os dois aparecem exibindo o nome "Preta" tatuado na lateral das mãos. A escolha do local carrega um significado especial: Preta Gil também costumava marcar a própria pele com nomes. No antebraço, ela trazia as palavras Francisco e Sol de Maria Gil, sua neta. Na mão, estava tatuado o apelido "Drão", da mãe de Preta, Sandra Gadelha.

"Típico de mainha. Agora foi nossa vez", escreveu Francisco em story. "Um amor que vai além do céu, por ela", legendou Flor.

Conhecida por sua ligação com a espiritualidade, Preta Gil tinha diversas tatuagens que representavam sua fé e sua história familiar. Nos antebraços, além do nome do filho e da neta, estavam escritas as palavras "Jesus" e "Amor". Na parte interna do braço, ela havia desenhado um espelho, símbolo de Oxum, orixá associada à beleza e à fertilidade, além de três corações.

Francisco e Flor estiveram ao lado da cantora durante seu tratamento nos Estados Unidos. A artista se submetia a uma imunoterapia experimental, considerada a última alternativa para pacientes em estágio avançado da doença.

A morte da cantora, no dia 20 de julho, comoveu o País e gerou homenagens em diversas esferas da cultura brasileira.

A Sony Pictures está desenvolvendo uma sequência de O Casamento do Meu Melhor Amigo (1997), comédia romântica estrelada por Julia Roberts, Dermot Mulroney e Cameron Diaz. A informação foi divulgada pelo site Collider e confirmada pela revista Variety.

O estúdio trabalha na possibilidade ao lado de Celine Song, cineasta por trás de Vidas Passadas, indicado ao Oscar em 2024, e Amores Materialistas, que estreia nesta quinta-feira, 31, nos cinemas brasileiros.

Ainda não é sabido se o elenco do filme original irá retornar para a continuação. Roberts, no entanto, já falou em entrevista ao programa Watch What Happens Live que O Casamento do Meu Melhor Amigo merecia uma continuação.

Na trama original, a personagem de Julianne (Roberts) combina de se casar com o amigo Michael (Mulroney) caso os dois estejam solteiros aos 28 anos de idade. Ao longo da história, a protagonista descobre que ele está noivo de outra, vivida por Diaz, ao mesmo tempo que avalia seus próprios sentimentos.

O diretor de teatro Bob Wilson morreu nesta quinta-feira, 31, aos 83 anos, em Nova York. A informação foi divulgada no site do artista. Segundo o comunicado, a causa da morte foi uma "doença breve, mas aguda". A natureza da enfermidade, no entanto, não foi revelada.

Ao longo das últimas décadas, o diretor se estabeleceu como uma das mentes criativas mais importantes do teatro mundial. Além da direção teatral, Wilson também atuava como arquiteto, iluminador, pintor, escultor e dramaturgo.

O estilo minimalista, mas extremamente impactante, marcou a carreira do diretor. Famoso por seu perfeccionismo, Wilson também se destacava por ser o autor da cenografia e dos desenhos de luz de seus espetáculos.

Com montagens pouco convencionais, o artista ficou conhecido por adaptar textos de autores como William Shakespeare, Samuel Beckett, Bertolt Brecht e Umberto Eco.

A sua trajetória teatral também foi marcada por colaborações com artistas do mundo da música, como Lou Reed, David Byrne, Tom Waits e Philip Glass. No mundo da ópera, Wilson se destacou por adaptar as composições de Richard Wagner.

Wilson nasceu no Texas, nos Estados Unidos, em 1941, e se formou arquiteto em sua juventude. Sua vocação, no entanto, sempre esteve no teatro. Em 1960, se mudou para Nova York e passou a tentar a vida como diretor teatral.

Mais de uma década depois, alcançou sucesso internacional ao montar a ópera Einstein on the Beach em 1975, uma colaboração com o compositor Philip Glass.

Em 1992, fundou o The Watermill Center - um centro artístico em Nova York que se define como um "laboratório de artes e humanidades que oferece ao mundo tempo, espaço e liberdade para criar e inspirar".

Ao longo de sua trajetória, Wilson fez inúmeras visitas ao Brasil e apresentou diversas peças suas ao público nacional, como a ópera A Vida e Época de Dave Clarke. O diretor também trouxe montagens suas para o País, como A Última Gravação de Krapp, de Beckett, Ópera dos Três Vinténs, de Brecht, e Lulu, de Frank Wedekind e Lou Reed.

Em 2016, criou o espetáculo Garrincha: Uma ópera das ruas em São Paulo. O musical, dirigido por Wilson, era inspirado na vida do lendário jogador de futebol do Brasil e foi baseado na biografia escrita por Ruy Castro.

"Enquanto enfrentava seu diagnóstico com olhos abertos e determinação, ele ainda sentia a necessidade de continuar trabalhando e criando até o fim. Suas obras para o palco, no papel, esculturas e retratos em vídeo, assim como o Watermill Center, permanecerão como o legado artístico de Robert Wilson", afirmou a nota publicado em seu site.