Candidatos à Prefeitura de SP definem seus locais para o início da campanha eleitoral

Política
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Bairros da periferia, cartões-postais da cidade e igrejas fazem parte do roteiro escolhido pelos principais candidatos à Prefeitura de São Paulo para a estreia da campanha de rua, hoje, quando começa oficialmente o período eleitoral. Este ano, a disputa terá dez candidatos, dos quais apenas dois já participaram de eleições anteriores para o cargo.

 

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) repetiu o antecessor, Bruno Covas (PSDB), ao escolher uma igreja para o seu primeiro ato de campanha. Nunes assistirá a uma missa na Catedral de Santo Amaro, acompanhado da mulher, Regina Nunes, e de Tomás Covas, filho de Bruno Covas.

 

A convenção que oficializou a candidatura de Nunes à reeleição ocorreu no estacionamento da Assembleia Legislativa de São Paulo, mesmo local onde Mário Covas, avô de Bruno, lançou sua candidatura vitoriosa ao governo do Estado.

 

A escolha de uma igreja reforça a estratégia de enfatizar que um eventual segundo mandato será a continuidade do trabalho iniciado ao lado de Covas, que morreu em 2021 vítima de um câncer. A associação com o tucano vem sendo usada pela campanha como uma forma de distanciar o emedebista do bolsonarismo.

 

Reduto

 

A opção pela Catedral de Santo Amaro carrega outro simbolismo: a igreja está situada na zona sul da cidade, região que se tornou um campo de batalha eleitoral neste ano por ser reduto de Nunes, de Guilherme Boulos (PSOL) e de Tabata Amaral (PSB). À tarde, o prefeito pretende fazer uma caminhada com seu vice, coronel Ricardo Mello Araújo (PL), na região central da cidade.

 

Boulos decidiu iniciar sua campanha na periferia, no Campo Limpo, onde vive com a mulher e duas filhas há mais de uma década. Boulos receberá a vice, Marta Suplicy (PT), para um café da manhã em sua casa. Depois, farão uma caminhada pelo comércio local.

 

À tarde, Marta e Boulos participarão de uma nova caminhada, desta vez no centro da cidade, com saída do Teatro Municipal. Para encerrar o dia, planejam conversar com comerciantes em Itaquera, na zona leste, partindo da Paróquia Nossa Senhora do Carmo. Na eleição municipal de 2020, Boulos também começou sua campanha na periferia, em São Mateus, na zona leste.

 

Tabata escolheu iniciar sua campanha de rua em uma escola municipal em Brasilândia, na zona norte. Acompanhada da vice, a professora Lúcia França (PSB), a candidata fará um anúncio em frente à unidade de ensino. A educação é uma das principais bandeiras da campanha. No fim do dia, Tabata e Lúcia vão lançar o programa de governo da chapa em um salão de festas localizado no Butantã, na zona oeste.

 

Enquanto isso, Pablo Marçal (PRTB) escolheu Cidade Tiradentes, na zona leste. À tarde, ele planeja caminhar pela 25 de Março para conversar com comerciantes.

 

José Luiz Datena (PSDB) adotou uma estratégia diferente dos concorrentes, e optou por agenda no interior do Estado. Ele vai visitar o Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, a 170 km da capital, e fará uma oração no santuário destinado à Nossa Senhora Aparecida, de quem é devoto.

 

"Porque Deus é onipresente e está em todos os lugares. Não é questão de voto e sim de devoção", disse Datena ao ser questionado pelo Estadão sobre o motivo de ter escolhido outra cidade para iniciar a campanha.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Divergências apresentadas pelo Egito e pela Etiópia à reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas impediram a divulgação de um comunicado conjunto após a reunião de ministros das Relações Exteriores do Brics. Em vez disso, foi divulgada nesta terça-feira, 29, uma declaração da presidência do grupo de ministros, ocupada atualmente pelo Brasil. Houve consenso nos demais temas debatidos.

O texto diz que os ministros presentes à reunião, que ocorreu nesta segunda e terça-feira no Palácio do Itamaraty, na região central do Rio de Janeiro, "apoiaram uma reforma abrangente das Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança, com vistas a torná-lo mais democrático, representativo, eficaz e eficiente, e a aumentar a representação de países em desenvolvimento nos quadros de membros do Conselho".

As mudanças teriam como objetivo uma resposta adequada "aos desafios globais prevalecentes" e apoiar "as aspirações legítimas dos países emergentes e em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina, incluindo Brasil e Índia, de desempenhar um papel mais relevante nos assuntos internacionais, em particular nas Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança".

"Reconheceram também as aspirações legítimas dos países africanos, refletidas no Consenso de Ezulwini e na Declaração de Sirte", acrescenta o texto, que trouxe uma observação mencionando ter havido objeções dos representantes do Egito e Etiópia ao comunicado.

Ambos os países se opõem à eleição da África do Sul como país representante do continente africano. Em coletiva de imprensa, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, negou que tenha havido desacordo ou discordância.

"Não houve nenhum desacordo entre os países com relação às questões do Conselho de Segurança. O que acontece é que cada país tem posições e compromissos assumidos", argumentou Vieira a jornalistas, quando questionado sobre o impacto das divergências regionais no documento final. "Não houve nenhuma discordância, apenas cada país e países membros de grupos regionais, alguns africanos no grupo, apenas declararam suas posições e nós estamos trabalhando para compatibilizar todas as necessidades de cada um desses grupos para a declaração dos chefes de Estado."

