Polícia do Rio indicia mãe da atriz Larissa Manoela por intolerância religiosa

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A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou Silvana Taques dos Santos, mãe de Larissa Manoela, por intolerância religiosa após ela chamar a família do genro, André Luiz Frambach, de "macumbeiros". O órgão confirmou a conclusão do inquérito ao Estadão por e-mail.

Em meio a briga pública da família por questões financeiras e administrativas, o Fantástico exibiu uma conversa na qual Silvana diz para Larissa esquecê-la na noite de Natal de 2022. No entanto, no restante das mensagens divulgadas pelo colunista Lucas Pasin, a mãe chama os parentes do noivo da atriz de "família de macumbeiros".

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Rio de Janeiro abriu um inquérito para investigar a empresária por alegações de intolerância religiosa depois das mensagens se tornarem públicas. A denúncia foi formalizada pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Estado, e a acusação se baseia na Lei 7.716/1989, que aborda o racismo religioso.

A advogada que representa Larissa Manoela e o noivo, André Luiz Frambach, no processo aberto contra a mãe da artista, Silvana Taques, por intolerância religiosa, pediu para que a atriz seja liberada de depor. A informação foi confirmada em nota assinada pela advogada Patrícia Proetti e enviada ao Estadão.

Conforme Patrícia, a equipe que representa o casal ingressou com um pedido de habeas corpus pelo fato de Larissa ser filha de Silvana. A advogada não confirmou se a solicitação foi acatada, mas, caso seja, a atriz não será obrigada a testemunhar contra a mãe e nem a depor.

Um pedido também foi feito para que André fosse liberado de testemunhar contra a sogra por ser "parente de afinidade". O juiz, porém, negou a solicitação e o ator deve depor. "Desta forma, André está, a contragosto, cumprindo com o que foi determinado judicialmente", diz um trecho da nota.

O Estadão tentou contato com Silvana para saber se ela teria algum posicionamento sobre a acusação e a investigação, mas não teve retorno até o momento desta publicação. A reportagem também tentou falar com André Luiz Frambach e Larissa Manoela, sem resposta. O espaço segue aberto.

Entenda o caso

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Rio de Janeiro iniciou uma investigação envolvendo Silvana Taques, mãe da atriz Larissa Manoela, por alegações de intolerância religiosa. A denúncia foi formalizada pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Estado, e a acusação se baseia na Lei 7.716/1989, que aborda o racismo religioso.

A investigação surge em um contexto de tensões públicas entre Larissa Manoela e seus pais, relacionadas a questões financeiras. Uma conversa divulgada ao público trouxe à luz comentários de Silvana sobre a religião da família do noivo de Larissa. Caso a investigação confirme a veracidade das acusações, Silvana Taques poderá enfrentar sanções legais, incluindo multa e reclusão de até três anos.

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) confirmou que Larissa, André e Silvana haviam sido intimados para depor sobre o caso no final de agosto. Ainda não se sabe as datas das audiências.

Relembre a briga de Larissa Manoela com os pais

Larissa Manoela rompeu a relação com os pais que, até então, eram os administradores de sua carreira. A polêmica teve início quando Larissa abriu uma auditoria contra a mãe para investigar a suposta venda de sua mansão em Orlando, nos EUA, o que foi negado pelos pais.

Em entrevista ao Fantástico em agosto, ela revelou detalhes sobre o caso e contou que, mesmo após completar 18 anos, não era informada sobre suas questões financeiras. Por esse motivo, a artista passou a questionar a situação de maneira incisiva no ano passado.

A artista contou que recebia apenas uma mesada dos pais. Em um trecho da entrevista para o programa da Globo, ela mostra um áudio enviado ao pai pedindo dinheiro para que comprasse um milho durante uma ida à praia.

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As fortes chuvas que atingem a região metropolitana de Recife, incluindo a capital, já provocaram a morte de seis pessoas desde essa quarta-feira, 5, sendo quatro no Recife, um em Camaragibe e um na cidade de Paulista. O Corpo de Bombeiros de Pernambuco disse que até a manhã desta quinta-feira, 6, 317 adultos, 36 crianças e três animais foram resgatados.

