Oposição acusa Ricardo Nunes de interferir na instalação de CPIs na Câmara de SP

Política
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Vereadores de oposição ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), acusam a gestão de interferir nos trabalhos da Câmara Municipal. Segundo eles, o prefeito tem pressionado parlamentares da base aliada para impedir a instalação de duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) já aprovadas em plenário. Procurada, a Prefeitura não havia dado um retorno à reportagem até a publicação deste texto.

No início deste mês, a Câmara aprovou a criação das duas primeiras CPIs desta legislatura. Uma delas com a missão de investigar as enchentes recorrentes no Jardim Pantanal, na zona leste da cidade. Já a outra com o objetivo de apurar fraudes no programa de Habitação de Interesse Social (HIS).

Essas comissões, no entanto, ainda não foram instaladas porque os partidos da base aliada não indicaram seus representantes. Pelo regimento da Câmara, uma CPI que não for instalada e não iniciar seus trabalhos em até 15 dias após a aprovação é automaticamente extinta.

"O governo Ricardo Nunes está articulando para que os partidos da base não indiquem seus representantes nessas CPIs", disse o líder do PSOL na Casa, Toninho Vespoli, durante um evento da oposição sobre os 100 primeiro dias da gestão Nunes, na manhã desta segunda-feira, 14, no Salão Nobre da Câmara.

Vespoli esclareceu que o presidente da Câmara, Ricardo Teixeira (União Brasil), que integra a base de apoio a Nunes, tem prerrogativa para indicar, por ofício, os representantes das bancadas nas CPIs. "Mas eles querem que essas comissões caiam e sejam substituídas por outras duas CPIs, com temas de menor envergadura", disse.

Já a líder do PT, Luna Zarattini, anunciou que a oposição entrou com duas ações na Justiça para garantir a instalação das CPIs já aprovadas em plenário. "Estamos enfrentando uma dificuldade real: os partidos não estão indicando seus membros para as CPIs, e sabemos que isso faz parte de uma articulação para tentar sufocar a atuação da oposição aqui na Câmara", disse durante o evento.

Nas ações encaminhadas à Justiça, os vereadores do PT e do PSOL solicitam que Ricardo Teixeira promova imediatamente a instalação das CPIs, ainda que não haja indicações formais, designando os membros com base na proporcionalidade das bancadas.

Por sua vez, o líder do PSB, Eliseu Gabriel, disse que está assustado com a pressão sobre o Legislativo. "Já estamos há quase três meses e nem nome de rua ou honraria conseguimos votar. Parece que o prefeito tem uma desconfiança enorme de todos os vereadores, inclusive os da base. É impressionante como ele próprio contribui para amarrar o trabalho da Câmara".

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O presidente russo, Vladimir Putin, conversou com o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, em Moscou nesta quarta-feira, 6, segundo o Kremlin, dias antes do prazo estabelecido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para que a Rússia alcance um acordo de paz com a Ucrânia. Caso um cessar-fogo não seja alcançado até sexta-feira, 8, o republicano prometeu impor penalidades econômicas que também podem atingir países que compram petróleo russo.

O Kremlin não forneceu mais detalhes sobre a reunião. Mais cedo, Witkoff passeou pelo Parque Zaryadye com o enviado de Putin para investimento e cooperação econômica, Kirill Dmitriev, conforme imagens transmitidas pela Tass.

Dmitriev desempenhou um papel fundamental em três rodadas de conversações diretas entre delegações da Rússia e Ucrânia em Istambul nos últimos meses, bem como em discussões entre autoridades russas e americanas. As negociações não fizeram progresso para acabar com a guerra de três anos após a invasão da Rússia ao seu vizinho.

Apesar das conversas, durante a noite de terça para quarta-feira, as forças russas atingiram um centro recreativo na região sul de Zaporizhzhia, na Ucrânia, matando duas pessoas e ferindo 12, incluindo duas crianças, disse o governador da região, Ivan Fedorov. Fonte: Associated Press.

Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Binyamin Netanyahu está travando um confronto cada vez mais aberto contra o chefe do exército, o general Eyal Zamir. O premiê defendeu nesta terça-feira, 5, a ocupação total de Gaza. O comando militar é contra. Os membros mais radicais da coalizão de governo pediram a renúncia de Zamir. O filho do primeiro-ministro, Yair Netanyahu, acusou o comandante de planejar um golpe contra o pai.

Netanyahu se reuniu ontem com membros do alto escalão do governo para discutir seus planos de guerra e defendeu o controle militar de toda a Faixa de Gaza, mesmo que a ocupação militar signifique que os reféns israelenses possam ser feridos ou executados pelo Hamas.

Segundo o gabinete do premiê, a reunião de ontem durou cerca de três horas. O objetivo era finalizar um plano para apresentar em uma sessão mais ampla do gabinete, no fim desta semana, de acordo com a imprensa de Israel.

Netanyahu já teria comunicado a seus ministros que buscará apoio para ocupar Gaza, apesar das objeções do exército. Zamir é contra, argumentando que a presença militar coloca em risco a vida dos reféns - estima-se que pelo menos 20 ainda estejam vivos.

O exército controla aproximadamente 75% da Faixa de Gaza, mas tem evitado operar em certas áreas onde os militares acreditam que os reféns estejam escondidos. O Hamas ameaça executar todos, caso soldados israelenses se aproximem dos cativeiros. Além disso, ninguém sabe o que fazer com os 2 milhões de palestinos que vivem no território.

