Rota prende 'Buiu', ladrão de bancos ligado ao PCC e acionista de empresa de ônibus em SP

Política
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A Justiça decretou a prisão de mais dois acusados de envolvimento no esquema de lavagem de dinheiro nas empresas de ônibus da capital ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) - o esquema foi desmontado pela Operação Fim da Linha. São dois acionistas da empresa UPBus. Um deles foi preso nesta terça-feira, dia 16, por policiais das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota).

Ao mesmo tempo, o juiz Leonardo Valente Barreiros, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa, Lavagem de Bens e Valores da Capital, acolheu a denúncia do Grupo de Ações Especiais de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), instaurando processo contra 19 acusados.

O homem preso pela Rota é Alexandre Salles Brito, o Buiu, um dos acionistas da empresa. Buiu exibe em sua ficha acusações de assalto a banco e de ligação com o PCC. Ele foi preso às 6h10 desta terça-feira, 16, em um apartamento da Rua Capitão Rabelo, na Vila Nilton, em Guarulhos, na Grande São Paulo.

Buiu foi conduzido pelos policiais da Rota ao 1.º Distrito Policial de Guarulhos.O juiz também decretou a prisão de Décio Gouveia Luiz, o 'Décio Português', outro acionista da empresa e homem de confiança de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe do PCC.

O juiz manteve o decreto de prisão do traficante Sílvio Luís Ferreira, o 'Cebola', cuja mulher é acionista da empresa. 'Cebola' e 'Décio Português' estão foragidos.

O magistrado impôs medidas cautelares a três outros acionistas da UPBus, que se tornaram réus: o advogado Ahmed Hassan Saleh, o 'Mude', o empresário Admar de Carvalho Martins e o presidente afastado da empresa, Ubiratan Antônio da Cunha.

Eles estão proibidos de frequentar a sede da UPBus, de se ausentar de São Paulo, de exercer qualquer atividade econômica ou financeira em empresas, especialmente no âmbito da UPbus Qualidade em Transportes, Mamore Construtora, AHS empreendimentos e Participações, SPE 7, PFM Participações e Empreendimentos, New Investment Participações e Investimentos Ltda. e EZ Multimarcas.

Também não podem manter contato com testemunhas do caso e devem entregar seus passaportes. O juiz proibiu os três acionistas de se ausentarem nos dias de folga e à noite de seus domicílios.

Leonardo Valente Barreiros manteve a determinação de afastamento de 15 integrantes da direção da empresa e o sequestro de bens dos acusados até o limite de R$ 88 milhões para o ressarcimento de danos morais coletivos e das vítimas da organização criminosa. O valor corresponde ao faturamento da UPBus em 2022.

Barreiros concedeu mais tempo para que os promotores do Gaeco se manifestem sobre quais providências pretendem tomar - se denunciam ou não outros dez investigados e incluem a empresa EZ Multimarcas no polo passivo da ação.

Contador do Lulinha

Neste grupo sob investigação está o contador João Muniz Leite, conhecido como o 'Contador do Lulinha'. O contador é um dos alvos da Operação Fim da Linha.

A 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital expediu mandado de busca e apreensão no âmbito da investigação que indica que Muniz seria um dos personagens centrais na montagem do esquema de lavagem de dinheiro do PCC via empresa de ônibus UPBus.

De acordo com dados da Polícia Federal, o contador e sua mulher, Aleksandra Silveira Andriani, ganharam juntos 640 vezes nas Lotofácil, Mega Sena e Quina. No caso de Aleksandra, foram 462 prêmios entre 18 de dezembro de 2020 e 25 de novembro de 2021, recebendo R$ 2,45 milhões, após ter apostado R$ 2,14 milhões.

Já o marido, de 3 de janeiro de 2019 a 17 de abril de 2021 foi agraciado com 178 vezes, auferindo R$ 17.528.815,00, depois de apostar R$ 381.625,00.Muniz ficou conhecido como o 'Contador do Lulinha' por ter trabalhado para Fábio Luis Lula da Silva, filho do presidente Lula, a quem também prestou serviços.

Ele chegou a ser ouvido como testemunha na Operação Lava Jato no processo do caso do tríplex do Guarujá, pelo então juiz Sérgio Moro. De 11 de novembro de 2019 até 31 de julho de 2023, segundo dados da Junta Comercial de São Paulo, Lulinha manteve uma de suas empresas, a G4 Entretenimento e Tecnologia Digital Ltda, registrada no mesmo endereço do escritório de Muniz, na zona Oeste da capital.

A defesa de Lulinha diz que as investigações sobre Muniz nunca atingiram o filho do presidente.

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A Suprema Corte dos EUA rejeitou nesta quarta-feira, 5, o pedido de Donald Trump para congelar US$ 2 bilhões em ajuda externa, parte dos esforços do governo para cortar gastos. Foi a primeira grande decisão do tribunal contra a Casa Branca desde a volta do presidente ao poder. Isso ocorreu apesar de Trump ter indicado três dos nove juízes, formando uma maioria conservadora de 6 a 3.