Nesta quinta-feira, o prefeito João Campos (PSB) informou, por meio das redes sociais, que uma das ocorrências envolveu um deslizamento de barreira que atingiu duas pessoas no Córrego da Bica, em Passarinho, no Recife. As vítimas, que não resistiram aos ferimentos.

"Nossas equipes de Defesa Civil e da Assistência Social, além do Corpo de Bombeiros, também estão presentes para dar todo suporte aos familiares neste momento difícil", disse ele.

A Secretaria Executiva de Defesa Civil de Pernambuco registrou ocorrências em Camaragibe, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista e Recife. São 36 pessoas desalojadas em Jaboatão do Guararapes; 49 pessoas desalojadas e 26 desabrigadas, na cidade de Olinda e 120 pessoas desalojadas em Paulista.

Nas demais regiões não foram registradas ocorrências junto a Central de Monitoramento da Defesa Civil do Estado.

Na manhã desta quinta-feira, a prefeitura de Recife renovou o alerta máximo e reforçou a importância de a população buscar locais seguros.

Ainda de acordo com a gestão municipal, as aulas presenciais nas escolas, creches e unidades de ensino da rede municipal foram suspensas nos turnos da manhã, tarde e da noite. "Recomendamos que as escolas e faculdades particulares, estaduais e federais adotem a mesma medida. Evite deslocamentos", disse o comunicado.

Parte do teto do Serviço de Atenção Especializada (SAE) Butantã, na zona oeste da capital paulista, caiu na última terça-feira, 3, modificando o atendimento na unidade e gerando apreensão entre funcionários, que temem novos acidentes.

"Estou preocupado com a minha integridade, com a integridade de outras pessoas que trabalham lá", disse um servidor da unidade, que conta com 70 funcionários e recebe, em média, 130 pacientes por dia. "É época de chuva, está cheio de goteiras. Não temos garantia de que o resto não vai cair na nossa cabeça."

Procurada, a Prefeitura disse que a previsão é de que a situação esteja normalizada ainda esta semana.

Outra questão preocupante, afirmou, é a forma como os pacientes estão sendo recepcionados desde então. A unidade é referência no atendimento a pessoas com tuberculose e na prevenção e tratamento de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Com setores do prédio interditados, os usuários estariam sendo abordados na entrada para contar o motivo da ida ao local, expondo na área externa questões sensíveis como violência sexual.

"São pacientes de ISTs, com HIV. Não são pacientes que estão lá por pressão alta, por exemplo. São doenças em que as pessoas têm um estigma. E isso fere, inclusive, a privacidade do paciente", criticou. "Fere o sigilo do contato do paciente com o serviço de saúde ele ser abordado na recepção, na área externa, no banco da entrada da unidade."

Questionada, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) negou que esteja desrespeitando a privacidade dos pacientes. "Conforme diretriz de atendimento, todos os usuários são abordados pela equipe especializada de acolhimento de forma privativa, sem risco de exposição. Dessa maneira, não há prejuízo à privacidade dos munícipes que buscam os serviços da unidade."

Segundo a pasta, após liberação da Defesa Civil e engenharia de obra, a farmácia do SAE recebeu autorização para liberação de medicamentos e "está realizando o acolhimento de porta, bem como o atendimento externo para diagnóstico de tuberculose". "Os atendimentos de Profilaxia Pós-Exposição - PEP foram direcionados para a UPA Rio Pequeno, que já oferece este serviço", acrescentou.

Prédio em obras

O SAE passa por uma reforma estrutural, iniciada em outubro e com previsão de término em abril, segundo a Prefeitura.

Há algumas semanas, as chuvas provocaram o surgimento de uma trinca e parte do prédio foi interditada, modificando o uso dos espaços, relatou o funcionário. "Essa parte da unidade era onde ficavam o banheiro de funcionários, a gerência, o almoxarifado e a copa. Ela foi toda interditada e esvaziada."