As autoridades da Caxemira sob controle indiano fecharam temporariamente mais da metade dos resorts turísticos na região do Himalaia, após um ataque mortal a turistas na semana passada aumentar as tensões entre Índia e Paquistão e levar ao reforço das medidas de segurança na Caxemira.

Pelo menos dois policiais e três funcionários do governo local, que pediram anonimato por conta da política do departamento, disseram nesta terça-feira, 29, que o fechamento de 48 dos 87 resorts autorizados pelo governo foi uma medida preventiva de segurança. Eles não informaram por quanto tempo os locais permanecerão fechados a visitantes.

A decisão foi tomada uma semana depois que homens armados mataram 26 pessoas - a maioria turistas indianos - nos arredores da cidade turística de Pahalgam.

O massacre provocou uma série de reações diplomáticas entre Índia e Paquistão, incluindo o cancelamento de vistos e a retirada de diplomatas. Nova Délhi também suspendeu um tratado crucial de compartilhamento de águas com Islamabad e ordenou o fechamento da fronteira com o Paquistão. Em resposta, o governo paquistanês fechou seu espaço aéreo para companhias aéreas indianas.

A reunião de chanceleres dos países do Brics, no Rio, terminou com uma declaração da presidência do grupo, em vez de um comunicado conjunto. No entanto, ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, destacou que a reunião teve participação expressiva em nível ministerial, o que refletiria um compromisso político dos países com os temas prioritários eleitos pela presidência brasileira do Brics.

"Então, acabamos de concluir essa reunião sobre a presidência brasileira. Foi um encontro de alto nível, marcado por forte engajamento político, pela disposição de promover uma agenda propositiva de soluções para o grupo e para o Sul Global, especialmente num ano tão significativo para o Brasil, que também se prepara para sediar a COP 30 em Belém", disse Vieira a jornalistas, em entrevista coletiva após o encerramento da reunião.

O ministro destacou ainda o fato de o encontro ter sido o primeiro a reunir oficialmente os representantes do grupo após a ampliação no número de países-membros e de países parceiros.

"Não interessa ao Brasil nem aos nossos parceiros do Brics viverem um mundo fraturado. Precisamos fortalecer o multilateralismo e a cooperação como instrumentos para enfrentar os desafios contemporâneos", afirmou Vieira.

O chanceler brasileiro disse que os demais países acolheram "com entusiasmo" os temas prioritários eleitos pelo Brasil na presidência do Brics: saúde global, comércio, investimentos e finanças, mudança do clima, governança da inteligência artificial e reforma da arquitetura multilateral de paz e segurança e desenvolvimento institucional.

"Houve manifestações claras sobre a necessidade de fortalecer o papel das Nações Unidas, com destaque para a urgência da reforma do Conselho de Segurança, de modo a torná-lo mais representativo, legítimo, eficaz, sobretudo com maior participação da África, Ásia e da América Latina", relatou Vieira.

"Tratamos da reforma da governança global, em especial das instituições econômicas e financeiras internacionais. Todos os países foram unânimes em defender uma maior representatividade do Sul Global nos mecanismos de decisão do sistema multilateral, incluindo o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e a Organização Mundial de Comércio."

A Declaração da Presidência da Reunião de Ministros das Relações Exteriores/Relações Internacionais dos Países Membros do Brics mencionou o uso ampliado de moedas locais entre os países do grupo.

"Os Ministros destacaram a importância do uso ampliado de moedas locais nas compensações comerciais e financeiras entre os países do BRICS e seus parceiros comerciais. Recordaram o parágrafo 66 da Declaração de Kazan, que incumbiu os Ministros da Fazenda e Governadores de Bancos Centrais, conforme apropriado, de continuar a apreciação da questão das moedas locais, instrumentos de pagamento e plataformas, e de relatar aos Chefes de Estado e de Governo do BRICS, incluindo o estudo da viabilidade da Iniciativa de Pagamentos Transfronteiriços do BRICS, BRICS Clear e o reforço da capacidade de resseguro do BRICS", diz o texto, divulgado nesta terça-feira, 29.

China

Na mesma ocasião, Mauro Vieira disse que o Brasil mantém uma relação política e comercial importante com a China, assim como tem longo histórico de relações diplomáticas com vários outros países, como Argentina e Estados Unidos, estando sempre disposto também a conversar com nações individualmente. A afirmação foi feita após o ministro ser questionado sobre se o Brasil poderia se beneficiar da guerra comercial entre China e Estados Unidos, em meio a um aumento das compras chinesas de produtos brasileiros.

"O Brasil e a China têm uma relação política e comercial muito importante. Como o Brasil tem com vários outros países do mundo", afirmou o ministro, lembrando que o País tem 200 anos de história de relações diplomáticas com a Argentina, com os Estados Unidos, com a França, com a Áustria e "tantos outros países". Para Vieira, o Brasil é, sobretudo, "um ator global". "Temos relações próximas com todos os países. O que nos move é o interesse nacional em todas as relações."

O ministro lembrou que o Brasil busca relações baseadas "no direito internacional e nas regras estabelecidas em todos os organismos". "E é isso que vamos continuar a promover e a debater. Sempre prontos a também a conversar com cada país bilateralmente, como fazemos tradicionalmente", declarou Vieira a jornalistas, em entrevista coletiva após o encerramento das sessões ministeriais da reunião de chanceleres dos países do Brics, no Palácio do Itamaraty, na região central da capital fluminense.