Ontem, o recurso de Trump foi negado por 5 votos a 4 - os conservadores John Roberts e Amy Coney Barrett se juntaram às três magistradas progressistas para manter a decisão de uma instância inferior exigindo que o governo fizesse pagamentos em contratos que já foram concluídos, invalidando o decreto assinado em 20 de janeiro, que suspendia a ajuda internacional por 90 dias.

Na decisão, a Suprema Corte determina que o juiz federal Amir Ali, que ordenou o restabelecimento dos pagamentos pela Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) e pelo Departamento de Estado, esclareça "quais obrigações o governo deve cumprir".

"Um único juiz de um tribunal distrital, que provavelmente não tem jurisdição, tem o poder irrestrito de obrigar o governo dos EUA a pagar (e provavelmente perder para sempre) US$ 2 bilhões dos contribuintes?", argumentou o conservador Samuel Alito, na declaração dissidente, assinada pela minoria. "A resposta a essa pergunta deveria ser um enfático 'não', mas a maioria deste tribunal, aparentemente, pensa o contrário. Estou chocado."

Cortes de gastos

O governo suspendeu a ajuda externa no dia da posse de Trump. Beneficiários e ONGs entraram com duas ações judiciais contestando o congelamento dos fundos, alegando inconstitucionalidade - as dotações orçamentárias são um poder do Congresso e cabe ao Executivo apenas cumpri-las.

Os grupos que contestaram o governo argumentaram que os fundos congelados causariam uma série de crises, ameaçando cuidados médicos essenciais ao redor do mundo, deixando alimentos apodrecendo em armazéns, arruinando negócios, colocando em risco a propagação de doenças e causando instabilidade política.

"É devastador o impacto dessa conduta ilegal em empresas grandes e pequenas, forçadas a encerrar seus programas e demitir funcionários; em crianças famintas ao redor do mundo que ficarão sem nada; em populações ao redor do mundo enfrentando doenças mortais; e em nossa ordem constitucional", escreveram os advogados do Global Health Council, organização que representa grupos de saúde, em um dos processos.

O juiz Amir Ali, do Tribunal Distrital Federal em Washington, nomeado pelo presidente Joe Biden, emitiu uma ordem de restrição temporária, em 13 de fevereiro, proibindo funcionários do governo de suspender os pagamentos alocados antes de Trump assumir o cargo. Na decisão, ele disse que o governo não ofereceu nenhuma explicação para a suspensão total da ajuda que o Congresso havia determinado.

A Casa Branca alegou que tinha o direito de analisar caso a caso as doações e contratos de ajuda e interromper ou aprovar os gastos. Em uma decisão de 25 de fevereiro, o juiz Ali ordenou que o governo pagasse US$ 1,5 bilhão em trabalhos de ajuda já concluídos. Ele estabeleceu um prazo até meia-noite do dia seguinte. Em resposta, o Departamento de Justiça entrou com um recurso de emergência na Suprema Corte, alegando que o juiz havia excedido sua autoridade - argumento rejeitado ontem.

Campanha

O presidente está decidido a cortar gastos do governo federal com a ajuda do homem mais rico do mundo e maior doador de sua campanha, Elon Musk. Um dos seus objetivos é cortar a ajuda da Usaid, que tem programas de saúde e emergência em cerca de 120 países e é responsável por mais de 40% da ajuda humanitária mundial.

Em decreto assinado em 20 de janeiro, Trump suspendeu temporariamente milhares de programas para avaliar se eles estão "totalmente alinhados com a política externa do presidente dos EUA". No passado, ele já disse que a Usaid é "administrada por lunáticos radicais", enquanto Musk descreveu a agência como uma "organização criminosa". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (6) que está trabalhando com o Partido Republicano da Câmara em uma resolução contínua para financiar o governo até setembro e dar o "tempo necessário" para trabalhar a agenda do governo.

"Os conservadores vão adorar esse projeto de lei, pois ele nos prepara para cortar impostos e gastos na conciliação, ao mesmo tempo em que efetivamente CONGELA os gastos neste ano e nos permite continuar nosso trabalho. Vamos aprovar esse projeto de lei!", escreveu Trump na rede Truth Social.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve assinar nesta quinta-feira, 6, um decreto com o objetivo de eliminar o Departamento de Educação. Um rascunho do documento, obtido pelo Wall Street Journal, ordena que a secretária de Educação, Linda McMahon, "tome todas as medidas necessárias para facilitar o fechamento do Departamento de Educação".

O fim do Departamento de Educação está em discussão desde a transição da gestão de Joe Biden para o governo Trump. Segundo especialistas, porém, a eliminação completa da pasta depende da aprovação do Congresso. Fonte: Dow Jones Newswires.