"Com isso, nós improvisamos. Uma sala virou copa e usamos o lavatório de mão como pia. Na recepção, eram três banheiros: um para pessoas com deficiência, um masculino e um feminino. Foi mantido o banheiro PCD, um foi transformado em banheiro unissex de funcionários e o outro, em banheiro unissex de pacientes. Já estávamos nessas condições improvisadas quando parte do teto caiu."

A queda inviabilizou um dos banheiros restantes. Para contornar a situação, a Prefeitura instalou banheiros químicos para os pacientes. "A empresa contratada para a reforma foi acionada assim que ocorreu a queda parcial do forro do telhado em um dos banheiros. Até que a obra seja concluída, os usuários poderão utilizar os banheiros emergenciais que foram instalados", disse a SMS.

"É uma situação que contraria a NR24, que diz que o servidor tem que ter condições mínimas de higiene e conforto para trabalhar", criticou o funcionário. "Os pacientes deveriam ser referenciados para as unidades mais próximas até que o SAE estivesse em condições salubres."

A secretaria, por outro lado, afirmou que "o território segue trabalhando para evitar qualquer desassistência e a previsão é de que a situação esteja normalizada dentro desta semana". Não há previsão de fechamento da unidade ou instalação de consultórios em estruturas temporárias, como carretas e contêineres.

O presidente Lula disse nesta quinta-feira, 6, que não se pode permitir que políticos, sejam senadores ou deputados, mandem em hospitais. No Rio de Janeiro, em sua primeira viagem após a operação na cabeça em dezembro, Lula fez um discurso breve, mas enfático a favor do plano de reestruturação dos hospitais federais, em aceno à ministra da Saúde, Nísia Trindade.

"A única razão que me faz estar aqui é porque ninguém é dono de hospital. Médico não é dono, enfermeiro não é dono, sindicalista não é dono de hospital. Hospital é para servir a população, tratá-la com decência", disse Lula durante a cerimônia de reinauguração da emergência do Hospital Federal de Bonsucesso, na zona norte do Rio.

"Não podemos permitir que político, seja senador ou deputado e vereador, mande em hospitais. Isso aqui não é comitê eleitoral de ninguém. Aqui as pessoas vêm para serem atendidas com respeito", reiterou em discurso minutos depois.

O plano de reestruturação dos hospitais federais, que inclui as seis unidades do tipo no Rio, modifica o modelo de gestão e discute a municipalização de alguns hospitais, numa tentativa de reduzir a dinâmica de ingerência de políticos locais na governança dessa parte do sistema de saúde.

Castro

Ao fim da fala de sete minutos a populares nas cercanias do hospital, Lula criticou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), que não foi ao evento. "O governador foi convidado e não veio. Poderia ter vindo aqui fazer um discurso para dizer como o governo vai cuidar da saúde", disse.

Lula estava acompanhado dos ministros da Casa Civil, Rui Costa; da Saúde, Nísia Trindade, e da Gestão e Inovação, Esther Dweck, além do prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes.

No mesmo espírito de Lula, Nísia disse que o plano para os hospitais federais fez o ministério "quebrar alguns ovos", mas já é bem sucedido. "O Hospital Federal de Bonsucesso estava nas piores páginas da CPI da Covid. Tivemos de quebrar alguns ovos, mas o Plano de Reestruturação dos hospitais federais já deu certo", afirmou.

Fechada desde 2020, a emergência do Hospital Federal de Bonsucesso conta agora com 50 leitos em dois espaços, adulto e pediátrico, divididos por complexidade. O serviço é gerido pela Central de Regulação do SUS.

A cerimônia marcou, também, a retomada plena da capacidade total do hospital, que já havia quase dobrado e agora viu o número de leitos subir de 412 para 423, e a reativação do centro de diagnóstico por imagem, este último também celebrado por Lula em discurso.