Ontem, os membros de extrema direita da coalizão criticaram o general. Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança, exigiu que Zamir se comprometa publicamente a cumprir as ordens do governo civil. "Ele deve dizer que executará integralmente as ordens da liderança política", escreveu o ministro no X.

Golpe

O filho mais velho de Netanyahu também entrou na briga e usou as redes sociais para criticar Zamir. Yair, que vive em Miami, acusou o general de estar por trás de uma mensagem crítica postada por um jornalista no X. "Se quem ditou esse tuíte é quem pensamos (Zamir), então isso é uma rebelião, uma tentativa de golpe militar digna de uma república das bananas da América Central dos anos 70. Isso é criminoso", escreveu.

Até mesmo o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, que não é um radical extremista, criticou o chefe do exército. "Assim que a liderança política tomar as decisões necessárias, o alto comando militar, como tem feito em todas as frentes da guerra até agora, implementará profissionalmente a política que for determinada", disse Katz.

Netanyahu se pronunciou ontem durante uma cerimônia de recrutamento no centro de Israel. Ele reiterou os três objetivos da guerra, sem mencionar a perspectiva de ocupar Gaza por completo. O premiê disse às tropas que é preciso "derrotar o inimigo", "libertar os reféns" e "garantir que Gaza não seja mais uma ameaça para Israel".

Zamir recebeu apoio da oposição e do chanceler israelense, Gideon Sa'ar, o único membro do gabinete que saiu em sua defesa. "O comandante militar é obrigado a expressar sua opinião profissional de forma clara e inequívoca à cúpula política", disse Sa'ar. Yair Lapid, desafeto de Netanyahu, afirmou que esse tipo de divergência deveria ser resolvido "a portas fechadas". Benny Gantz criticou o premiê. "O problema está na liderança política, não no comando militar", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Partido Republicano intensificou nesta terça-feira, 5, o cerco à oposição. O senador John Cornyn pediu que o FBI prenda os deputados democratas que travaram uma votação no Texas. Em outro ataque, o Departamento de Justiça começou a investigar membros do governo de Barack Obama. Por fim, uma comissão da Câmara, controlada pelo governo, intimou o ex-presidente Bill Clinton e sua mulher Hillary a depor sobre o Caso Epstein.

As três medidas deixaram os democratas em pé de guerra. O confronto no Texas é para determinar quem terá maioria na Câmara dos Deputados na eleição de 2026. Os republicanos querem redesenhar o mapa eleitoral e criar novos distritos, amealhando mais cinco cadeiras - a bancada texana passaria de 25 republicanos e 13 democratas para 30 republicanos e 8 democratas.

O redesenho precisa ser aprovado pela Câmara estadual, composta por 150 deputados (88 republicanos e 62 democratas). O quórum é de 100 parlamentares, mas 56 democratas travaram a manobra ao fugir para Illinois, Nova York e Massachusetts, Estados controlados pelo Partido Democrata.

O governador republicano do Texas, Greg Abbott, ameaçou destituir todos os deputados ausentes e ordenou uma investigação para determinar se os democratas cometeram algum crime ao impedir a manobra. Os deputados estaduais republicanos aprovaram mandados de prisão contra todos os 56 colegas da oposição.

Perseguição

O maior obstáculo é que a jurisdição dos republicanos, que controlam todos os ramos do governo texano, acaba na fronteira do Estado. Por isso, o senador Cornyn enviou ontem uma carta ao diretor do FBI, Kash Patel, pedindo ajuda para caçar e prender os deputados democratas - Patel não respondeu à solicitação.

Donald Trump, em entrevista à CNBC, reclamou dos democratas e disse que os republicanos do Texas "merecem" redefinir o mapa eleitoral. "Recebi a maior votação da história do Texas e temos direito a mais cinco cadeiras", afirmou.

Os democratas podem atrasar o redesenho, mas é improvável que impeçam a manobra, porque os republicanos podem continuar a convocar mais sessões especiais - e os deputados da oposição não podem viver indefinidamente no exílio. No entanto, o caso vem desatando uma guerra entre Estados, com Califórnia e Nova York prometendo medidas semelhantes para compensar as perdas no Texas, e o Missouri, controlado pelos republicanos, ameaçando fazer o mesmo.

As outras duas frentes de ataque do governo estão ligadas ao Caso Jeffrey Epstein, o bilionário pedófilo que morreu na prisão, em 2019. Com Trump cada vez mais envolvido no escândalo, os republicanos tentam retomar o controle do ciclo de notícias. Por isso, a Comissão de Supervisão da Câmara decidiu ontem convocar Bill e Hillary Clinton para depor - a lista de intimações inclui vários outros ex-funcionários dos governos de George W. Bush, Obama e Joe Biden.

Pelo mesmo motivo, a secretária de Justiça americana, Pam Bondi, determinou que promotores federais iniciem uma investigação sobre membros do governo Obama. O alvo principal é o ex-presidente, que teria promovido a "narrativa falsa" de que a Rússia interferiu nas eleições de 2016 para ajudar Trump, minando a legitimidade do republicano, segundo a Casa Branca.

Guerra

O presidente do Comitê Nacional Democrata, Ken Martin, reagiu ao cerco do governo e prometeu guerra. "Este não é o Partido Democrata do seu avô, que levava um lápis para uma briga de facas. Este é um novo Partido Democrata", disse. "Vamos combater fogo com fogo." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.